Assisti à entrevista do Ministro Joaquim Levy em um canal de televisão, muito conhecido pelas suas novelas despropositadas e ricas em ensinamentos de como praticar crimes, quebrar com a boa educação familiar e por aí vai, mas cujo jornal da zero hora tem a apresentação de uma pessoa séria e equilibrada, razão de minha audiência. Eu não conseguia me estabilizar com os meus dois neurônios, o Tico e o Teco, em virtude de tudo que via e escutava do Senhor Ministro da Fazenda do governo do Brasil. Por momentos senti uma sensação de um vazio e insegurança total ante as afirmações tais como a economia está em recuperação e crescimento. E mais, que a política econômica planejada estava sendo cumprida com, vamos dizer, pequenos desvios de rota. Em que País vive esse ministro. Como pode falar isto a Nação quando qualquer brasileiro sabe que estamos cavando o fundo do poço para nos enterrar mais ainda. Acho que vestiu a camisa e a camisola da Dilma e se sente muito bem, será por quê? Vai ficar lá por ordem do patrão banqueiro.
Horas antes da entrevista, a agência de avaliação de riscos “Standard & Poor’s” havia rebaixado a classificação de crédito do Brasil com o selo de “mau pagador” com perspectiva negativa, o que significa que pode ser mais rebaixada ainda. Isto significa, no bom português, dinheiro caro para o governo e empresários do Brasil, fomos literalmente jogados na lata do lixo das finanças internacionais. Não seria tão sério se tal rebaixamento trouxesse apenas uma visão restrita ao campo externo das relações comerciais brasileira. Acontece que a medida da Agência de Avaliação S&P traz sinais claros que estamos sem poder de recuperação e que marchamos para a quebradeira geral motivada pela total falta de recursos do País para enfrentar as mais elementares responsabilidades de pagamento tais como, entre outras já contratadas, da área da educação e saúde. Isto está claro com a análise das contas do Brasil e seu poder de arrecadação. Não tem onde buscar dinheiro.
Os governistas se vangloriam com o argumento de que o Brasil tem 370 bilhões de dólares em reservas sem mencionar, entretanto, que a dívida externa já ultrapassou esses valores. A interna já está a caminho dos 3 trilhões de reais. Como nos mover ante tamanha desestruturação econômico financeira que impede o Brasil de se projetar em crescimento e promover desenvolvimento se estamos sem fonte para investimentos. Não há como exalar confiança quando em menos de seis semanas troca-se de intenções e metas planejadas para a economia como o caso do superávit primário. Levy, o ministro da Fazenda, diz que o Brasil alcançará ou ficará próximo a meta de 4,5% de inflação em 2017. Qual será a mágica? Ilude o telespectador menos avisado que estamos em recuperação com saldo na balança comercial, sem explicar que tal fato se deu ante a alta do dólar que reduziu as importações de forma considerável, trazendo resultados positivos mesmo com a queda acentuada nas exportações. Não houve crescimento de produção exportada, mas resultados financeiros pela volatilidade do dólar. Isso significa que nosso parque industrial reduziu produção e empregos.
A verdade é que estamos em um momento que não dá mais para esperar. Algo precisa ser feito para salvar o Brasil. Estamos totalmente sem rumo e prumo. É irresponsabilidade do atual governo continuar no comando do País. Maior irresponsabilidade está nos membros do Congresso Nacional que pelos próprios interesse estão esticando a corda. Soma-se a essa irresponsabilidade, a atuação dos governos estaduais que sabedores do caos que passamos se encolhem confortavelmente em seus estados como nada lhes coubesse neste latifúndio da miséria e lástima política e econômica que vivemos. Não há mais tempo para composição, até mesmo porque não há nada a compor que possa dar um novo rumo e trazer um mínimo de credibilidade ao Brasil. O agora é de ruptura. O que está acontecendo com o Brasil e a passividade da classe política em tomar uma atitude é inacreditável.