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OPERAÇÃO OSTIUM

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Caças da Força Aérea já interceptaram mais de 3,5 toneladas de cocaína

Rede de radares monitora o espaço aéreo 24 horas por dia, à procura de voos clandestinos do tráfico

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Apenas neste ano já foram interceptadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) mais de 3,5 toneladas de cocaína em voos clandestinos da Bolívia para o Brasil. Resultado de ações de unidades de caça, na maioria das vezes do Esquadrão Flecha, da Ala 5 (antiga Base Aérea de Campo Grande).  

Apesar do conhecimento público dos resultados, a FAB não dá detalhes sobre essas atuações, argumentando a necessidade de garantia de segurança das intervenções e dos pilotos. 

Geralmente, as interceptações empregam caças A-29 Super Tucano, com o apoio do E-99, aeronave radar que participa das atividades de controle do espaço aéreo brasileiro dentro da permanente Operação Ostium.  

Somente no primeiro semestre do ano, mais de 3,5 toneladas de cocaína foram apreendidas em interceptações aéreas de voos clandestinos vindos da Bolívia. 

O entorpecente tinha como destino Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, de onde carregamentos da droga seguem por terra para os portos marítimos, em direção ao exterior.  

Em junho, por exemplo, uma ação conjunta das forças de segurança de Mato Grosso, Polícia Federal e FAB interceptou aeronave com mais de 490 quilos de cocaína. 

A carga foi embarcada na Bolívia, e o piloto não tinha plano de voo autorizado. Recentemente, 420 quilos foram barrados na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Cinco pessoas envolvidas no tráfico foram presas.

Ações simultâneas

As ações de domingo, quando houve a interceptação simultânea de dois aviões a serviço do tráfico de cocaína, são exemplos do policiamento aéreo. O trabalho culminou com a apreensão de pouco mais de 1 tonelada do entorpecente.

Na prática, a grande maioria dos aviões apreendidos com droga tem atuação da FAB, ainda que no resultado seja divulgado apenas o trabalho realizado já em terra pela Polícia Federal ou organismos policiais estaduais.

No domingo, a Força Aérea barrou duas aeronaves classificadas como suspeitas, segundo informações de inteligência da Polícia Federal, reforçando a capacidade de monitoramento e atuação na fronteira. 

O procedimento envolveu quatro caças A-29 Super Tucano e um E-99, além de todo o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Sisdabra).

Na ação, um monomotor modelo EMB-720 Minuano foi interceptado a nordeste de Campo Grande. Ele foi abordado e passou pelos procedimentos de averiguação e persuasão. 

A aeronave foi escoltada até o pouso obrigatório em Rondonópolis (MT), onde a Polícia Federal assumiu o controle. Os pilotos foram presos com 487 quilos de cocaína  

Já na segunda ação, um bimotor B-58 Baron foi interceptado a sudoeste de Campo Grande, sendo orientado a pousar em Três Lagoas. 

O bimotor não cumpriu as determinações e se evadiu, realizando pouso forçado em campo não preparado, localizado em Ivinhema. Ele estava com 518 quilos de cocaína a bordo.  

O piloto do avião, Nélio Alves de Oliveira, estava em liberdade desde dezembro de 2018. Ele e o copiloto, Júlio César Lima Benitez, foram localizados pela Força Tática da Polícia Militar escondidos em uma mata.  

Nélio foi vereador de Ponta Porã na década de 1980, período em que chegou a presidir a Câmara. Também foi vice-prefeito da cidade, eleito em 1988. 

CORONAVÍRUS

Atraso da vacina atualizada da Covid atrai críticas de fora da política ao governo Lula

No início da semana, a pasta atribuiu a demora na compra das vacinas ao processo de compra

19/04/2024 16h00

Integrantes da comunidade científica, profissionais de saúde, entre outros grupos, lançaram nesta semana um abaixo-assinado cobrando do Ministério da Saúde a entrega das vacinas preparadas para novas variantes. Myke Sena / Ministério da Saúde

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O atraso na compra da vacina atualizada da Covid tornou o governo Lula (PT) alvo de críticas que extrapolam o campo da política e grupos como o centrão.

Integrantes da comunidade científica, profissionais de saúde, entre outros grupos, lançaram nesta semana um abaixo-assinado cobrando do Ministério da Saúde a entrega das vacinas preparadas para novas variantes e mais medidas para fortalecer o combate à doença que matou ao menos 3.012 pessoas em 2024 —cerca do dobro das 1.544 mortes confirmadas por dengue no mesmo período.

"É inadmissível o total abandono que estamos vivendo em um país reconhecido mundialmente por nossas campanhas de vacinação e por um governo eleito com esta pauta", afirma o texto publicado no site "Qual Máscara?", que reúne informações sobre o combate ao novo coronavírus.

Procurada nesta sexta-feira (19), a Saúde não se manifestou sobre as críticas. No início da semana, a pasta atribuiu a demora na compra das vacinas ao processo de compra e afirma que faz o possível para agilizar o contrato.

