Após períodos de chuvas e frio em Mato Grosso do Sul, o inverno, que começa nesta sexta-feira, trará regime de temperaturas mais quentes que as de costume ao Estado nos próximos meses.
De acordo com a equipe técnica do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), a tendência das condições climáticas para os primeiros meses do inverno (junho, julho e agosto) é de que as temperaturas fiquem acima da média histórica no Estado.
Esta tendência provavelmente favorecerá períodos com temperaturas acima da média durante os dias de ausência de nuvens e chuvas.
Ou seja, a previsão é de temperaturas acima do normal, especialmente nas regiões centro e sul do Estado, seguindo a tendência do Centro-Oeste e do Sudeste brasileiros.
Apesar de o calor acima da média ser o cenário principal, no centro-sul de Mato Grosso do Sul, é comum no período do inverno a região estar suscetível à ocorrência de geadas, quando massas de ar polar mais fortes conseguem romper o bloqueio atmosférico.
Cidades como Dourados, Ponta Porã e Amambai estão entre as mais vulneráveis a esse tipo de evento.
Conforme informa o Cemtec-MS, a temperatura média esperada para os primeiros meses do inverno varia entre 18ºC e 22°C, com base nos dados históricos dos últimos 30 anos.
Por outro lado, na região noroeste, as temperaturas variam entre 22ºC e 24°C e, no extremo-sul do Estado, entre 16ºC e 18°C.
Climatologicamente, em grande parte do Estado, o volume de chuvas em julho e agosto varia entre 50 mm e 200 mm. Já no extremo-norte de Mato Grosso do Sul, as chuvas devem ficar entre 25 mm e 50 mm. No extremo-sul, o volume de chuvas varia de 200 mm a 300 mm.
No extremo-noroeste do Estado, incluindo partes do Pantanal, os modelos indicam que as chuvas tendem a ficar abaixo da média histórica.
De forma geral, a previsão de um conjunto de modelos climáticos aponta para um cenário de irregularidade das chuvas, que podem ficar abaixo ou acima da média histórica durante o período do inverno.
Outro fator de alerta para o Estado é a previsão de um inverno mais seco. A umidade relativa do ar deverá atingir níveis críticos durante os meses da estação, aumentando o risco de queimadas, principalmente em regiões como o Pantanal e a Serra de Maracaju. As condições também exigem atenção para cuidados com a saúde, como hidratação e prevenção de problemas respiratórios.
Em Mato Grosso do Sul, o período de inverno tende a ter poucas chuvas, principalmente entre julho e agosto.
O inverno oficialmente se inicia no dia 20 de junho e segue até o dia 22 de setembro. A estação, em países mais perto dos polos, é considerada a mais fria do ano, porém, no Brasil, tende a ser quente e seco.
INVERNOS PASSADOS
O inverno registrado no ano passado foi marcado pela intensificação das condições de seca em Mato Grosso do Sul, quando diversas cidades do Estado registraram temperaturas acima da média.
O fenômeno La Niña, que não está mais atuando neste ano, foi um dos principais responsáveis por influenciar o clima e as chuva no inverno de 2024, assim como em 2020, 2021 e 2022. Em 2023, o El Niño atuou durante a estação.
Em 2023, Campo Grande chegou a registrar temperatura de 37,6°C, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A estação, na época, foi marcada por recordes de temperatura, com registros de mais de 40°C em Mato Grosso do Sul, apesar de terem ocorrido alguns dias mais frios.
Em setembro, no fim da estação, várias cidades registraram recordes de temperatura. No ano passado, o inverno terminou com o dia mais quente do ano em diversas cidades do Estado.
A temperatura mais alta já registrada no período foi em Porto Murtinho, onde os termômetros chegaram a 41,5°C. Água Clara chegou a marcar 41,2°C.
Outros municípios do Estado ficaram entre os mais quentes, entre eles, Coxim, com 40,8°C, Paranaíba e Três Lagoas, ambas com 40,4°C, e Bataguassu, com 40°C.
SAIBA
Conforme o Inmet, a previsão para os próximos meses indica a ocorrência do fenômeno El Niño, com 73% de probabilidade de condições de neutralidade de influência no Estado.