Artigos e Opinião

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Venildo Trevizan: "Caminho da glória"

Frei

Redação

05/08/2017 - 02h00
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Somos caminheiros, caminhando nos caminhos da vida. Esperamos que levem a bom termo, conquistando grandezas e glórias. Para uns, poderão ser caminhos complicados e, para outros, poderão ser mais amenos. Todos exigem prudência, preparo e disposição.

Mesmo que no percurso aconteçam contratempos inesperados, será preciso manter acesa a chama da esperança e conviver com certas cruzes dolorosas. Por isso é bom saber que o caminho não é feito apenas de flores. Existem também os espinhos. Imprudente será quem simplesmente sonhar um futuro maravilhoso e não se preparar para as noites escuras.

Precisamos ser audaciosos. Precisamos desafiar nossas energias. Precisamos acreditar em nossas capacidades. Mas precisamos também cultivar a humildade e a prudência, a simplicidade e o amor. Não ter medo dos desafios e das dúvidas, mas examinar e rever constantemente as atitudes assumidas e as metas traçadas.

É bom saber que quanto mais alto desejamos chegar mais perigoso será o caminho. Temos de ter claro isso. Não queiramos nos iludir. Não queiramos apenas nos aventurar. Precisamos calcular e programar. O improviso pode não ser o melhor. Pode desgastar o desejo de uma conquista nobre. Pode destruir um sonho almejado. Pode causar uma amarga decepção.

Creio que ninguém gostaria de passar por isso. E muito menos causar isso a tantos e tantas que estariam torcendo para celebrar uma conquista nobre e uma vitória melhor e mais preciosa na vida. Mesmo que pareça demorar para acontecer, será preciso manter a calma e fortalecer o amor à causa abraçada. Acreditar que tudo é possível.

O caminho está à disposição de todos que sentem o desejo de ir além do comum. Triste deverá ser a vida de quem se contenta com o vulgar. Triste deverá ser a vida de quem não se sentir motivado a desafiar as próprias capacidades e tentar algo de mais valor e mais sério. Essas são pessoas fracas em sua mente e pobres em seus sentimentos.

São pessoas que não evoluíram e não criaram ambiente melhor e mais confortável. São pessoas tão acomodadas que não percebem que o mundo evoluiu, que as redes sociais estão revolucionando a comunicação e que a própria sociedade está diferente, mais criativa e mais exigente. Essas pessoas pararam no tempo de seus antepassados. Não conseguem vislumbrar e construir novos caminhos.

O mundo está precisando de novos caminhos. Caminhos iluminados pela fé, alimentados pelo amor e percorridos na esperança. O mundo está precisando de caminhos mais alegres para chegar à mesa da solidariedade e da partilha. O mundo está precisando de caminhos do reencontro, da misericórdia e do perdão.

São muitos os seres humanos que perderam esse caminho que levaria a Deus. Por isso, falta paz em tantos corações. Faltam palavras de reconciliação. Faltam gestos de perdão e faltam compromissos de comunhão.

Ainda é tempo de pôr-se a caminho da paz. Ainda é tempo de sair do caminho da tristeza e entrar no caminho da alegria. Ainda é tempo de sorrir, sonhar, amar e construir uma vida feliz.

ARTIGOS

Melhor idade: um convite para grandes aventuras

03/12/2024 07h45

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As pessoas necessitam de um período para reavaliar as escolhas, explorar novos interesses e adquirir experiências inovadoras. O termo sabático, oriundo do hebraico shabat, está relacionado à tradição judaica de descansar a terra a cada seis anos de cultivo ininterrupto. Na terceira idade, um momento de pausa pode ser especial. Não é uma decisão fácil ou imediata, mas sim fruto de um processo de autoconhecimento e de estar disposto a sair da zona de conforto (ou de desconforto), enfrentando medos e desafios. Para que o projeto se torne exitoso, há três palavras fundamentais: antecedência, organização e planejamento.

Compartilho aqui a experiência que tive com meu marido, Paulo, de nosso período de pausa, após eu pedir afastamento do cargo de gestão que exercia há mais de 10 anos. Apesar de gostar imensamente do que fazia, não desvinculava o cansaço e o estresse que sentia a esse trabalho. Essa constatação me fez refletir e ver que era hora de “passar o bastão”, não sem antes praticar o desapego. O que fazer? O mundo tinha aberto as portas e o céu seria o limite!

Quantas possibilidades! Depois de várias “tempestades de ideias”, decidimos viajar por aproximadamente seis meses para a Europa em 2018, guiados por interesses comuns em história, cultura e arte do Velho Mundo.

Iniciamos a jornada pela Inglaterra e tivemos a oportunidade de conhecer e de interagir com pessoas de várias partes do mundo. Todo o roteiro foi em função do desejo de conhecermos as grandes obras de arte, como as contidas no British Museum, na capital inglesa, no Museu do Prado, em Madri, e no Louvre, de Paris, além de patrimônios históricos e culturais da humanidade, em lugares como Portugal e Alemanha. As vivências espirituais foram outro ponto alto do passeio, em espaços como a Sacré-Coeur, de Paris, o Self Realization Fellowship, de Dublin, e o templo de Neasden, em Londres.

