A previsão do Banco Central é de que o Produto Interno Bruto (PIB) terá um crescimento de 0,5% em 2017 e a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficará abaixo de 4% neste ano.
A manutenção da estimativa de alta do PIB para este ano acontece apesar da instabilidade provocada pelas delações de executivos da J&F, que controla o frigorífico JBS, de que o presidente Michel Temer teria dado aval para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.
Em 2016, o PIB brasileiro caiu pelo segundo ano seguido e confirmou a pior recessão da história do país, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na última semana, o mercado financeiro previu uma alta de 0,4% para o PIB de 2017.
Estimativas de inflação do Banco Central
No caso da inflação, a autoridade monetária projetou, no documento divulgado nesta quinta-feira, que o IPCA ficará em 3,8% em 2017. Em março deste ano, a previsão era de que a inflação oscilaria entre 3,9% e 4% neste ano.
Para 2018, a estimativa da autoridade monetária é de que a inflação oficial do Brasil ficará entre 3,9% e 4,5% - patamar um pouco abaixo da última estimativa do BC, feita em março, de que o IPCA ficaria entre 4% e 4,5% no ano que vem.
Para 2017 e para o próximo ano, a meta central é de 4,5% e o teto é de 6%. Deste modo, o BC estimou uma inflação abaixo do objetivo central para este ano.
Em 2015, o IPCA somou 10,67% e estourou o teto de 6,5% vigente para o período. Já no ano passado, a inflação oficial retornou para o limite do sistema de metas, ao somar 6,29% - abaixo do teto de 6,5% fixado para 2016.
O mercado financeiro estimou, na semana passada, que o IPCA, a inflação oficial do país, ficará em 3,64% neste ano e em 4,33% em 2018.
Taxa de juros
A queda nas previsões de inflação do Banco Central, com um valor abaixo meta central de 4,5% para este ano, e em linha com o objetivo central em 2018, é um indicativo de que o BC tende a manter o processo de corte dos juros básicos da economia, atualmente em 10,25% ao ano.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC já efetuou seis reduções seguidas na taxa Selic, sendo as últimas de 1 ponto percentual. Para o fim de 2017 e de 2018, o mercado projeta que a taxa básica de juros da economia recue para 8,5% ao ano.
As decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) da instituição, colegiado formado por diretores e presidente do BC, são "prospectivas", ou seja, são tomadas olhando para as expectativas de inflação para os próximos meses e anos.
Neste momento, o BC já olha o cenário do final de 2017 e de 2018 para tomar as próximas decisões sobre a taxa de juros (com meta central de 4,5% e teto de 6% para a inflação).