O documento recebeu originalmente 15 assinaturas. Mais de 1.780 pessoas aderiram à carta após o texto ser divulgado nas redes sociais.

A conduta negacionista de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia e o desdém do ex-presidente pelas vacinas foram fortemente explorados por Lula na campanha eleitoral de 2024. A falta de novas doses, agora, levanta críticas à gestão petista.

Em fevereiro, a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, afirmou no X que a vacina adaptada à variante XBB chegaria ao Brasil no mês seguinte. Em março, a ministra Nísia Trindade prometeu começar a vacinar grupos prioritários em abril.

O imunizante, porém, ainda não foi comprado, o que fez a Saúde adiar o começo da campanha de imunização da Covid-19.

Integrantes da Saúde esperam fechar nesta sexta-feira (19) a compra da vacina da Moderna. O Departamento de Logística da pasta já deu aval para adquirir 12,5 milhões de doses, por R$ 725 milhões.

A ideia do ministério é que um primeiro lote chegue ao Brasil em cerca de uma semana. Como é preciso distribuir os imunizantes aos estados e municípios, a nova projeção é de começar a campanha em maio.

"Vai haver uma necessidade anual de atualização [das doses]. O Brasil é que dormiu no ponto, não comprou as vacinas", afirma Monica De Bolle, professora de economia na Universidade Johns Hopkins e mestre em Imunologia e Microbiologia pela Universidade de Georgetown. Ela também assina a carta publicada no site "Qual Máscara?".

De Bolle diz que a vacina bivalente, última ofertada pelo SUS, já está desatualizada e não protege corretamente contra as formas predominantes da Covid-19.

"A bivalente tem dois pedaços da proteína Spike, que é a de superfície do vírus, a principal, que conecta o vírus às nossas células. Essa vacina tinha a versão original da Spike, ainda do vírus que emergiu de Wuhan, e mais uma versão da Spike de uma variante da Ômicron que não está mais em circulação", explica. "Como nem o vírus original de Wuhan nem essa variante específica estão em circulação, a bivalente é uma vacina que não adianta muita coisa."

A Anvisa aprovou há quatro meses o uso no Brasil da vacina da Pfizer para a variante XBB. Em março, concedeu o mesmo aval para o imunizante da Moderna.

O ministério afirma que planejava uma compra de imunizantes no meio de 2023, mas aguardou estas novas versões surgirem no mercado. A Saúde abriu um processo de compra emergencial das 12,5 milhões de doses após o aval dado à Pfizer.

O período de lances para a proposta de contrato da vacina começou em 8 de março. Participaram da disputa Pfizer e Moderna, que apresentou menor preço. Mais de um mês depois, ainda não há desfecho da compra. A Saúde espera anunciar a contratação nesta sexta, e atribui o atraso aos recursos apresentados na inédita disputa de duas empresas por um contrato de vacina do SUS.

A carta direcionada à Saúde, publicada no site "Qual Máscara?", também reclama da entrega de doses desatualizadas às crianças.

"Ainda em 2023, as crianças ficaram privadas da dose atualizada da versão infantil da vacina bivalente, tendo de contar apenas com as vacinas produzidas para as cepas originais, que não estão mais em circulação. A vacina mais atual, desenvolvida contra a variante XBB, está disponível para o público do hemisfério norte desde setembro de 2023, com dose de reforço já liberada para a vacinação de idosos nos Estados Unidos desde fevereiro de 2024", diz o texto.

O mesmo documento mostra preocupação com o número de doses da compra emergencial, que não cobre nem sequer grupos prioritários, também aponta falta de dados confiáveis sobre a doença e baixa testagem no Brasil.

A Saúde afirma que também fará outra compra regular de vacinas —o plano da pasta é adquirir cerca de 70 milhões de imunizantes neste ano.

"Países como os Estados Unidos, Dinamarca, Japão, Chile e Paraguai já vacinam a população desde o segundo semestre de 2023 [com doses preparadas para a XBB]. O Ministério alega que as vacinas bivalentes protegem igualmente (o que não é verdade), mas cidades como o Rio de Janeiro sinalizam a falta completa de estoque de vacinas bivalentes para Covid", afirma ainda o grupo, na carta direcionada à Saúde.

Nas redes sociais, o divulgador científico Atila Lamarino também questionou a estratégia do governo Lula sobre a Covid. "Com tantos sinais conflitantes, queria entender qual estratégia pretendem seguir e o porquê", disse em publicação no X.

Questionada sobre críticas que a atual gestão pode receber pela falta de doses no início da semana, Ethel Maciel disse que o ministério fez todo o possível para acelerar o contrato.

"A gente depende da aprovação da Anvisa [do registro da vacina atualizada], que aconteceu em dezembro. A gente iniciou a compra, que está acontecendo agora. Tivemos essa questão do pregão, com duas concorrentes. Do ponto de vista do Ministério da Saúde, tudo o que poderia ser feito para que o processo fosse o mais célere possível, foi feito", disse a secretária.