Ao término de nossa viagem, voltamos com uma bagagem extraordinária de vivências e de conhecimentos que gostaríamos de passar para outras pessoas. Descobri o prazer de escrever e publiquei dois livros sobre a experiência, e Paulo entrou para o ramo do turismo. Valeu a pena? Muito!

Essa decisão precisa ter uma razão e um propósito, um plano de ação muito bem estruturado, com definição do tempo da pausa, do destino, dos custos e da preparação para o retorno, garantindo que essa experiência se reverta em crescimento pessoal ou profissional. Desperte sua criatividade e explore potencialidades que talvez nunca tenha imaginado, permitindo-se um período de pausa transformador!

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ARTIGOS

Recomendações de Herman Benjamin para os juízes

03/12/2024 07h30

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Sempre tive uma vontade grande de conhecer pessoalmente o ministro presidente do STJ, Herman Benjamin, paraibano de Catolé do Rocha, e conversar com ele para beber seus vastos conhecimentos jurídicos, filosóficos, teológicos e humanitários tão importantes para sedimentar as suas sentenças e engalanar a cátedra onde sustenta com absoluta competência. Esse sempre foi um dos meus acalentados sonhos.

O ministro está tão próximo da minha cidade Ponta Porã e não pude concretizar essa aspiração em razão da fragilidade da minha saúde. Mas as oportunidades se renovam e quem sabe um pouco mais à frente poderei concretizar esse desiderato precioso. Mas é certo também, em outra vertente, que as suas decisões inseridas nos anais dos tribunais por onde peregrinou e ainda peregrina são sábias e pedagógicas e de valor inigualável. Não são conversas vazias e destituídas de fundamentos esse indicativo lançado pelo articulista. 

São provas robustas e insofismáveis emanadas daqueles que verdadeiramente amam o Direito e ainda consagram a sua vida inteira a serviço da Justiça como instrumento fomentador da paz social. Sim, porque o Direito, embora seja uma ciência abstrata, ele atrai, seduz e nunca chega a satisfazer a inteligência do seu estudioso diante da sua grandeza e do alcance dos seus propósitos.

Desde que nascemos, com o registro de nascimento, até quando morremos, com o atestado de óbito, tudo o que fazemos ou realizamos no curso da nossa peregrinação terrena está regulamentado por normas, regulamentos, portarias, decretos e leis que formam o nosso ordenamento jurídico. Base fundamental para referendar a justa distribuição da Justiça sempre que esse reclamo bater às portas dos juízos, instâncias ou tribunais.

Nessa linha de pensamento e de coexistência pacífica entre o Estado e a sociedade civil organizada surge o Judiciário como instrumento valioso para assentar a paz social, sobretudo quando foi esse o propósito do Estado para chamar para si a responsabilidade de distribuir a Justiça. Como o Estado se trata de um ente abstrato, ele mostra a sua face na pessoa física do juiz como responsável pela aplicação da Justiça. Não pode existir nada mais sublime do que isso. 

Consolidar a paz social com a aplicação da norma jurídica capaz de serenar os ânimos dos que buscam na Justiça o último guardião para a defesa dos seus direitos. E isso se torna mais evidente quando se constata a lisura dos nossos juízes, suas condutas morais, culturais, sociais, éticas e jurídicas no contexto da sociedade em que convive, como expressão maior para conquistar a respeitabilidade dos seus jurisdicionados.

Na primeira entrevista que concedeu, e que está estampada nas páginas amarelas da edição da Veja de setembro/24, disse a cada jovem magistrado com quem se encontra que a ambição da riqueza material ou quem sonha com um emprego glamouroso não deve ser juiz, estará na profissão errada. E sentenciou dizendo que o juiz no exercício da sua função judicante nunca será rico, e quem quer ser rico, não deve fazer concurso para juiz. 

Foi o desabafo diante de tantos tormentos que sacudiram os tribunais estaduais com os afastamentos de desembargadores de seu ofícios judicantes. Mas esse desejo enlouquecido que embrutece o ser humano não reside apenas nos limites do Judiciário. Outras tantas instituições sofrem com esse pesadelo. Nem o papa Francisco com o seu colégio de cardeais rebelde, e de outros tantos padres que se utilizam da sotaina para destruir sonhos justos e santos, vive momentos do seu pontificado sem tormentos. 

Em razão desses ditames, a nossa Carta Constitucional, para evitar essa vontade condenável, reservou aos integrantes do Judiciário as garantias constitucionais da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos como instrumentos robustos para enfrentar os poderosos e vencer os desafios que todos os dias surgem na sua rotina de trabalho.

Parabéns ao nosso Estado, que recebe as mais altas autoridades do Judiciário brasileiro pelo colóquio. Parabéns a nossa sempre linda Campo Grande, terra de José Antônio Pereira, plantador de uma cidade de gente honesta, trabalhadora e que respeita a ordem, a lei e as autoridades constituídas. 

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