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OPINIÃO

Ruy Sant’Anna: "Cartada de Dilma contra TCU é como rasteira de saci"

Jornalista e advogado

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A rasteira de Saci que o desgoverno Dilma quis dar no TCU acabou derrubando-a fragorosamente. Por definição constitucional, o TCU é um órgão auxiliar do Legislativo. Em nenhum ponto do capítulo em que a Constituição define as atribuições e competência do TCU está escrito que ele integra outro poder, o Judiciário, e que por isso não poderia o ministro relator antes da votação em plenário expressar resumo de seu voto. O TCU é membro auxiliar do Legislativo Federal, e pelo Regimento do TCU tem o ministro relator o dever de enviar a seus pares a minuta de sua decisão.  Só na cachola do governo petista e para satisfazer seu interesse, nessa hora, resolveu ‘igualar” os ministros do TCU a ministros juízes como se fossem magistrados que, decididamente, não são. Dilma errou quando reclamou contra o ministro relator do TCU como se ele, “agora”, fosse ministro e magistrado e, assim, não poderia expressar seu voto resumido e antecipadamente aos demais membros da Corte Fiscal. Quem conhece o rito processual dos tribunais de contas sabe que esse procedimento é normalíssimo. Exigir a cabeça do ministro relator por essa aleivosia governista mostrou o apavoramento palaciano.

Agora, Dilma, pelos seus prepostos, e querendo confundir e tirar proveito tentou a pernada de Saci e se estabacou, assim se lança para a decisão do Congresso que poderá lhe premiar com o impeachment ou cassação. 

Nas marchas á ré do governo Dilma está o novo ministro da Saúde que já mostrou porque foi nomeado: ele é facinho, facinho, pois, sem a Dilma o definir se posicionou pelo sumidouro permanente de dinheiro pela CPMF e com a mão grande do desgoverno tanto na entrada como na saída de dinheiro das movimentações financeiras das pessoas. E ainda teve a cara de pau de dizer que “o povo não vai nem sentir a perda de R$ 2,00 de cada movimentação de mil reais; isto é, quem não tem dinheiro para pegar um ônibus, comprar qualquer tipo de carne ou mesmo salsicha, arroz ou leite, “não vai sentir a perda de qualquer centavo”? Lamentável que Dilma conte com esse rodela falastrão que não tem noção do custo de vida do brasileiro.

Os municípios sul-mato-grossenses sofrem continuamente atrasos e cortes de transferências constitucionais. Os municípios estão com os cofres esvaziados com despesas que assumem, porque Dilma não lhes atende. É grave a situação de prefeituras do interior e capital de MS; a situação está difícil e trágica. Agora, o governo federal do PT, que na campanha eleitoral de 2014 tanto criticou a proposta do PSDB de corte de ministérios, anuncia, de maneira desacreditada, a redução de 10 Pastas. E de um corte de funcionários que deveria ser de 10.000, ficou em só 3.000. A falta de planejamento de Dilma faz o Brasil despencar.

Até agora o governo não mostrou como pretende levar suas promessas. Mesmo assim, a base de apoio de Dilma no Congresso já reclama por mais nomeações O desgoverno patrocina obras superfaturadas e irriga o bolso dos aliados. Tudo isso é feito à custa dos cidadãos, que vêm seu dinheiro, ganho com o suor do trabalho, perder valor, em decorrência da inflação criminosa impulsionada por supostos representantes do povo. 

As jogadas de Dilma contra o ministro relator do TCU nas pedaladas fiscais também é tentada contra o juiz Sérgio Moro, a todo instante para arriscar enfraquecê-lo, paralisar e mudar os rumos da operação Lava Jato. Por tudo isso e por muito mais é que acredito que não devamos nos influenciar e assim acredito que a PF, o MPF e a Justiça Federal não se enfraquecerão pela ação abusada dos aproveitadores. Com a rejeição das contas de Dilma pelo TCU e futura decisão pelo Congresso pela condenação criminal do governo Dilma ela caminha para o impeachment ou cassação. Pela decisão do STF que permitiu a votação do TCU com a sua soberana deliberação o Brasil esta de parabéns.   Assim, que nunca nos dispersemos por causa deles e para favorecimento deles, aproveitadores. Assim, lhe dou o meu bom dia, o meu bom dia pra você.

