A Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo termina nesta sexta-feira (25). Em Campo Grande, a movimentação nos postos de saúde é tranquila, mesmo com o alerta da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de baixa imunização.
A administradora de imóveis Gisele Arce, de 44 anos, levou a filha Emanuely, de 5 anos, para ser vacinada na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Carlota, na região central da capital. “Vi sobre a campanha e resolvi vir pra saber se tem alguma vacina atrasada. Procuro deixar a carteirinha [de vacinação] dela sempre atualizada e evitar doenças”, contou.
Para a padeira Jaqueline Souza, de 31 anos, levou a filha Maria Luiza, de 3 anos, disse que muitos sabem da campanha e escolhem não levar. “Acho importante evitar as consequências, não esperar chegar a doença. Gosto de deixar a carteirinha com tudo certo. A culpa da falta da vacina não é da criança, é dos pais”, afirmou.
Mãe de três filhos, Izabel Maria Malaquias, de 53 anos, levou o mais jovem, Ezequiel, de 4 anos, para receber a dose. “É muito bom que tenha campanhas assim, é pensar em evitar a doença. Tem que trazer a criança, imagina o problema se ele pega sarampo e transmite para outras crianças. Por isso é importante a prevenção”, disse.
Na quarta-feira (23), o prefeito Marcos Trad (PSD) fez um apelo para sensibilizar os pais. “Por favor, pais, levem os seus filhos. Isso não é brincadeira, é uma doença que causa consequências, até mesmo a morte”, disse.
ALERTA
Na segunda-feira (21), a Sesau fez um alerta nesta segunda-feira (21) sobre a baixa imunização. Até a última quinta-feira (17), menos de 60% do público-alvo, que são crianças de até 1 ano de idade, recebeu a chamada dose zero.
Durante o período da campanha, até a última sexta-feira, 588 crianças entre seis e doze meses de idade tinham sido imunizadas. Antes desse prazo foram 3.475 doses aplicadas nesse público.
PREOCUPAÇÃO
Na última sexta-feira (18), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), comparou a vacinação contra o sarampo contra a imunização contra febre aftosa, doença que atinge bovinos, com a queda da vacinação. “É uma dicotomia porque no tempo que nós estamos nos tornando área livre de aftosa, nós estamos voltando doenças como sarampo. Quer dizer, a gente vacinou mais gado do que gente”, afirmou.
Mandetta também fez um alerta de atenção à saúde básica, para evitar o surto de outras doenças. “É preciso sim, todas as unidades; toda a cidade; todas as pessoas têm responsabilidade de olhar e rever a política de atenção primária”, enfatizou o ministro.
“Houve um abandono por parte de todo o brasil das políticas de atenção básica [...] Nós temos toda a questão da queda do índice de vacinação, que ele por si só fala do descaso com a atenção primária. Não tem nenhum ato de prevenção mais simbólico do que vacinar”, finalizou.