Um tratamento diferente. Não usa remédio, mas é eficaz na melhora de crianças internadas no setor pediátrico do Hospital Universitário (HU) de Campo Grande. A interação de cachorros com os pacientes mirins faz parte do projeto Cão Terapeuta, realizado pelo hospital em parceria com a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
“Conseguimos estimular o riso e a interação dos pacientes do setor pediátrico com a vinda dos animais para o setor. A melhora psicológica deles reflete no tratamento, tornando-os mais abertos e comunicativos, e isso, ajuda na recuperação física”, disse o enfermeiro responsável pela Enfermaria Pediátrica do HU, José Aparecido Rezende, de 30 anos.
Para receber os cachorrinhos, as crianças precisam estar aptas, ou seja, o projeto só vai na ala do hospital onde os pacientes já estão em recuperação avançada, sem risco e sem gravidade.
Pacientes como Pedro Henrique, de 8 anos, diagnosticado com diabetes tipo 1, receberam nesta terça-feira (6), a bulldog francesa “Apple” e o shih tzu “Mufasa”, dois cãezinhos dóceis que fizeram a alegria das crianças internados no HU. Os bichinhos, muito calmos, ficaram no colo das crianças, e mesmo no chão, eram acariciados o tempo todo pelas crianças.
O responsável pelo setor, José Rezende, ainda reforçou a importância do projeto para o tratamento das crianças: “É perceptível que as crianças que recebem os animais apresentam um quadro de melhora diferente. Eles se mostram mais abertos e comunicativos, ficam felizes e mais bem dispostos. Essa terapia é vital para desviar a atenção das crianças, dos acompanhantes, da família e da própria equipe, que lidam com uma carga pesada todos os dias, que é a doença”.
Para participarem do projeto, os cães são selecionados de acordo com o temperamento que eles apresentam aos estudantes da Católica. Conforme são analisados, é traçado o perfil de cada animal e assim eles são escolhidos para participarem das visitas. Além de “Apple” e “Mufasa”, o projeto ainda conta com 1 labrador e 3 border collie, que por serem cães de uma raça mais ativa, participam de atividades animadas, com brincadeiras agitadas.
O projeto traz alegria para as crianças, mas é preciso lembrar que existem alguns cuidados necessários no trato com os animais, já que eles entram em uma área do hospital e por isso, são higienizados de forma cuidadosa para estarem perto dos pacientes.
“Eles tomam banho anti séptico, são vacinados e sempre muito bem higienizados, para poderem ficar em contato com as crianças internadas, sem oferecer risco à saúde delas”, explicou João Pedro de Oliveira Nantes Afonso, de 22 anos, que faz parte do Projeto Cão Terapeuta há 8 meses.
O PROJETO
O projeto Cão Terapeuta começou em Campo Grande em 2014 e as visitas começaram apenas em 2015.
Na Capital, o projeto ainda tem parceria com instituições como AACD, AMA, APAI, Lar Peniel e as visitas caninas acontecem uma vez por semana em cada instituição.
Para o participante do Cão Terapeuta, João Pedro, é importante perpetuar essas parcerias, para que o bem estar trazido aos pacientes tenha continuidade.