Editorial

Quando a esperança pede uma pausa

A história da Malha Oeste não precisa terminar no abandono, mas também não pode continuar sendo contada apenas com promessas

14/05/2025 07h15

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Em certos momentos, parar para ajustar a esperança não é desistir, mas uma escolha prudente diante da realidade. Refrear expectativas é um gesto de maturidade coletiva, sobretudo quando se trata de políticas públicas e infraestrutura. É dessa pausa que falamos quando olhamos para o caso da Malha Oeste, ferrovia que atravessa Mato Grosso do Sul de leste a oeste e que há décadas vive em estado de abandono, sob uma concessão que pouco contribuiu para o desenvolvimento que dela se esperava.

A Rumo, atual concessionária, praticamente sucateou a estrutura da Malha Oeste. A inércia foi tamanha que, agora, o governo tenta encaminhar a relicitação da ferrovia, na tentativa de atrair novos investimentos.

Porém, sejamos francos: o trem das grandes expectativas já passa e está passando. Depois que passar, talvez ele nem volte a apitar na mesma estação. O tempo perdido foi demais. As promessas vazias, numerosas. A hesitação custou caro.

Enquanto se aguardava um plano concreto de revitalização, as empresas que poderiam justificar economicamente a reativação da ferrovia seguiram outro rumo. Literalmente. Projetos logísticos começaram a ser traçados de forma independente, como o leitor verá em outras matérias desta edição. Essa movimentação revela que o setor produtivo já não deposita confiança no futuro da Malha Oeste.

Não se trata apenas de frustração com a concessionária. A situação se agrava porque a mesma empresa que negligenciou a Malha Oeste opera, com rentabilidade e eficiência, uma ferrovia no norte do Estado. E é justamente para essa rota que as gigantes da celulose começam a voltar seus esforços logísticos, seja por trilhos ou por rodovias. O efeito dominó é claro: a Malha Oeste vai ficando para trás, esquecida nas margens da história e da competitividade.

Essa tendência é reforçada por uma conjuntura nacional nada favorável. O investimento público em infraestrutura, que já foi motor de desenvolvimento, hoje é cada vez mais raro. Os recursos mínguam e o governo federal parece mais preocupado em alimentar uma máquina pesada e ineficiente. A prioridade, ao que tudo indica, são as emendas parlamentares paroquiais, moeda de troca política que pouco ou nada contribui para transformar realidades estruturais como a da ferrovia sul-mato-grossense.

É por isso que, ao falarmos da Malha Oeste, talvez o mais honesto seja, sim, pausar. Esperar menos para sofrer menos. Não se trata de desistir de lutar por desenvolvimento ou pela reativação dos trilhos, mas de entender que, sem mudanças estruturais, tanto na forma de concessionar quanto de investir, qualquer nova esperança poderá ser apenas mais um vagão vazio passando em vão.

Cabe à sociedade civil, aos empresários e aos líderes políticos pressionar por modelos viáveis e sustentáveis. A história da Malha Oeste não precisa terminar no abandono, mas também não pode continuar sendo contada apenas com promessas. Nesse momento, a pausa na esperança pode ser o primeiro passo para, quem sabe, reconstruí-la com mais responsabilidade e realismo.

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ARTIGOS

Como a Selic a 14,75% afeta o seu bolso

13/05/2025 07h45

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O Banco Central (BC) apertou o freio na economia: elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior nível em duas décadas. A medida é uma resposta direta à inflação que insiste em pesar no bolso do brasileiro, hoje em 5,48% – bem acima da meta oficial de 3% ao ano. Mas o que isso significa, na prática, para quem está longe dos gabinetes e mais perto do supermercado?

