Quando a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu Cesare Battisti na fronteira entre Brasil e Bolívia, no município de Corumbá, o italiano estava com US$ 6 mil e € 1,3 mil. Isso caracterizou crime de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A prisão dele foi feita na quarta-feira (4) e hoje o flagarante foi convertido em prisão preventiva.
O italiano, condenado a quatro assassinatos na década de 1970, deu sinais de que estaria em processo de fuga do país porque além do dinheiro, estava com várias bagagens. Por isso, hoje, em audiência de custódia, o juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Odilon de Oliveira, determinou que ele permanecesse preso.
“Os depoimentos colhidos na fase policial reforçam os fatos quanto aos indícios da prática de evasão de divisas. Diga-se o mesmo em relação ao indiciamento por lavagem de dinheiro”, disse o juiz.
A quantidade de dinheiro que Cesare tinha consigo é superior ao permitido pela legislação brasileira e também ele não tinha comunicado às autoridades competentes que estaria com essa quantia.
O preso atualmente vive no Brasil sob condição de refugiado, ele chegou ao país em 2004 e apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter determinado sua extradição, em 2009, no ano seguinte o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva não autorizou o ato.
“Inobstante, não se houve o cuidado e o dever que deveria ter, no país acolhedor, em relação à postura que lhe impõe a legislação brasileira. Seus antecedentes, gravíssimos, impõem a decretação de sua prisão preventiva, essencialmente por conveniência da efetiva aplicação da lei penal”, explicou o juiz federal em seu despacho.
Cesare Battisti poderia temer por uma extradição, pelo fato de a Itália ainda manter empenho na medida, e deu sinais que iria para a Bolívia de forma definitiva. No Brasil, o italiano tem um filho e é casado com uma brasileira.