OSCAR ROCHA
A banda Jennifer Magnética em seu segundo álbum, “O verdadeiro underground”, que será lançado, no sábado, aposta que cada canção tem perfil distinto, revelando caminhos sonoros próprios. “Para a gente, cada disco tem uma identidade. Neste, não tivemos medo de fazer uma canção diferente da outra no que se refere à produção. Fazíamos o que a música pedia”, explica o guitarrista Jean Stringheta, que forma a banda ao lado de Rodrigo Faleiros (baixo) e Diogo Zárate (bateria). O resultado é uma espécie de pop progressivo, unindo a familiaridade da música popular com as viagens instrumentais do rock da década de 1970.
Para chegar ao resultado, a tática foi utilizar o próprio estúdio como um instrumento, assim como usaram a guitarra, o baixo e a bateria. Por esse motivo que efeitos sonoros aparecem em vários momentos. “Não tivemos a preocupação, na hora de gravar, em como seria a reprodução ao vivo, tanto que agora usaremos trechos de gravações em show para reproduzir o que se ouve no disco”, aponta o guitarrista. Os trabalhos em estúdio aconteceram durante 10 meses, com fases mais intensas no início da gravação. “Na pré-produção, que já contava com a participação do produtor Fralda, Alex Cavalheri, decidimos que trataríamos cada música de uma maneira diferente, sem se preocupar em haver semelhanças entre elas, mas se houvesse, seriam naturais. Por isso usamos muitos timbres, instrumentos e efeitos diferentes”, conta Jean. O produtor teve participação importante no resultado obtido pelo grupo em estúdio. “Ele é uma espécie de George Martin da nossa banda (referência ao produtor dos Beatles). Depois que compomos as músicas e fizemos um primeiro arranjo ou esboço delas, nos o chamamos para os ensaios e a partir daí ele participou da elaboração do todo até a gravação. Temos muita confiança nele como produtor musical e engenheiro de gravação.” O espírito que norteou a gravação pode ser entendido pelo registro da faixa “Ela”. No primeiro esboço do arranjo, os integrantes avaliaram que a música pedia sons que podiam ser feitos por outros instrumentistas. “Chamamos alguns músicos da cidade que contribuíram para que ficasse da forma que queríamos”, lembra Jean.
O título do disco, “O verdadeiro underground”, é uma brincadeira em torno da transgressão que muitos enxergarm no rock. “Conversando com um amigo, ele apontou esta ideia: o underground real estava em áreas com bares decadentes, prostituição e não na cena roqueira. A partir daí, nos inspiramos nesses elementos para compor as músicas. Achamos na região da antiga rodoviária imagens que puderam ser usadas na parte gráfica do CD”. Com material lançado, o grupo pretende intensificar as investidas fora do Estado - em fevereiro, participou do Grito Rock, em Cuiabá. “Antes da finalização do álbum, ficou difícil fazer shows fora, mas agora queremos tocar pelo Mato Grosso do Sul e outros estados”, planeja Jean.