Cidades

Princípio de incêndio

Bombeiros atendem ocorrência na gráfica do TJ

Bombeiros atendem ocorrência na gráfica do TJ

Laís Camargo e Anahi Zurutuza

17/04/2011 - 16h46
Continue lendo...

Um princípio de incêndio aconteceu agora há pouco na gráfica do Tribunal de Justiça. Um ventilador caiu sobre uma bateria de empilhadeira, causando o fogo. O agente patrimonial notou o ocorrido e chamou os bombeiros, que chegaram em cinco minutos e controlaram o fogo.

Mudanças Climáticas

Rio Paraguai atinge marca crítica e prejudica o transporte hidroviário em MS

Com chuvas previstas para outubro, mas abaixo do esperado, atividades econômicas que dependem da navegação devem enfrentar impactos ainda maiores

08/09/2024 09h44

Continue Lendo...

Em decorrência de chuvas abaixo da média e seca extrema o nível do Rio Paraguai segue caindo, conforme apontou o registro de 11 centímetros. Em Assunção, no Paraguai, a marca foi de -77 centímetros, quebrando o recorde histórico nesta região em 121 anos de medição.

No dia 13 de maio conforme noticiado pelo Correio do Estado, pela primeira vez na história, a Agência Nacional das Águas (ANA) decretou "seca" no Pantanal

Durante a reunião, na última sexta-feira (6), entre o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, representando Mato Grosso do Sul, e especialistas, foram apresentados dados das chuvas e níveis dos rios, assim como previsões para as próximas semanas.

Fazem parte da sala de crise representantes do Centro Nacional de Monitoramento de Alertas e Desastres Naturais (Cemaden), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do Serviço Geológico do Brasil e do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

O cenário é preocupante diante de chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas. Conforme destacou o secretário Jaime Verruck, o nível do Rio Paraguai segue caindo. Veja os índices conforme a marcação da régua de Ladário:

  • Julho: 74 centímetros;
  • Agosto: 17 centímetros;
  • Setembro: 11 centímetros (medição feita em 06/09/2024).


Em Porto Murtinho, em um mês, a régua caiu de 169 centímetros para 128 centímetros. Com isso, a barragem da Usina Hidrelétrica de Manso, em Mato Grosso (MT), segue liberando água na tentativa de amenizar a situação do Rio Paraguai, que continua minguando em decorrência da longa estiagem e da chuva abaixo da média.

“O que está claro, de acordo com os dados apresentados, é que a situação sinaliza para um aumento do nível crítico. Só teremos chuvas a partir de outubro, ainda assim abaixo do esperado. Isso já traz consequências graves para atividades econômicas importantes, como a agropecuária e o transporte hidroviário, sobretudo de minérios, que está praticamente suspenso e com restrições para outros setores”, pontuou Verruck.

Com o nível baixo da água, o governo do Estado está executando obras de manutenção em alguns pontos do rio para garantir a navegabilidade. “O Governo do Estado e o DNIT aguardam autorização do Ibama para executar essas obras em seis pontos abaixo do tramo sul”, acrescentou Verruck.

TRANSPORTE HIDROVIÁRIO

Por conta da escassez de chuvas desde outubro do ano passado, o rio Paraguai demorou a subir no começo do ano e ficou abaixo de um metro já no final de junho. O nível máximo dois de apenas 1,47, ante 4,24 registrados no ano passado. Em consequência, os volumes transportados pela hidrovia despencaram quase 50% no primeiro semestre do ano. 

Nos primeiros seis meses do ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) foram transportadas 4,51 milhões de toneladas pelo Rio Paraguai a partir dos portos em Corumbá e Porto Murtinho. Em igual período deste ano, o volume caiu para 2,28 milhões de toneladas. 

No primeiro semestre do ano passado, as exportações de minério de ferro renderam 368,3 milhões de dólares à economia local. Neste ano, foram apenas 164,6 milhões, conforme dados da Carte de Conjuntura do Comércio Exterior. Parte desta queda no faturamento deve-se à redução nas cotações internacionais do minério, da ordem de 25% neste ano.  

DRAGAGEM

A partir do momento em que o rio fica abaixo de um metro na régua de Ladário, o transporte de minérios é praticamente suspenso. Agora, porém, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) promete iniciar, até meados de setembro, o trabalho de dragagem para manter o transporte durante o ano inteiro

De acordo com a superintendência regional do DNIT, no chamado Tramo Sul, entre Corumbá e Porto Murtinho, foram identificados “18 passos críticos e 15 passos potencialmente críticos” que necessitam de intervenção.

