karine cortez
A agência do Banco do Brasil, localizada na Avenida Afonso Pena, esquina com a Rua 13 de Maio, em Campo Grande, permaneceu fechada durante todo o dia de ontem, para evitar a penhora de R$ 41,5 milhões em favor de Edyjaime Eduardo Furtado, conforme decisão do juiz da 5ª Vara Cível, Geraldo de Almeida Santiago, da última quarta-feira. Na tarde de quinta-feira, depois que o expediente já havia terminado, um oficial de Justiça esteve na agência para fazer a intimação, mas foi impedido de entrar no prédio. Temendo que o oficial voltasse hoje ao local, a gerência do banco decidiu fechar as portas e a maioria dos funcionários não compareceu para trabalhar. Apenas alguns orientavam os clientes nos terminais eletrônicos. “Por questão de segurança e para preservar nossos clientes decidimos fechar”, informou ontem, a assessoria de imprensa do Banco do Brasil.
Ainda ontem, no fim da tarde, o desembargador Oswaldo Rodrigues de Melo, da 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, suspendeu a decisão que obrigava o Banco do Brasil a pagar os R$ 41,5 milhões. A briga que resultou na ação milionária teve início em 1992 e foi interposta pela empresa Giordani Costa Hotéis e Turismo LTDA, na época de propriedade do filho do ex-governador de Mato Grosso do Sul, Harry Amorim Costa, Luis Carlos Giordani Costa que repassou a ação para Edyjaime.
Processo
Consta na sentença do juiz Geraldo de Almeida Santiago, que em 1992, a empresa solicitou empréstimo ao banco por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro Oeste (FCO) para fazer a ampliação do Hotel Pousada Quero-Quero – situada às margens do Rio Paraguai, em Corumbá – e a partir de então, teriam sido praticadas várias irregularidades por parte da instituição credora, inclusive, a não liberação integral dos valores do financiamento.
Ainda conforme o documento, a situação criada pelo Banco do Brasil resultou em problemas pessoais para Luis Carlos abalando o relacionamento dele com o cunhado, sogro e sogra. Além disso, consta que para viabilizar a conclusão da obra do hotel, os proprietários tiveram que recorrer a novos empréstimos em outras instituições financeiras e depois tiveram que se desfazer da propriedade. A ação esta correndo desde 2005, e já gerou vários processos na Justiça. O Banco do Brasil sempre recorre das decisões para não pagar a ação milionária.
Até mesmo uma audiência de reconciliação foi realizada, mas nenhum representante do Banco do Brasil compareceu.