Após a denúncia e resgate de cerca de 40 cães de grande porte, ontem (23) em uma fazenda na MS-040, os animais agora precisam de ajuda da população para alimentação e tratamento, já que eles estavam sob péssimas condições de vivência.
Uma pessoa soube da situação de maus-tratos e entrou em contato com o Abrigo. A ONG fez a denúncia à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat), que passou a investigar o caso e, junto com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), fez o resgate. A ONG acolheu todos os animais, que, só no primeiro dia, comeram 30 kg de ração. De acordo com Joilson Ferreira, funcionário da fazenda, objetivo da criação e das cruzas dos animais era melhorar a genética dos animais comercializados como cães de caça. Os valores variavam de R$ 500 a R$ 2 mil.
Os cães de porte grande, misturas com a raça Foxhound Americano, estavam em instalações improvisadas, amarrados e expostos ao calor, sem água, sem comida e em condições de higiene inaceitáveis. “Todos os animais estão extremamente magros e visivelmente desnutridos. Alguns estavam presos em um cubículo sujo de fezes”, comenta Bruna Zampiei, voluntária da ONG.

De acordo com Larissa Feifareck, também voluntária da ONG, os cães precisam de cuidados especiais e muitos deles vão passar por atendimento veterinário, pois estão debilitados. “Tem também algumas fêmeas que estão no cio e pelo menos três estão prenhas. Precisamos de doações de vermífugos, vitaminas, vacinas, rações, produtos de limpeza e dinheiro para custear gastos com consultas e medicamentos”, disse a protetora.
Atos que configuram maus-tratos são crimes, segundo a Lei 9.605, publicada originalmente em 12 de fevereiro de 1998, e fazem parte da Lei de Crimes Ambientais.

A ONG providenciou lares temporários para todos os cães, já que, de acordo com a advogada Ana Paula Avelino, da Comissão de Proteção e Defesa dos Animais da OAB, eles só poderão ir para adoção após a decisão judicial. No ato do resgate, todos os animais foram vacinados contra a raiva e receberam chip de identificação. A ONG vai dar o suporte às pessoas que disponibilizaram a cuidar dos animais enquanto o caso segue sob investigação na Decat.
As doações podem ser entregues no Condomínio Edifício Maison Lafite, na Rua Barão do Rio Branco, nº 2130. Quem quiser ajudar com dinheiro pode depositar qualquer quantia no Banco do Brasil na agência 5783-5 conta corrente 41599-5 CNPJ – 05108286/0001 – 47. Ou no site da ONG e pelo telefone (67) 9 9955-4949.