Francisco de Assis, reconhecidamente tratado como o “pobre de Assis”, por sua coragem em desfazer-se dos bens materiais e revestir-se de bens espirituais, iniciou sua missão de anunciar o Evangelho a todos os homens e mulheres que estivessem dispostos a ouvir. Antes de anunciar, assumiu a vida de pobreza como ideal para melhor servir a Deus.
Seu testemunho atraiu a muitos e fez deles homens de fé e de amor, transformando corações, mudando mentalidades e construindo uma igreja aberta para os pobres, para os leprosos e para os pecadores. Seu jeito simples encantou o mundo e marcou presença na memória e na fé de todos quantos se encontravam em busca de Deus.
E hoje está sendo, não apenas uma lembrança, mas um compromisso para quem esteja empenhado em trazer ao mundo uma luz nova e uma esperança sonhada de paz e de bem. O Papa Francisco assumiu como missão difundir esse espírito franciscano e formar uma fraternidade universal em meio a esse mundo ferido pela corrupção e pela violência.
Está difícil encontrar ambiente onde se possa celebrar essa fraternidade. Está difícil olhar para os semblantes e sentir solidariedade e simplicidade. Os semblantes andam carregados de dúvidas e de incertezas, por faltar a paz nos corações.
As pessoas andam inquietas. O tempo não está propício para esclarecer e resolver questões de fé, questões de amor e questões de confiança. Há uma descrença generalizada. Há muita gente que não crê num mundo melhor. Há quem duvide da sinceridade no amor. Há quem não acredite na possibilidade de confiar nas pessoas.
E o que dizer de Deus? Até a respeito dele surgem dúvidas angustiantes. Mas é bom saber que ele não duvida de nenhum dos seres humanos, de nenhuma de suas criaturas. Por mais frágeis que sejam, Deus continua acreditando e confiando sua luz e sua bênção.
Francisco de Assis aprendeu isso em seus momentos de recolhimento e de confidência com o Pai. Sentiu-se o homem mais livre do mundo, no dia em que devolveu ao pai biológico tudo o que o prendia a esse mundo. Foi quando saiu pelos caminhos e pelos bosques, aclamando: “Meu Deus e meu tudo”! De alma livre, convidava os pássaros, as águas, as florestas e as flores para com ele entoarem os louvores a Deus.
De coração desprendido, animava a todos se converterem e tratarem uns aos outros como irmãos. A quem encontrasse pelo caminho, saudava alegremente, desejando “Paz e Bem!”. Uma saudação que brotava de um coração feliz por ter encontrado um Deus feliz.
Como seria bom se os homens e as mulheres de hoje se inspirassem nesse pobre de Assis e, por onde passassem, deixassem apenas mensagens de Paz e Bem. Unidos ao coro dos pássaros, aclamassem alegremente: “Meu Deus e meu tudo”!
Creio que isso transformaria a face da terra. Cessaria a violência. Desapareceria a corrupção. E renasceria a Paz e o Bem para todos e entre todos. E os homens olhariam uns aos outros com um olhar mais fraterno e mais solidário.