Cidades

BRASIL

Brasil tem 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva, diz estudo

Brasil tem 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva, diz estudo

AGÊNCIA BRASIL

13/10/2019 - 14h55
Continue lendo...

Estudo feito em conjunto pelo Instituto Locomotiva e a Semana da Acessibilidade Surda revela a existência, no Brasil, de 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva. Desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa. A surdez atinge 54% de homens e 46% de mulheres. A predominância é na faixa de 60 anos de idade ou mais (57%). Nove por cento das pessoas com deficiência auditiva nasceram com essa condição e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que metade foi antes dos 50 anos. Entre os que apresentam deficiência auditiva severa, 15% já nasceram surdos. Do total pesquisado, 87% não usam aparelhos auditivos.

“A deficiência auditiva é uma deficiência que se agrava com o passar dos anos. E como o Brasil está passando por um processo de envelhecimento da população, hoje já temos 59 milhões de brasileiros com mais de 50 anos e, em 2050, vamos chegar com mais de 98 milhões de brasileiros com mais de 50 anos de idade, essa é uma tendência que só vai crescer”, disse Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. Completou que a “sociedade, claramente, não está preparada para isso”.

Nesse cenário de envelhecimento crescente da população brasileira, Meirelles destacou que oferecer condições de inclusão para as pessoas com deficiência auditiva é cada vez mais importante, “porque o número dessas pessoas só vai crescer”.

Dificuldades

Dois em cada três brasileiros relataram enfrentar dificuldades nas atividades do cotidiano. “Com isso, eles se divertem menos, têm menos chance no mercado de trabalho, não têm as mesmas oportunidades educacionais que os ouvintes têm”. A falta de acolhimento e inclusão limitam o acesso dos surdos às oportunidades básicas, como educação (somente 7% têm ensino superior completo; 15% frequentaram até o ensino médio, 46% até o fundamental e 32% não possuem grau de instrução).

Vinte por cento das pessoas com deficiência auditiva idosos não conseguem sair sozinhas, só 37% estão no mercado de trabalho e 87% não usam aparelhos auditivos. “Porque é muito caro e inacessível para a maioria dessa população”, disse Meirelles. “E como a população surda teve menos oportunidade de estudar do que a população ouvinte, como tem mais dificuldade no mercado de trabalho do que a população ouvinte, o dinheiro para conseguir o aparelho é ainda mais difícil. Esse conjunto de preconceitos que existe na sociedade acaba criando um círculo vicioso que não possibilita que os surdos e os ouvintes tenham as mesmas oportunidades de se dar bem na vida.”

“Quando comecei no meu trabalho, as pessoas pensavam que eu não era capaz de fazer as coisas. Demorou demais para que elas acreditassem que eu tinha capacidades, mas às vezes ainda me olham com discriminação e desconfiança por eu ser quem sou”, afirmou uma mulher com deficiência auditiva de 30 anos, entrevistada em São Paulo.

Autônomos

Entre os tipos de ocupação desempenhada pelas pessoas com deficiência auditivo com 18 anos de idade ou mais destacam-se empregado no setor privado (43%) e trabalhador por conta própria (37%). Segundo Renato Meirelles, “essas pessoas desistiram de arrumar emprego e passaram a empreender para garantir o seu sustento”.

A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 5 de setembro passado, com 1,5 mil brasileiros surdos e ouvintes. No total, o Brasil possui 50,30 pessoas com deficiência. Nove em cada dez brasileiros afirmaram ser favoráveis aos direitos das pessoas com deficiência.

A pesquisa mostra que a maior parcela de pessoas com deficiência auditiva está na Região Sudeste (42%), seguida pelo Nordeste (26%) e Sul (19%). Já as regiões Centro-Oeste e Norte detêm os menores percentuais de surdos (6% e 7%, respectivamente). Das pessoas com deficiência auditiva, 28% declararam ter também algum tipo de deficiência visual e 2%, deficiência intelectual.

Uma parcela de 14% dos brasileiros com problemas auditivos disseram não se sentir à vontade e poder falar sobre quase tudo com a família; 40% sentem isso em relação a amigos, contra 11% e 34% da população de forma geral. A sondagem revela, ainda, que pessoas com deficiência auditiva severa têm três vezes mais chance de sofrerem discriminação em serviços de saúde do que pessoas ouvintes.

Mundo

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) existem 500 milhões de surdos no mundo e, até 2050, haverá pelo menos 1 bilhão em todo o globo. 

