Reunião convocada pelo Ministério Público de MS nesta quinta-feira (12), marcou a discussão de propostas para a ampliação do período da campanha de multivacinação em Campo Grande.
Segundo o secretário Municipal de Saúde, a dificuldade de atingir as metas estão baseadas na desinformação. Para ele esse é um dos principais obstáculos pelos quais a prefeitura de Campo Grande tem que lidar.
“Estamos em uma situação pandêmica e temos um paradoxo hoje. As pessoas estão desesperadas atrás de uma vacina para a Covid-19, uma doença que não é fatal em crianças, mas não estão se preocupando com a importância de vacinar contra o sarampo, a polio, que são doenças que acometem princialmente crianças”, argumenta
De acordo com a apresentação da Superintendente de Atenção da Rede de Saúde à Família da Sesau, Ana Paula Resende, nos últimos quatro anos a Capital conseguiu atingir a meta de vacinação em apenas em 2018, quando vacinou 96%. Por isso, a vacinação ainda neste ano foi ampliada até 31 de novembro.
Ambos os dirigentes revelaram que houve um problema de estratégia na condução da campanha durante a pandemia. Eles afirmam que há medo dos pais de vacinar e levar os filhos e não foi possível passar uma mensagem de tranquilidade.
Representante do Conselho Estadual de Saúde, Ricardo Bueno, sugeriu que as secretarias fossem ainda mais agressivas na campanha de vacinação.
“Na minha época todo mundo conhecia o Zé Gotinha. Hoje as crianças de cinco anos são criadas por adultos que nunca a conviveram com essas doenças. É preciso que mandemos disparos em massa para celulares. É possível fazer parcerias com empresas de telecomunicação e colocar isso todo dia no celular desses pais. É só isso que funciona”, argumenta.
Responsabilidade
De 2017 até 2020, Campo Grande saiu do último lugar no ranking de cobertura de saúde da família entra as capitais brasileiras para o 8º lugar.
“Tínhamos 33% de crianças cobertas pela atenção básica, hoje são 75%. Esses dados são recebidos por meio de cada unidade de saúde”, explica José Mauro Filho.
Para José Mauro Filho, devemos nos preocupar para que não aconteça com a polio o que aconteceu com o sarampo. “Em 2017 teve entrada do Sarampo por Roraima com os imigrantes venezuelanos e há uma preocupação com a Poliomielite, a região de mais vulnerabilidade é a mais periférica da cidade. Por explodo temos famílias venezuelanas vivendo de forma clandestina, não têm cartão SUS e não têm acesso”.
Famílias que pensam não ser necessário vacinar as crianças podem sofrer punições, mas isso ainda está a ser decidido.
osé Mauro diz que essa não é uma estratégia pensada pela Sesau. “Você tem formas legais de punição, mas não é o foco da secretaria”.
Segundo a Promotora Filomena Aparecida Fluminham, durante a mediação da reunião, não se pode prejudicar as crianças duas vezes.
“É previsto penalmente a que a criança fica impedida de ser matriculada na rede pública de ensino, mas estaríamos aplicando uma dupla penalidade, pois a Constituição Federal prevê isso. Mas existem outras formas de responsabilizarmos os pais e não prejudicarmos o acesso à educação”
O Supremo tribunal Federal vai votar a obrigatoriedade da vacina em breve até mesmo por causa da polêmica envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, que recentemente deu declarações dizendo que no Brasil não obrigaria ninguém a tomar vacina.