Em alguns deles as empresas de transporte são obrigadas a desconectar os comboios e passar as 16 chatas uma por uma, o que atrasa as viagens em mais de um dia, inclusive quando o rio está em cerca de 1,5 metro.

Ainda conforme o DNIT, “a dragagem de manutenção promove um novo arranjo do leito, retirando sedimentos de um canal natural identificado e depositando-o dentro do próprio rio, em ponto que não traga riscos à navegação”.

Esta metodologia de trabalho, explica a superintendência, “visa não reduzir a altura da lâmina d'água, o que significa que a dragagem de manutenção não interfere no ciclo de transbordamento do rio”. 

Intervenções semelhantes já são feitas no chamado tramo norte, entre Corumbá e Cáceres (MT), “há mais de 20 anos sob licença e acompanhamento anual pelo IBAMA, que emitiu pareceres afirmando que as atividades apresentam baixo impacto ambiental e que estes são provisórios e reversíveis”. 

** Colaborou Neri Kaspary

Assine o Correio do Estado

Aviação

Hangar do Campo de Marte tem 'ordem de despejo' após uma disputa de duas décadas

Foi nele que no dia 7 de agosto, a Polícia Civil apreendeu um avião que fazia parte da frota utilizada por traficantes do Primeiro Comando da Capital

08/09/2024 09h00

Divulgação Infraero

Continue Lendo...

Faz 22 anos que a disputa se arrasta na 4ª Vara Civil Federal de São Paulo: a Tucson Aviação diz que não pode ser despejada porque presta um serviço que não pode ser licitado pelo governo e porque sofreria prejuízos irreparáveis. Há mais de duas décadas ocupa um hangar de 3,8 mil m² no Aeroporto de Campo de Marte de São Paulo, na zona norte da capital paulista, sem nenhum contrato.

Foi nele que no último dia 7 de agosto a Polícia Civil apreendeu um avião que seria de uma frota usada por traficantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) para transportar cocaína. Agora, a Justiça decidiu que a Tucson terá de sair de lá.

O lugar, antes gerido pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), foi concedido à PRS Aeroportos S.A. em março de 2023, que obteve em agosto a decisão de reintegração de posse da área, suspendendo uma liminar em vigor desde fevereiro de 2003. O imbróglio do hangar, um dos maiores do Campo de Marte, envolve ainda um personagem conhecido do mundo dos negócios: o empresário Marco Antônio Audi, que esteve ligado à tentativa de salvar a Varig da falência no começo dos anos 2000

VARIGLOG E LULA

Audi era um dos sócios da Volo do Brasil, que comprara a VarigLog, braço que cuidava do transporte de cargas da Varig. Acabaria destituído da empresa porque a Justiça entendeu que ele acobertava o chinês Lap Chan e o fundo Matlin Patterson para driblar a legislação que estabelecia que empresas aéreas com rota doméstica tinham de ser controladas por brasileiros.

Convocado para depor no Senado, Audi revelou ter pago ao advogado Roberto Teixeira, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, US$ 5 milhões para "remover obstáculos da venda da VarigLog para a Volo do Brasil" - a VarigLog entraria em recuperação judicial em 2009 e iria à falência em 2012. Procurado, Teixeira não comentou as declarações de Audi.

Já naquela época, Audi enfrentava uma batalha com a Infraero pela posse do hangar no Campo de Marte. Em 1999, sua empresa, a Tucson, havia assinado um acordo com a estatal dos aeroportos para renovar a concessão da área - desde 1972 o empresário, que representava no Brasil o fabricante dos helicópteros Robinson, trabalhava no Campo de Marte.

O contrato venceu em 2002 e não foi renovado pela Infraero, que pediu à Tucson que desocupasse o hangar. E concedeu um prazo de dez dias.

A empresa entrou na Justiça para impedir o despejo. Alegava ser responsável por 400 empregos e pela manutenção de mais de 300 helicópteros no País de 25 tipos diferentes. Pedia a prorrogação do contrato para evitar riscos insanáveis e obteve o direito de permanecer no lugar sem contrato. E afirmava que o serviço prestado pela empresa não era sujeito à licitação em razão do nível técnico avançado. Chegou, inclusive, a pagar parte dos débitos atrasados com a Infraero para conseguir convencer a Justiça.

