Nesse mundo em que nascemos e vivemos, há lugar para todos. Essa verdade pode ser vivida de acordo com o pensar e o agir de qualquer um. Cada qual é livre para escrever sua história, relatar seus feitos e buscar a merecida recompensa.
E isso é motivo para cada qual se realizar naquilo que sua consciência lhe inculca como sendo sagrado e como meio de realização pessoal. E então vai construindo sua identidade e sua santidade respeitando o modo de ser e de pensar dos demais.
A partir disso, aprenderá a conviver com diferentes pessoas, com objetivos muito pessoais. Então será bom pensar e se perguntar: para que agredir alguém quando poderia abraçar? Para que julgar quando poderia respeitar? Para que condenar quando poderia perdoar? Para que desprezar quando poderia conviver harmoniosamente? Para que infernizar o ambiente com ameaças e com violências quando poderia rezar mais em família e em comunidade?
São atitudes reveladoras de tudo quanto brota e se cultiva no íntimo do coração. É bom ter mais cuidado no falar a respeito de quem quer que seja. É sabido de todos que o ser humano é alguém possuidor de bons e de maus pensamentos, de verdadeiras e de falsas atitudes, de sérios e de vulneráveis sentimentos.
Diante disso será preciso pensar com mais respeito antes de julgar alguém em seu modo de pensar. O julgamento é devido somente a Deus. A nós compete respeitar e aprender com as fraquezas de alguém a ser mais humildes no reconhecimento das próprias fraquezas e colocar-se confiante nas mãos misericordiosas de Deus.
Esse modo de ser e essa maneira de agir comportam atitudes mais coerentes com aquilo que a consciência sugere para melhor conviver e para aprender a ser fraterno e solidário.
Na Bíblia sagrada encontramos ensinamentos preciosos que colaboram na criação de ambientes saudáveis para conviver em harmonia com os demais.
Narra o evangelista: “Dois homens subiram ao templo para rezar. Um era fariseu; o outro era publicano. O fariseu, em pé, rezava no seu interior: graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, adúlteros e injustos; nem como o publicano que está ali. O publicano, porém, mantendo-se a distância, não ousava sequer levantar os olhos aos céus, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador”. (Lc. 18, 9-14)
Cada um rezou à sua maneira e dentro de sua realidade. O primeiro mostrou toda sua fidelidade a Deus, sua consciência de estar cumprindo nos mínimos detalhes seus deveres religiosos. Seu pecado, porém, esteve no querer julgar e desprezar o modo de rezar do publicano.
Usou toda sua humildade diante de Deus e toda sua arrogância contra o irmão. Mostrou claramente não precisar da justificação por parte de Deus. Ele próprio quis se justificar. Não falou mentiras. Foi honesto com Deus. Faltou ser solidário e compreensivo com o irmão. Foi desonesto consigo mesmo. Foi falso com sua consciência. Por isso, de acordo com o relato bíblico, o publicano voltou para casa perdoado; e o fariseu não.