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OPINIÃO

Ruy Sant´anna: "Lucro de banqueiros e a pergunta: de onde tirar dinheiro?

Jornalista e advogado

Redação

03/09/2015 - 00h00
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O representante de Dilma no Congresso, seu vice Temer, ao falar sobre a incompetência de sua representada referiu-se como se ela estivesse usando de “transparência” e repetiu essa palavra várias vezes em sua aparição na segunda-feira (31/06/15) no Congresso. Não houve transparência porque esse não é hábito de Dilma. O que acontece é que Dilma está em dívida de explicações com o TCU por falta grave contra a Lei de Responsabilidade Fiscal que até Lula, quando presidente declarou-se indignado contra a mesma. Então o cacoete e mais do que isso, o caráter mentiroso desse e do outro governo petista não pode ser perdoado de uma ora pra outra num “mágico” jogo de palavras como fez o vice presidente Temer (presidente nacional do PMDB). Não dá para engolir essa desfaçatez.

Diante de tantas e inadmissíveis embrulhadas os trabalhadores e empreendedores de todos meios e sofrimentos semelhantes, têm nos banqueiros os únicos que conseguem lucros enormes. O lucro dos bancos oficiais obedeceu a mesma ação dos bancos privados: aumento de receitas de juros. Claro que essas medidas travam toda evolução nacional e agigantam os problemas que estão à vista do povo, menos do governo. Assim, se falta dinheiro para o governo, de onde deve se tirar o dinheiro? Aqui não cabem mais detalhes sobre a situação financeira dos bancos, mas os tenho.

Dilma com seu ministro da Fazenda Levy e o do Planejamento Nelson Barbosa prepararam “estudo” de Programa Orçamentário para o Congresso Nacional como se conseguissem aprovar a criação da nova-velha CPMF e já preparavam enfiar a mão em nossos bolsos. A grita geral do povo, no país inteiro, motivou aos congressistas e até aos da base de apoio posicionar-se contra. É por isso e por causa do TCU estar com os olhos abertos contra as pedaladas e irregularidades orçamentárias é que os petistas do governo preferiram ser “transparentes”.

Enquanto a China que tem problema econômico infinitamente maior que o nosso está diminuindo e tirando impostos. Os “luminares” brasileiros expandem a ganância irracional para aumentar e criar novos impostos. Com tais excessos de impostos aumenta o desemprego, aumenta a inflação e aparece a recessão que travam tudo, porque não há confiança no governo e ele não diminui seus gastos que vivem se atropelando. Mas, os banqueiros vão muito bem obrigado, dona Dilma, pode crer: os banqueiros são lhes imensamente gratos. Nessa exposição de Dilma e seus apoiadores, o povo que se exploda e pague a conta de R$ 30,5 bilhões já para 2016; quer dizer, 2015 já era e o futuro esta ainda mais incerto. Dilma quando fala sobre sua pedalada, faz em tom agressivo e como se não tivesse nada com esse rabo de foguete. Todos falam num tom linear como se estivessem falando de problemas imensos que não se passam no Brasil e eles não tivessem nada a ver com isso.

Os que carregam o país e a nação sobre seus ombros são os produtores rurais. Estes, sempre foram e continuam sendo tratados injustamente, mesmo com uma representante do agronegócio no ceio ministerial de Dilma. De ano a ano aumentam as invasões indígenas em áreas rurais adquiridas de boa fé e tituladas pelo governo. Os produtores não são invasores; são proprietários. Se houver alguma questão jurídica que seja desfavorável aos ruralistas, eles têm que ter suas terras adquiridas pelo governo e pagas com justiça sobre todos os bens acrescidos sobre as terras que eram nuas e hoje produzem.

Os áulicos defensores de Dilma falaram e só disseram uma coisa: amontoaram mais responsabilidades para o povo assumir com o Congresso Nacional. A “transparência do governo” foi mero jogo de palavras. Toda solução econômica e Proposta Orçamentária do governo, é dele mesmo, mas nessa encenação Dilma transfere sua obrigação para “democraticamente” fugir de sua responsabilidade. Dilma quer que o Congresso assuma aumento de impostos que o seu desgoverno não quer assumir. Se bancos bamburreiam dinheiro e “falta” para o governo de onde tirar a grana? É isso. Assim, amigas e amigos, bravos e honestos produtores rurais, mesmo em débito com mais aprofundado comentário sobre seus sofrimentos lhes dou o meu bom dia, o meu bom dia pra vocês.  

ARTIGOS

Melhor idade: um convite para grandes aventuras

03/12/2024 07h45

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As pessoas necessitam de um período para reavaliar as escolhas, explorar novos interesses e adquirir experiências inovadoras. O termo sabático, oriundo do hebraico shabat, está relacionado à tradição judaica de descansar a terra a cada seis anos de cultivo ininterrupto. Na terceira idade, um momento de pausa pode ser especial. Não é uma decisão fácil ou imediata, mas sim fruto de um processo de autoconhecimento e de estar disposto a sair da zona de conforto (ou de desconforto), enfrentando medos e desafios. Para que o projeto se torne exitoso, há três palavras fundamentais: antecedência, organização e planejamento.

Compartilho aqui a experiência que tive com meu marido, Paulo, de nosso período de pausa, após eu pedir afastamento do cargo de gestão que exercia há mais de 10 anos. Apesar de gostar imensamente do que fazia, não desvinculava o cansaço e o estresse que sentia a esse trabalho. Essa constatação me fez refletir e ver que era hora de “passar o bastão”, não sem antes praticar o desapego. O que fazer? O mundo tinha aberto as portas e o céu seria o limite!

