Costumamos destacar e valorizar o amor de mãe. A esse amor atribuímos valores e grandezas edificantes. Nada mais sagrado, nada mais sublime do que o amor de mãe. E onde fica o amor de pai? Será que o pai não ama tanto quanto a mãe? Ou até mais?
Sabemos que a origem do homem e da mulher é uma só. Ambos são criados à imagem e semelhança de Deus. Mas cada qual com características próprias, com sua índole pessoal e com seus dons específicos. Ambos necessitando amar e ser amados para concretizarem sua vocação e sua presença no mundo.
O amor de mãe é conhecido de todos. É um amor intuitivo, emotivo e bastante possessivo. A verdadeira mãe não quer jamais perder a posse e a guarda dos filhos. Para ela os filhos não deveriam crescer e nem se independizar. Deveriam permanecer bem junto a ela. Já que não há possibilidade de guardá-los no ventre, quer guardá-los no coração e nas mãos.
O amor de pai já é um amor mais racional e silencioso. O pai revela seu amor através de atitudes de apoio às iniciativas do filho incentivando-o a realizar descobertas de novos caminhos e de novos projetos. Sentir-se-á amado pelo filho quando corresponder a seus planos e desejos.
Sentir-se-á contrariado, e até desgostoso, quando o filho tomar outro rumo, ou assumir outra profissão que não seja do desejo do pai. E será muito difícil aceitar essa atitude e essa decisão. E o pai guardará no silêncio do coração essa contrariedade e essa mágoa, sabendo que pouco ou nada poderá fazer para convencer o filho em mudar de idéia.
O amor de pai é tão verdadeiro quanto o amor de mãe. Expressões diferentes, atitudes diferentes, mas o amor será sempre uma maneira nobre de transmitir ao filho a riqueza e a grandeza do sentimento paterno e materno. É o desejo de sempre se orgulhar por aquilo que conseguir transmitir e herdar.
E o orgulho consistirá na certeza de ver o filho vitorioso e vencedor. Nisso verá coroado o seu amor e o seu empenho em ter incentivado o filho a trabalhar e lutar para conquistar um lugar de honra na sociedade.
O amor de pai não será apenas um amor sentimental e um amor humano. Ele será tambem um amor divino e sagrado. Pois o verdadeiro pai será aquele que todos os dias se colocará na presença de Deus Pai para agradecer o milagre de ser pai e de conseguir transmitir um pouco dessa paternidade aos filhos.
Em sintonia com a sabedoria de Deus é que o pai conseguirá respeitar a índole e a iniciativa de cada filho. E ficará na torcida para que cada filho faça o melhor e consiga o mais perfeito em seus planos e em sua vida.
O amor de Pai deverá ser tambem um meio de revelar aos filhos o tão grande e maravilhoso amor que Deus Pai tem por todos nós. Um amor compassivo, um amor apaixonado e um amor misericordioso.
O amor de pai só será autêntico enquanto estiver em sintonia com o amor de mãe. Ambos serão responsáveis em assegurar aos filhos que é na união e na fidelidade que se constrói o verdadeiro amor e a tão sonhada felicidade.