ENSINO

Prefeitura cria escola para dar cursos de educação no trânsito à motoristas, pedestres e ciclistas

A escola vai promover capacitações, treinamentos, simuladores de situações de risco e atividades voltadas para crianças e adolescentes

22/03/2025 11h30

A escola municipal de trânsito fica localizada na Avenida Gury Marques, 2395, no bairro Universitário, nas intermediações da sede da Agetran

A escola municipal de trânsito fica localizada na Avenida Gury Marques, 2395, no bairro Universitário, nas intermediações da sede da Agetran Foto: Roberto Ajala / Divulgação - Prefeitura de Campo Grande

Continue Lendo...

Coordenado pela Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), Escola Municipal de Trânsito é criada em Campo Grande para capacitar motoristas, pedestres e ciclistas com cursos de educação nas vias públicas.

Com o objetivo de formar cidadãos mais conscientes e promover um trânsito seguro e sustentável, a Prefeitura de Campo Grande lançou, nesta sexta-feira (21), a Escola Municipal de Trânsito.

Esta iniciativa oferecerá cursos, treinamentos e atividades educativas, preparando desde crianças até condutores para uma convivência harmoniosa no trânsito.

Segundo a prefeitura de Campo Grande, a criação da escola integra o Plano de Governo da administração municipal, que define ações estratégicas para fortalecer a infraestrutura e aprimorar os serviços públicos ao longo dos próximos anos.

De acordo com o diretor-presidente da Agetran, Paulo Silva, o trabalho na unidade de educação para crianças e adolescentes abrangerá desde o ensino fundamental até o ensino médio, incluindo os 7º, 8º e 9º anos, bem como as escolas municipais que oferecem o ensino médio.

Já para os jovens e adultos a Escola de Trânsito contará com um espaço próprio, equipado com salas de aula para cursos que serão oferecidos à população pela gerência de trânsito em parceria com as escolas municipais.

"Nossa ideia é seguir um modelo semelhante ao adotado pelo Estado, que oferece, no ensino médio, um curso de trânsito que permite ao aluno, ao completar 18 anos, vencer algumas etapas das aulas teóricas exigidas na formação para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Queremos implementar esse modelo no município, antecipando a conscientização sobre a segurança e o respeito no trânsito desde cedo", destacou Paulo Silva.

A Escola Municipal de Trânsito fica localizada na Avenida Gury Marques, 2395, no bairro Universitário, nas intermediações da sede da Agetran.

ESPAÇO EDUCACIONAL

Regina Duarte, Presidente do Conselho Estadual de Trânsito e presidente do Fórum Nacional dos Conselhos de Trânsito, comemorou o projeto e disse que a escola terá também um papel importante junto às empresas, indústrias, comércios, entre outros.

“É muito importante porque a administração de Campo Grande, pela primeira vez, se adéqua à legislação federal, já que a lei exige que todo órgão executivo municipal de trânsito tenha sua escola pública de trânsito e, agora, a cidade vai ter a sua. A escola vai atender não só na educação, mas toda a sociedade com a capacitação, o treinamento e as formações. É muito importante para a sociedade.”

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), destacou a frota veicular da capital como um indicativo da importância de se investir na educação dos motoristas no trânsito. 

"Em Campo Grande, há aproximadamente um veículo para cada 1,9 habitantes, o que evidencia o tamanho da nossa frota circulante. Se não investirmos em educação para o trânsito desde a base, começando pelas escolas municipais e conscientizando os cidadãos sobre a importância do cuidado e do respeito às regras viárias, enfrentaremos sérios problemas nos próximos anos. Observamos que, especialmente no centro e nos bairros próximos, os horários de pico já exigem atenção redobrada e reforçam a necessidade de pensar na mobilidade urbana e nas transformações que a cidade precisa. Os desafios são grandes, e é fundamental planejarmos um futuro mais seguro e organizado para o trânsito", afirmou Adriane.

MASCOTE DA ESCOLA

Durante o evento de inauguração da Escola Municipal de Trânsito foi revelado que a Arara-Canindé será o mascote da unidade educacional;

A Arara-Canindé estilizada como agente de trânsito, de acordo com a prefeitura, simboliza o compromisso da escola com a educação para o trânsito, e a preservação ambiental, sendo uma espécie nativa de Campo Grande e símbolo da biodiversidade urbana.

Segundo a Agetran, a Arara-Canindé é uma figura icônica em Campo Grande, e sua escolha como mascote reflete a identidade local e a missão da escola. A arara representa a sabedoria, a comunicação e o respeito à natureza, e ela será um elo de ligação entre o aprendizado sobre segurança viária e a conscientização ambiental.

