No seletivo mundo das marcas premium, ser e incorporar novidades é indispensável. E é disso que se vale o Audi Q5. O modelo importado da Alemanha foi o último utilitário esportivo médio entre os fabricantes de luxo a desembarcar no Brasil. No mundo, nada mais fez do que seguir um caminho aberto pela BMW, com o X3, e acompanhado por Mercedes-Benz, com o GLK, e, de certa forma, pela Volvo, com o XC60. Mas por ter sido o último a chegar às vitrines brasileiras, em junho passado, eleva o Q5 ao posto de novidade no nicho. De quebra, ainda agrega um visual mais arrojado no confronto com os dois rivais alemães e uma dose de tecnologia bem superior à do modelo sueco. Por esses e outros motivos, o Q5 registrou uma média de 28 unidades mensais em 2009 – superior às 24 unidades/ mês do GLK e às 7 do X3, o mais antigo da turma. Só fica atrás mesmo do Volvo XC60, que teve 128 emplacamentos mensais em média. E por razões óbvias: o modelo sueco começa por menos de R$ 140 mil, bem mais barato que os concorrentes. O Q5 parte dos R$ 205.840 na versão 2.0 TFSI Attraction e chega a R$ 220.763 na intermediária 2.0 TFSI Ambient. A configuração top é a 3.2 FSI Ambition, que começa em R$ 263.300. O que o faz ter uma ampla faixa para brigar com o X3 – R$ 241 mil a R$ 269 mil – e com o GLK, cuja única versão vendida por aqui, a 280, parte dos R$ 225.500. Desde o modelo mais “simples”, o Q5 oferece equipamentos quase obrigatórios na esfera dos fabricantes de luxo. Na segurança, seis airbags – duplo frontal, laterais dianteiros e do tipo cortina –, controles eletrônicos de estabilidade, de tração e de descidas, freios com ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência, faróis de xenônio com regulagem de altura e retrovisor eletrocrômico. No conforto, itens normais como ar-condicionado automático duplo, direção hidráulica, trio elétrico, revestimento em couro, banco do motorista com ajustes elétricos, computador de bordo e controle de cruzeiro. O modelo também traz sistemas de entretenimento e conectividade com nomes pomposos, encontrados em outros modelos da marca. Como o Audi Infotainment Plus, que conjuga em uma tela de 6,5 polegadas informações sobre ar, sensores, iluminação, temperatura externa e relógio. Dentro dele também está o Audi Music Interface, sistema de som com disqueteira para seis CDs, rádio, leitor de MP3 e WMA e entradas para USB e iPod, além de 10 alto-falantes e Bluetooth. O som pode ser manipulado pelos controles no volante multifuncional. A versão intermediária Ambiente custa R$ 220.763 e tem a mais, em relação à Attraction, sensores de obstáculos dianteiros e traseiros com auxílio gráfico, retrovisores externos com desembaçador e rebatíveis eletricamente, ar com três zonas, sensor de chuva e borboletas no volante para troca de marchas sequenciais. A transmissão, aliás, é a automatizada S-Tronic, com sete velocidades e dupla embreagem. Ela trabalha com a tração integral chamada pela Audi de Quattro e com o motor 2.0 com turbocompressor e injeção direta. O propulsor gera 214 cv de potência entre 4.300 rpm e 6 mil rpm. Já o torque máximo de 35,7 kgfm fica disponível a partir das 1.500 rotações até os 4.200 giros. O caso é que nessa configuração, as maiores bossas tecnológicas do Q5 só aparecem como opcionais. Casos dos faróis autodirecionais, do teto solar panorâmico e de outros sistemas mais sofisticados e com nomes garbosos. O Audi Side Assist é um sistema que inclui sensor de mudança de faixa e alerta para veículo nos pontos cegos nas laterais. O Keyless-go abre e trava as portas por meio de um sensor de presença. O Audi Drive Select configura suspensão, transmissão e direção para um modo de condução esportiva ou mais urbana. Além deles, a lista inclui ainda o controle de cruzeiro adaptativo, que monitora a distância mínima para o veículo à frente, e o sistema de som dinamarquês de alta definição Bang & Olufsen. Com todo este recheio, o preço do Q5 fica um pouco mais salgado: R$ 253.411. No seletivo mundo das marcas premium, realmente incorpora-se novidades em doses generosas. Mas cobra-se bem por isso.