A história de muitos povos se baseia comumente na força e no poder das armas. Seus heróis são homens e mulheres considerados fortes, corajosos e valentes. Não se contam quantos morrem nas batalhas, nem quantos sofrem mutilações. Contam-se os troféus, os heróis e os vencedores.
A história do cristianismo é muito diferente e se desenvolve mediante testemunhos e serviços heroicos em favor dos menos favorecidos pela sorte, em favor dos marginalizados e dos que não têm pátria nem nome. Suas identidades são desconhecidas, seus valores desprezados e sua honra simplesmente marginalizada.
São seres que se encontram permanentemente em busca de um lenitivo para suas dores, uma luz para suas esperanças, um conforto para sua solidão e um consolo para seus sofrimentos. São seres iguais a tantos outros necessitados de gestos simples que purifiquem suas mentes, lavem os seus pés e garantam solidariedade e paz.
São homens e mulheres, não portadores de armas e fardas, mas de amor e de misericórdia. Não têm medo das armas, pois também as possuem. Não armas que destroem, mas armas que consolam e defendem da maldade e da violência.
Esses homens e mulheres são os mártires que corajosamente decidem colocar-se junto aos pobres e marginalizados. São homens e mulheres enfrentando os poderosos desse mundo pagão e doando generosamente suas vidas em defesa da fé e do amor ao próximo.
São os mártires de todos os tempos e de todos os lugares. São os mártires do início do cristianismo e são os mártires de nossos dias. Não é na glória humana que reside sua decisão em defender e promover o espírito de solidariedade. O que leva esses homens e mulheres a tomarem essas decisões é o amor a Jesus Cristo, é a dedicação e a confiança à missão abraçada.
Esses mártires não doam seus nomes para monumentos e nem para ruas e praças. Seus nomes permanecem desconhecidos da história das guerras. Mas permanecerão vivos nos corações de todos aqueles e aquelas que cultivam seus sentimentos iluminados pela fé e são alimentados pelo amor cristão.
Esses mártires têm nome, mesmo que o mundo os desconheça. São pais e mães que levam a sério o juramento de amor e fidelidade e se empenham em educar e conduzir santamente suas famílias. Mesmo suportando a pesada cruz das dificuldades na convivência, não desistem de sua sagrada missão.
Esses mártires são os seres humanos que, mesmo amargando alguma doença incurável, não desistem de sua fé em Deus e sua esperança de dias melhores.
Esses mártires são aqueles e aquelas que organizam grupos de evangelização e se infiltram nos meios de comunicação social, nas redes sociais e até nos ambientes hostis aos princípios religiosos. Nesses ambientes, semeiam o testemunho corajoso da justiça e da fé.
São ambientes viciados pelo paganismo, pelo ateísmo e pela indiferença religiosa. São ambientes que desafiam o testemunho de fidelidade aos princípios cristãos. É bom saber que ainda existem esses profetas e mártires da fé. Corajosamente enfrentam ameaças, mas não desistem de sua missão.