A lógica é simples. Quando os juros sobem, pegar dinheiro emprestado fica mais caro. Com isso, as pessoas compram menos e as empresas ficam com mais dificuldade para investir. A ideia é esfriar a economia e, assim, conter a alta dos preços. É um remédio amargo, mas, segundo a teoria, é necessário para manter a inflação sob controle e preservar o poder de compra.

Além disso, essa alta torna o Brasil mais atraente para investidores internacionais. Com juros mais altos, aplicações em reais se tornam mais lucrativas, o que ajuda a valorizar o real frente ao dólar – algo que também influencia no preço de produtos importados.

Apesar de a medida ser um esforço claro para conter a inflação, há uma pedra no caminho: os gastos do governo. Enquanto o BC tenta conter a circulação de dinheiro, políticas públicas que aumentam os gastos, como benefícios sociais ou estímulos ao consumo, podem ir na direção contrária, criando um conflito entre a política monetária (juros) e a política fiscal (gastos públicos).

Isso é chamado de paradoxo da política econômica. Traduzindo: é como tentar enxugar o chão com a torneira aberta. Se o governo gasta muito sem compensar esse aumento com receitas, a dívida pública cresce, o risco de descontrole fiscal aumenta e a inflação pode voltar com força. Nesse caso, o BC pode ser forçado a manter os juros altos por mais tempo – o que prolonga o aperto, ou a inviabilidade, para todos.

Nem todo mundo consegue “evitar dívidas” ou “planejar melhor”, como tanto se recomenda. Para milhões de brasileiros, o salário acaba antes do fim do mês e o cartão de crédito vira a única saída. Nesse cenário, o aumento da Selic é especialmente cruel.

Seguem dicas: o rotativo do cartão é uma das formas de crédito mais caras do mercado. Com juros altos, a dívida cresce em ritmo acelerado. Quem está no rotativo deve, se possível, buscar alternativas, como um empréstimo com taxas menores, por exemplo, o consignado. Fale com o seu gerente do banco para trocar dívida cara por dívida menos cara.

As compras parceladas aliviam o mês, mas podem virar armadilhas. Em tempos de Selic alta, o parcelamento costuma embutir juros cada vez mais altos. Vale fazer as contas antes de fechar a compra – e evitar parcelar bens de consumo não essenciais. Se a renda já está comprometida, negocie. Muitos bancos estão mais abertos à renegociação, especialmente diante de cenários tão desafiadores. Não hesite em buscar condições melhores para alongar ou reorganizar suas dívidas.

Sempre procure orientação. Há programas de educação financeira gratuitos que podem ajudar a organizar o orçamento e tomar decisões mais conscientes, como os oferecidos pelo BC, por cooperativas de crédito e até na internet, mas é preciso cautela com as ajudas buscadas na rede, já que aparecer pessoas que aproveitam dessa fragilidade para te vender soluções mágicas que, da noite para o dia, prometem “transformar a sua vida financeira”.

Para todos – mesmo quem não está endividado – a nova Selic tem efeitos imediatos:

  • Rotativo do cartão de crédito e cheque especial: os juros ficam ainda mais pesados. Pague o total da fatura. Nem que seja com um outro empréstimo, como disse anteriormente, “menos caro”;
  • Financiamentos e compras a prazo: o custo aumenta. Reavalie o momento e a prioridade;
  • Compras do dia a dia: a inflação ainda está presente. Vale comparar preços, trocar marcas e cortar excessos. Evite compras impulsivas;
  • Investimentos: o momento favorece aplicações conservadoras como Tesouro Selic ou CDBs de liquidez diária, que rendem mais com a Selic alta.

O Banco Central já deixou claro que, se a inflação não ceder, os juros podem subir mais. Mas manter a Selic nas alturas por muito tempo traz seus próprios riscos, como frear demais a economia e afetar o emprego.

O equilíbrio entre segurar os preços e cuidar das contas públicas é delicado – e fundamental para que a economia volte a crescer sem penalizar ainda mais quem já está no limite. Enquanto isso, o brasileiro segue entre o aperto e a esperança. Os pensamentos de ordem continuam sendo os mesmos: lucidez e decisões conscientes.

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