Quantas possibilidades! Depois de várias “tempestades de ideias”, decidimos viajar por aproximadamente seis meses para a Europa em 2018, guiados por interesses comuns em história, cultura e arte do Velho Mundo.

Iniciamos a jornada pela Inglaterra e tivemos a oportunidade de conhecer e de interagir com pessoas de várias partes do mundo. Todo o roteiro foi em função do desejo de conhecermos as grandes obras de arte, como as contidas no British Museum, na capital inglesa, no Museu do Prado, em Madri, e no Louvre, de Paris, além de patrimônios históricos e culturais da humanidade, em lugares como Portugal e Alemanha. As vivências espirituais foram outro ponto alto do passeio, em espaços como a Sacré-Coeur, de Paris, o Self Realization Fellowship, de Dublin, e o templo de Neasden, em Londres.

Ao término de nossa viagem, voltamos com uma bagagem extraordinária de vivências e de conhecimentos que gostaríamos de passar para outras pessoas. Descobri o prazer de escrever e publiquei dois livros sobre a experiência, e Paulo entrou para o ramo do turismo. Valeu a pena? Muito!

Essa decisão precisa ter uma razão e um propósito, um plano de ação muito bem estruturado, com definição do tempo da pausa, do destino, dos custos e da preparação para o retorno, garantindo que essa experiência se reverta em crescimento pessoal ou profissional. Desperte sua criatividade e explore potencialidades que talvez nunca tenha imaginado, permitindo-se um período de pausa transformador!

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ARTIGOS

Recomendações de Herman Benjamin para os juízes

03/12/2024 07h30

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Sempre tive uma vontade grande de conhecer pessoalmente o ministro presidente do STJ, Herman Benjamin, paraibano de Catolé do Rocha, e conversar com ele para beber seus vastos conhecimentos jurídicos, filosóficos, teológicos e humanitários tão importantes para sedimentar as suas sentenças e engalanar a cátedra onde sustenta com absoluta competência. Esse sempre foi um dos meus acalentados sonhos.

O ministro está tão próximo da minha cidade Ponta Porã e não pude concretizar essa aspiração em razão da fragilidade da minha saúde. Mas as oportunidades se renovam e quem sabe um pouco mais à frente poderei concretizar esse desiderato precioso. Mas é certo também, em outra vertente, que as suas decisões inseridas nos anais dos tribunais por onde peregrinou e ainda peregrina são sábias e pedagógicas e de valor inigualável. Não são conversas vazias e destituídas de fundamentos esse indicativo lançado pelo articulista. 

São provas robustas e insofismáveis emanadas daqueles que verdadeiramente amam o Direito e ainda consagram a sua vida inteira a serviço da Justiça como instrumento fomentador da paz social. Sim, porque o Direito, embora seja uma ciência abstrata, ele atrai, seduz e nunca chega a satisfazer a inteligência do seu estudioso diante da sua grandeza e do alcance dos seus propósitos.

Desde que nascemos, com o registro de nascimento, até quando morremos, com o atestado de óbito, tudo o que fazemos ou realizamos no curso da nossa peregrinação terrena está regulamentado por normas, regulamentos, portarias, decretos e leis que formam o nosso ordenamento jurídico. Base fundamental para referendar a justa distribuição da Justiça sempre que esse reclamo bater às portas dos juízos, instâncias ou tribunais.

Nessa linha de pensamento e de coexistência pacífica entre o Estado e a sociedade civil organizada surge o Judiciário como instrumento valioso para assentar a paz social, sobretudo quando foi esse o propósito do Estado para chamar para si a responsabilidade de distribuir a Justiça. Como o Estado se trata de um ente abstrato, ele mostra a sua face na pessoa física do juiz como responsável pela aplicação da Justiça. Não pode existir nada mais sublime do que isso. 

Consolidar a paz social com a aplicação da norma jurídica capaz de serenar os ânimos dos que buscam na Justiça o último guardião para a defesa dos seus direitos. E isso se torna mais evidente quando se constata a lisura dos nossos juízes, suas condutas morais, culturais, sociais, éticas e jurídicas no contexto da sociedade em que convive, como expressão maior para conquistar a respeitabilidade dos seus jurisdicionados.

Na primeira entrevista que concedeu, e que está estampada nas páginas amarelas da edição da Veja de setembro/24, disse a cada jovem magistrado com quem se encontra que a ambição da riqueza material ou quem sonha com um emprego glamouroso não deve ser juiz, estará na profissão errada. E sentenciou dizendo que o juiz no exercício da sua função judicante nunca será rico, e quem quer ser rico, não deve fazer concurso para juiz. 

Foi o desabafo diante de tantos tormentos que sacudiram os tribunais estaduais com os afastamentos de desembargadores de seu ofícios judicantes. Mas esse desejo enlouquecido que embrutece o ser humano não reside apenas nos limites do Judiciário. Outras tantas instituições sofrem com esse pesadelo. Nem o papa Francisco com o seu colégio de cardeais rebelde, e de outros tantos padres que se utilizam da sotaina para destruir sonhos justos e santos, vive momentos do seu pontificado sem tormentos. 

Em razão desses ditames, a nossa Carta Constitucional, para evitar essa vontade condenável, reservou aos integrantes do Judiciário as garantias constitucionais da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos como instrumentos robustos para enfrentar os poderosos e vencer os desafios que todos os dias surgem na sua rotina de trabalho.

Parabéns ao nosso Estado, que recebe as mais altas autoridades do Judiciário brasileiro pelo colóquio. Parabéns a nossa sempre linda Campo Grande, terra de José Antônio Pereira, plantador de uma cidade de gente honesta, trabalhadora e que respeita a ordem, a lei e as autoridades constituídas. 

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