O Bloco Democrático Reformista (BDR), formado pelo PSDB, PPS e DEM, reagiu ontem ao desafio do governador André Puccinelli (PMDB) dizendo que está com a “tropa na estrada” para enfrentá-lo na sucessão estadual. O bloco alegou ainda que não depende mais de Puccinelli para levar adiante seu projeto político. “Já estamos com a tropa na estrada, ele (André) que não está vendo. Nossa tropa já está fazendo poeira”, disse Athayde Nery, presidente regional do PPS. O movimento que começou com a pressão dos aliados para o governador iniciar as conversações sobre alianças eleitorais está ganhando contornos de separação definitiva e pode chegar ao ponto de o enfrentamento dos antigos aliados tornar-se inevitável. “Conversei com a Marisa e vamos tocar nossa vida”, afirmou o vice-governador Murilo Zauith, presidente regional do DEM. “Vamos dar início aos projetos do bloco a partir do final desse mês”, completou. “Isso é tropa na rua”, interpretou Athayde. Ele acrescentou que “dar início aos projetos” inclui viabilizar recursos para a candidatura ao Governo do Estado e buscar alianças. “Já est amos com agenda para irmos a São Paulo conversar com o Serra, vamos lançar o escritório político do bloco em Campo Grande e definir um projeto de governo”, contou. Conforme Athayde, o bloco fez atos políticos em pelo menos sete cidades no ano passado. No encontro direto com eleitores, as lideranças sentiram o estímulo à terceira via. “Esse projeto não tem nada a ver com o André, não tem nada a ver com o Zeca (ex-governador José Orcírio dos Santos)”, assegurou. “Quem tem um candidato hoje à Presidência da República é o bloco. Nós não temos nada a ver com o André mais”, frisou. Athayde declarou que já não importa a data em que o governador vai chamar as lideranças partidárias para discutir o projeto eleitoral. “Ele pode ter o ‘time’ (tempo) dele inclusive para julho, para nós não importa isso. O nosso ‘time’ é esse, de estar todo dia construindo um projeto”, comentou. As declarações de Athayde são em resposta ao governador, que reagiu com ironia à possibilidade de o PSDB lançar a candidatura da senadora Marisa Serrano à sucessão estadual. Puccinelli mandou os aliados que estão insatisfeitos colocarem “a tropa na estrada”. Ele disse ainda que o tempo dele é diferente do tempo “dos outros” porque ele trabalha. Por isso, só vai conversar sobre política a partir de 31 de março. Para Athayde, as atitudes de Puccinelli mostram que a eventual candidatura de Marisa preocupa. “Se tem uma candidata que está tranquila do ponto de vista de um projeto nacional, essa candidata é a Marisa, porque tem o Serra, que hoje é o virtual presidente da República”, concluiu.