Campo Grande pode ganhar no próximo ano mais 58 escolas — 33 municipais e 25 estaduais — com atividades em tempo integral. Na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) divulgou lista de instituições públicas de ensino pré-selecionadas para aderir ao Mais Educação. A direção destes colégios tem até o dia 15 de fevereiro do próximo ano para oficializar a inclusão no programa do governo federal, que disponibiliza mais recursos para as escolas que desenvolveram atividades extraclasse no contraturno dos alunos do ensino regular.
No total, 185 escolas (estaduais e municipais) do Mato Grosso do Sul estão na lista de pré-seleção do MEC. Todas elas, se formalizarem à adesão ao programa, enviando toda a documentação exigida pelo ministério, vão receber em média R$ 37 mil do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), diretamente em uma conta corrente em nome da escola, para custear a alimentação dos estudantes e funcionários, o transporte dos monitores e a aquisição de material para executar as atividades extracurrilares nos dez meses letivos.
Tempo Integral
A secretária de Educação do município, Maria Cecília Amendola, explica que os colégios do Mais Educação vão funcionar de maneira pouco diferente das seis escolas de tempo integral já existentes em Campo Grande.
"Agente chama as escolas do Mais Educação de escolas com jornada ampliada, é uma outra modalidade. Mas, este já é o primeiro passo para transformar que essas instituições se tornem realmente de tempo integral".
Pelo programa do governo federal, as instituições têm de selecionar os alunos que participarão das atividades extraclasse e dividi-los em turmas que em determinados dias da semana ficam na escola no contraturno da aulas. Já nas escolas de tempo integral do município, todos os estudantes matriculados passam o dia todo no estabelecimento de ensino.
Por exemplo, o Ministério da Educação recomenda que as escolas do Mais Educação priorizem os estudantes em defasagem série/idade, dos 4º e 5º anos e 8º e 9º anos, onde, no geral, estão concentrados os maiores índices de evasão escolar, caso a instituição não tenha condições de oferecer a educação integral a todos os matriculados.
Fora do horário da aulas, estes alunos poderão receber acompanhamento pedagógico, desenvolver atividades relacionadas à educação ambiental, direitos humanos, cultura e artes, informática, saúde, ou praticar esportes, dependendo dos projetos planejados pela escola.
Em Mato Grosso do Sul, já estão inclusas no Mais Educação 20 escolas estaduais, 12 delas funcionam em Campo Grande. No caso das colégios da rede estadual, os alunos que parmanecem o dia todo no colégio tem direito a três refeições e não precisam voltar para casa nem no horário do almoço. As instituições do programa não necessariamente tem de servir almoço, diferente do conceito das escolas de tempo integral.
Adesão
Na pré-seleção, o MEC inclui, prioritariamente, escolas com situadas em capitais, regiões metropolitanas e grandes cidades ou com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
De acordo com a secretária Maria Cecília, entre os dias 13 e 15 de dezembro, técnicos da Semed participarão de encontro em Brasília que discutirá as obrigações e responsabilidades das escolas do programa. "Depois do dia 15, a gente vai se reunir com cada escola e discutir se ela terá capacidade de funcionar em jornada ampliada já a partir do ano que vem".
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado de Educação (SED) informou que está analisando a relação das escolas encaminhada pelo MEC. Mas adiantou, que "muitas delas não tem condições de permanecer com os estudantes o período integral e desenvolver as atividades que o programa requer. Nesse sentido, inúmeros fatores precisam ser considerados para que a Educação em período integral possa cumprir com seus objetivos".
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