Faltando três dias para terminar o ano, o município de Três Lagoas pode começar janeiro sem que o seu orçamento para 2011 seja aprovado pela Câmara de Vereadores. Ate o final da tarde desta terça-feira, o presidente da Câmara de Vereadores, Fernando Milan (PMDB), não havia convocado a sessão extraordinária para a votação.O orçamento municipal necessita de duas sessões para ser aprovado Como a sessão, conforme o regimento, precisa ser convocada com 48 horas de antecedência, o mais provável é que esse orçamento só seja votado no final do recesso do legislativo municipal, em fevereiro de 2011.
A primeira sessão aconteceu no dia 14 de dezembro, quando o orçamento foi aprovado com três emendas, depois de muita briga envolvendo os vereadores da bancada e oposição. Na ocasião, os cinco vereadores Jorge Martinho e Fernando Milan(PMDB), Angelo Guerreiro (PDT), Celso Yamaguti (DEM) e Idevaldo Claudino (PT), votaram a favor da emenda que previa a redução de 40% para 5%, do percentual de suplementação ou remanejamento do Orçamento para 2011. A votação das emendas terminou empatada em 5 a 5, mas o vereador Milan, ao repetir o voto, derrubou o parecer contrário da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara.
Após a votação um mandado de segurança foi impetrado pelo vereador Jurandir da Cunha Viana Junior, professor Nuna (PMDB) e uma liminar judicial expedida pela juíza Drª. Rosângela Alves de Lima Fávero, da Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos, excluiu os votos de Fernando Milan do projeto da Lei Orçamentária 2011.
O presidente da Câmara não quis comentar o assunto e afirmou aguardar decisão judicial com relação ao recurso impetrado pelos vereadores para as providências.
Briga interna
Com 10 vereadores, a Câmara de Três Lagoas tem hoje um empate técnico. Cinco vereadores apóiam o executivo e cinco se uniram como oposição. O início da crise aconteceu com a eleição da nova mesa diretora quer rachou o PMDB em Três Lagoas e transformou dois aliados da ex-prefeita Simone Tebet em verdadeira oposição . Os vereadores Jorge Martinho (PMDB), ex-secretário de saúde na gestão de Simone e Fernando Milan, atual presidente da Câmara e ex-chefe de gabinete nos dois primeiros anos do mandato da vice-governadora, se aliaram aos vereadores da oposição, Angelo Guerreiro(PDT) e Celso Yamaguti(DEM) e criaram na cidade o que vem sendo chamado de G-4.
A oposição à atual prefeita, Márcia Moura (PMDB) tem se agravado nos últimos dias com as audiências para a discussão da renovação ou não do contrato com a Sanesul e a votação do orçamento da Prefeitura para 2011. Com relação ao orçamento, o vereador do PT, Idevaldo Claudino, que antes era a oposição solitária no legislativo municipal, votou com o G-4 e aprovou emendas que “engessam” as finanças da Prefeitura. Claudino foi o único vereador da oposição a comparecer na eleição da mesa.
Mesmo com a ausência dos quatro vereadores, o professor Nuna Viana(PMDB) foi eleito para o biênio 2011-2012.