Agetran

Ex-dono de autoescola assume direção da Agetran para gestão do trânsito em Campo Grande

O pastor Paulo Silva estava no comando da Funsat, e assumiu hoje a Agência de Trânsito da Capital

19/04/2024 15h27

Elogiado pela prefeita, Paulo Silva é formado em contabilidade e já foi gestor da Águas Guariroba e Funsat. Foto: Gerson Oliveira

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Após seis anos de trabalho em autoescola, Paulo Silva vai cuidar do trânsito de Campo Grande. A posse do novo diretor da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) ocorreu na tarde de hoje (19) com a presença da prefeita Adriane Lopes.

“As expectativas são enormes. Concluir os projetos que já vinham sendo feitos à frente da pasta, com relação aos corredores de ônibus, tanto da Bandeirantes e Bahia, restartando novamente as obras que foram interrompidas por questões judicializadas e vamos assinar a ordem de serviço, provavelmente no dia 2 de maio, para retomar a reforma dos cinco terminais terminais de ônibus de Campo Grande”, revelou entusiasmado o novo diretor da Agetran, Paulo Silva.

Outro foco da nova gestão será o investimento em mobilidade urbana. Mesmo com pouca experiência, Paulo Silva diz que essa é uma área que incomoda a todos os campo-grandenses e que precisa ser melhorada.

“Já fui dono de autoescola por seis anos, então essa parte da legislação de trânsito a gente já trabalhou na autoescola. O trânsito de Campo Grande é um trânsito bastante diverso, é um trânsito grande que vem com ônibus, caminhões, carros, motos e bicicletas. Agora nós temos a nova modalidade dos elétricos, que são inovações que o trânsito vai ter que fazer para acolher tudo isso e não esquecer do principal que é o foco ao pedestre. A Agetran vai estar focada na fiscalização e na organização do trânsito para que vidas não sejam ceifadas”, afirmou Paulo Silva. 

Sobre assumir a pasta próximo ao período eleitoral, o novo-diretor da Agetran garante que independente da reeleição ou não da prefeita, cuidará da agência até o dia 31 de dezembro deste ano.

“Meu acordo com a prefeita é até 31 de dezembro. O ano que vem é outro mandato e eu espero que seja ela, por tudo que ela está fazendo pela cidade. O secretário é soldado, a prefeita é o general. Eu tenho a minha formação em administração, eu sou contador de formação, fui professor, mas administrei grandes empresas a minha vida toda. vou trabalhar para dar o melhor de mim”, garante o diretor da Agetran.

Cabe relembrar que após sete anos, o engenheiro civil Janine de Lima Bruno foi exonerado, a pedido próprio, do cargo de diretor-presidente da Agetran. A exoneração foi publicada em edição extra do Diário Oficial de Campo Grande no dia 15 de abril. 

Já Paulo da Silva, estava a 1 ano e seis meses na função de diretor-presidente da Fundação Social do Trabalho (Funsat) e nesta sexta-feira (19), assumiu a direção da Agetran.

Sobre Paulo Silva

O contabilista Paulo da Silva é casado, pai de dois filhos, 58 anos, e é formado em Contabilidade pela Escola Técnica Prof. Idene Rodrigues dos Santos de Junqueirópolis/SP. Também é bacharel em licenciatura formado pelas Faculdades Integradas Campos Salles de São Paulo. Ele atuou na área por 22 anos. 

Ocupou a função de bancário de 1984 a 1987. Por seis anos foi professor da Fundação Bradesco. Integrou o quadro da Águas Guariroba como gestor, no período de 2005 a 2007 e foi diretor da Funsat de 2023-2024.

Na esfera do poder público, ele atuou como assessor nos legislativos municipal e estadual, no período de 2009 a 2018. Também foi assessor da Casa Civil do Estado de Mato Grosso do Sul.

Dança das cadeiras 

Neste ano, outros membros do primeiro escalão da prefeitura também deixaram os postos, porém para concorrer ao cargo de vereador nas eleições deste ano. Até o dia 5 de abril, quatro chefes de pastas municipais também foram exonerados, sendo um secretário, dois subsecretários e uma diretora-presidente, em Campo Grande.

Todos foram exonerados a pedido, sendo Adelaido Vila, titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Agronegócio e Tecnologia (Sidagro); Maicon Nogueira, titular da Secretaria Municipal da Juventude (Sejuv).

Também foram exonerados o subsecretário de Articulação Social e Assuntos Comunitários, Francisco Almeida Teles, e a diretora-presidente do Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG), Camilla Nascimento de Oliveira.

Nestes casos, a motivação da "demissão" são as eleições municipais deste ano, que ocorrem em outubro. Eles devem concorrer a uma vaga de vereador.

Sobre essas mudanças, a prefeita Adriane Lopes pondera que desde que assumiu a gestão da cidade vem avaliando as equipes.

“A gente vem avaliando as equipes, mas é um processo natural, um processo natural de mudanças, de composições, de visão, de projetos que vão levar Campo Grande para o futuro. Esse é o nosso maior desafio”, finalizou a prefeita de Campo Grande. 
 

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