AÇÃO

Hospital Universitário realiza reunião com indígenas de Dourados para fortalecer acesso a saúde

Com compromisso de oferecer um atendimento mais humanizado, o Comitê do HU dialogou com lideranças na casa de reza da Aldeia Bororó

22/03/2025 11h00

O encontro do HU de Dourados com os indígenas ocorreu na Oga Mitã'i Potyrory - Casa de Reza Ñandesy Tereza, reuniu profissionais de saúde, representantes da comunidade indígena e gestores do hospital integrante da Rede Ebserh.

O encontro do HU de Dourados com os indígenas ocorreu na Oga Mitã'i Potyrory - Casa de Reza Ñandesy Tereza, reuniu profissionais de saúde, representantes da comunidade indígena e gestores do hospital integrante da Rede Ebserh. Foto: Divulgação / HU-UFGD

Continue Lendo...

Com o objetivo de qualificar o atendimento à população indígena e fortalecer o diálogo intercultural, o Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) realizou nesta semana uma reunião com indígenas da aldeia Bororó na Casa de Reza Ñandesy Tereza.

No encontro promissor que ocorreu na quinta-feira (19), a troca de saberes entre a comunidade indígena e os profissionais da saúde foram pilares para o Hospital Universitário firmar um compromisso com o atendimento mais humanizado para a saúde indígena em Dourados. 

A ação realizada pelo Comitê de Saúde Indígena (CSIN) buscou construir, de forma coletiva, o Seminário de Saúde Indígena, previsto para ser realizado no dia 8 de abril, no auditório da UFGD.

“Este seminário será um espaço formativo aberto à comunidade interna e externa, no qual o cuidado intercultural será abordado a partir da perspectiva e vivência das pessoas indígenas, protagonistas nesse processo de cuidado”, explicou Jacqueline Cristina Dos Santos Fioramonte, enfermeira e coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde com ênfase em Atenção em Saúde Indígena do HU-UFGD/Ebserh.

A coordenadora do programa também explica a importância deste encontro dentro do território indígena. “A cada dia se torna mais evidente a necessidade de aproximação do cuidado terciário com o território, pois é no território que as pessoas vivem, constroem sua saúde e compartilham o cuidado no cotidiano, dentro das casas e com suas famílias. Reconhecer esse contexto torna-se fundamental para qualificar as ações de saúde”, destacou Jacqueline.

Participaram do encontro o superintendente, Hermeto Paschoalick, o gerente de Atenção à Saúde, Tiago Amador Correia, a gerente administrativa, Danielly Vieira Capoano, membros do Comitê de Saúde Indígena, coordenação e tutora da Residência em Saúde Indígena, coordenação da residência em Saúde Mental e Atenção psicossocial, residentes psicólogos, nutricionistas e enfermeiros de Saúde Indígena do HU-UFGD/Ebserh. Representantes da comunidade indígena, incluindo lideranças religiosas, também estiveram presentes.

Ao final do encontro, os participantes receberam a benção da Ñandesy Tereza, uma das lideranças espirituais da comunidade, marcando simbolicamente a intenção de fortalecer o respeito e a integração entre os saberes tradicionais e os serviços de saúde ofertados pelo Hospital Universitário.

ASSISTÊNCIA PRECÁRIA

Desde fevereiro de 2023 reportagens do Correio do Estado já denunciavam a assistência e acesso precário da saúde nas comunidades indígenas de Dourados.

Conforme já informado pelo jornal, mesmo com repasses milionários, saúde indígena administrada pelo Hospital e Maternidade Indígena Porta da Esperança, em Dourados, está desassistida.

Durante a visita a unidade hospitalar, uma ex-funcionária do local, que preferiu não se identificar para a reportagem, informou que presenciou diversos casos de desassistência, negligência e falta de alimentos e de materiais de higiene para os pacientes indígenas internados no hospital.

A equipe do Correio do Estado que esteve presente na época no território indígena, também visitou o Posto de Saúde Indígena Jaguapiru l.

No local indagamos duas servidoras públicas que atendiam os indígenas na farmácia do posto sobre a disponibilidade no estoque de alguns medicamentos básicos como dipirona e paracetamol, em resposta, a farmacêutica nos informou que não tinha estes medicamentos no posto.

Questionamos se é recorrente a falta de medicamentos no posto, informação que nos foi passada pela comunidade indígena. As atendentes responderam que há sim falta de remédios disponíveis para os indígenas.

Foi perguntado também quais são os sintomas mais recorrentes de atendimento na unidade, de acordo com o relato, dores de cabeça, dor no corpo como na coluna por exemplo, são os mais recorrentes.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).