Brasília
A campanha eleitoral está nas ruas e os parlamentares se transferiram para os seus estados provocando um recesso antecipado do Congresso. Dos 513 deputados, 421 (82%) são candidatos à reeleição. Outros 33 (6,4%) buscam uma vaga no Senado. Os dados foram levantados pela Agência Estado com os próprios deputados, com líderes partidários e com assessores dos gabinetes parlamentares.
O levantamento mostra que 10 deputados vão disputar governos nos estados, nove vão em busca de uma vaga de deputado estadual, 8 são candidatos a vice em chapas para governos estaduais, três estão em vagas de suplente de senador e há ainda os deputados Michel Temer (PMDB-SP) e Índio da Costa (DEM-RJ) candidatos a vice-presidentes da República.
Dos 513 deputados, 27 (5,26%) não vão concorrer a nenhum cargo nestas eleições. Estão neste grupo os deputados Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Cardozo (PT-SP), integrantes do comando da campanha da deputada petista à presidência da República, Dilma Rousseff. Em caso de eleição da petista, os dois já são cotados para integrar o primeiro escalão do novo governo.
Nesta semana, oficialmente ainda de trabalhos na Câmara e no Senado, a atividade política será eleitoral. A cúpula petista pretende reunir, hoje, em Brasília, a candidata Dilma com os deputados dos partidos aliados em um jantar com a intenção de transformar cada parlamentar em cabo eleitoral da petista.
O candidato José Serra (PSDB) segue com as caminhadas nas ruas em contato direto com o eleitor. Nesta semana, os destinos devem ser Minas Gerais e Maranhão. A candidata do PV, Marina Silva, esteve ontem em São José dos Campos.
A votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) na semana passada deu o sinal verde para a folga dos parlamentares. Como o Legislativo só entra legalmente em recesso a partir do dia 18, na Câmara, haverá uma pauta formal com três medidas provisórias. Não há, no entanto, perspectiva de votação.
No Senado, os parlamentares também foram dispensados, impondo um impasse em torno da medida provisória que transformou em ministérios as secretarias de Direitos Humanos, de Política para Mulheres, de Igualdade Racial e dos Portos. A MP, de número 483, será extinta no dia 4 de agosto, se não for votada até lá.
Michel Temer vai bater o martelo nesta semana com os líderes partidários da Câmara as datas para a realização de sessão de votação nesses próximos meses até as eleições de outubro. A ideia é restringir o esforço concentrado em uma semana de agosto, uma terça e uma quarta-feira.
Apesar da debandada dos parlamentares para as campanhas nos estados, o presidente do Senado convocou sessão conjunta do Congresso para terça-feira, para promulgar duas emendas constitucionais aprovadas na semana passada: a que assegura aos jovens o acesso às garantias constitucionais, e a que muda as regras para o divórcio, com a extinção da obrigatoriedade do interstício de um ano entre a separação e a dissolução definitiva do casamento. Como se trata de sessão solene, não há exigência de quórum alto e nem de votação.