Em 28 de agosto de 2008, a juíza Taís Borges Ferracini Gurgel decidiu contra a Tucson. Segundo ela, não fora a inadimplência, mas o fim do contrato que levou à reintegração de posse da área do hangar em favor da Infraero. E, mesmo que a estatal quisesse prorrogar o contrato, ela teria de licitar novamente a área. Em 2015, no entanto, a desembargadora Alda Bastos, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), acolheu recurso de Audi, que dizia ter havido cerceamento de sua defesa, e anulou a sentença anterior da juíza.

Durante esses anos, a empresa acumulou dívidas com o governo por não pagar o aluguel do terreno onde estava o hangar e porque não recolheria impostos. As dívidas chegaram a R$ 165 milhões. Só em 2023, a Infraero pediu à 4.ª Vara Federal que reconhecesse que todas as provas já haviam sido produzidas no caso e que o sentenciasse.

NOVO CAPÍTULO

No mesmo ano, a Infraero concedeu o Campo de Marte à empresa PRS Aeroportos por 30 anos. Foi a PRS que entrou com novo pedido para que a Tucson desocupasse o hangar. E deu prazo de dez dias.

Audi mais uma vez recorreu. Estava então inadimplente havia dois anos, segundo a ação movida pela PRS. Até que a juíza Raquel Fernandez Perrin deferiu o pedido da concessionária. "Em razão da alteração do contexto fático jurídico, entendo que não subsiste amparo legal à manutenção da liminar."

A defesa da Tucson embargou a nova decisão para que o TRF-3 mais uma vez decidisse se a empresa poderia permanecer em uma área pública concedida sem contrato e sem pagar nada. O capítulo mais recente da disputa ocorreu na sexta-feira, quando o desembargador Marcelo Saraiva, do tribunal, negou os embargos da empresa e confirmou a decisão que obriga a Tucson a desocupar o hangar.

"Restou, portanto, claramente evidenciado que a Tucson ocupa indevidamente área de propriedade da União - e ora concedida à requerente - há mais de 20 (vinte) anos, baseada em decisão precária, cujos requisitos legitimadores, mais do que não estarem presentes, estão sendo claramente descumpridos", concluiu o magistrado.

PCC. Foi nesse mesmo hangar que no dia 7 de agosto, agentes do 30.º Distrito Policial (Tatuapé), sob o comando do delegado Marcos Galli Casseb, apreenderam o avião Bandeirante Embraer EMB-110, que pertenceria a uma frota comprada por traficantes ligados ao PCC.

A aeronave, avaliada em R$ 5 milhões, que permanece no hangar, está registrada em nome do piloto Pablito Baena Castilho e era operada pela Bimava Táxi Aéreo. De acordo com as investigações da polícia, o piloto teria vínculo com um narcotraficante que transportava cocaína para cartéis mexicanos e foi alvo da Operação Terra Fértil da Polícia Federal, feita em julho.

A TUCSON

O advogado Nilton Severi, que defende a Tucson no processo, afirma que, por exercer um serviço operacional, a empresa tem direito a renovações de contrato, independentemente de licitação Ele se ampara no artigo 40 do Código Brasileiro de Aeronáutica, que prevê que "dispensa-se do regime de concorrência pública a utilização de áreas aeroportuárias pelos prestadores de serviços aéreos, para suas instalações de despacho, escritório, oficina e depósito ou para abrigo, reparação e abastecimento de aeronaves"

A Tucson contesta a ordem para desocupar o imóvel porque ela foi tomada em uma ação movida em separado pela PRS. "A empresa teria de ir aos processos que já estão em curso e não promover uma nova ação", afirma o advogado. "Não houve alteração fática, a não ser a substituição da Infraero pela PRS, que justifique a desocupação." Outro ponto questionado é que o espaço foi concedido à PRS antes da conclusão dos processos principais, ou seja, em meio ao imbróglio judicial. Todas as ações foram reunidas para julgamento conjunto na 4.ª Turma do TRF-3.

O advogado nega que a Tucson esteja inadimplente. Ele afirma que a empresa depositou mais de R$ 2 milhões em uma conta judicial a título de locação pelo hangar. Os valores levam em conta a correção pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), conforme previa inicialmente o contrato, hoje vencido, mas a Infraero vem defendendo que o montante está muito abaixo do valor praticado.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).