Fez o efeito de uma bomba! É a notícia que se confirma para elevar o nível de desesperança no termômetro do já febril estado de espírito do cidadão consumidor sul-mato-grossense: dez por cento! Dos cinquenta e cinco reais para os sessenta ou sessenta e dois foi a elevação do preço do botijão de gás, isto aqui na capital. Se o preço já era elevado para o orçamento do consumidor, agora ele atinge e ultrapassa a altura do monte Everest!
Direi ao prezado (a) leitor (a) que o GLP (gás liquefeito de petróleo), botijão de 13 quilos, poderia ter seu preço até cinquenta por cento menor à disposição de nosso consumidor. Faço essa afirmação estamentado nos conhecimentos que adquiri quando no exercício do mandato de senador da República. Na ocasião, início do ano de 2013, tomei como missão lutar por cinco pontos cardeais que considero deveras essenciais para o desenvolvimento harmônico nos campos econômicos e sociais de nosso estado. Um deles, seria a implantação de uma usina separadora do rico gás boliviano que corre pelo gasoduto Bolívia/Brasil, em nosso território e por uma longa extensão (600 quilômetros) de Corumbá a Três Lagoas. Registrei rico, sim, pois contém mais de cem subprodutos, dentre eles o butano, o propano e a uréia, matérias-primas fundamentais, os dois primeiros para a elaboração do gás de cozinha, o terceiro próprio para indústria de fertilizantes, de que tanto carece a nossa agricultura e as pastagens para atividade pecuária.
Na luta que foi intensa, na Comissão de Assuntos Regionais do Senado, além dos meus companheiros de bancada, senadores Delcídio Amaral e Wlademir Moka, contei com a valiosa presença e colaboração do empresário Ueze Zahran, nosso ilustre conterrâneo e profundo conhecedor do setor, pioneiro da proposta de implantação de uma usina de processamento do gás, no nosso estado e nos demais do Centro-Oeste. O senhor Ueze tem, com fundamentos sólidos, dedicado esforços desde o início do governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso e tem mantido a sua fleugma.
Lembro-me que num dos debates naquela Comissão, o então diretor de gás e energia da Petrobras afirmou que a construção de uma usina separadora de gás em nosso estado e ao longo da linha de gasoduto era para a Empresa um empreendimento anti-econômico e dela não se interessava. Diante de tal afirmação, tão surpreendente, o senhor Ueze Zahran contestou e declarou que a iniciativa privada, se lhe fosse dada a concessão pela Petrobras, tinha condições de implementar a usina, eis que a considerava viável, útil à economia do estado e de aspectos sociais importantíssimos. Ficou acertado que a direção da Petrobras marcaria, em sua sede no Rio de Janeiro, uma reunião para tratar do assunto. Ao que se saiba, até hoje a direção da Petrobras se escusa em promovê-la.
Debalde nossos esforços. Logo surgiram à flor da pele os escândalos intestinos que provocaram intensa disenteria no setor financeiro de nossa maior empresa estatal. Ela continua doentia, nada obstante os esforços de sua nova diretoria, isto poderá permitir nova oportunidade para se focalizar a ideia do senhor Ueze. Quem ganharia, evidentemente, seria a população de nosso estado e, também, do nosso co-irmão Mato Grosso. As vezes vem-me à mente, decepcionado como todos nós brasileiros com os escândalos que surgem diariamente em nosso país, que a Petrobras descurou-se de sua função empresarial ao se submeter aos pecaminosos caprichos dos Cerveró, dos Duques, dos Vacaris et caterva.
O resultado aí está. Deste, agora surge o aumento do GLP – gás de cozinha. Pelo andar da carruagem, outros aumentos virão, como é de costume deste governo lulopetista.