A intenção do juiz José Henrique Neiva era que as partes envolvidas pelas consequências do pedido da Defensoria Pública de Campo Grande para decretar o bloqueio de várias atividades comerciais e de serviço chegassem a um acordo.
No dia em que Campo Grande contabilizou o maior número de óbitos em 24 horas, o que houve, porém, foi uma defesa por parte dos envolvidos de seus interesses.
Sem acordo na ação cujos resultados podem frear o contágio pelo coronavírus, mas, ao mesmo tempo, podem reduzir o faturamento e a renda de empresários e trabalhadores dos setores de comércio e de serviços, não será nem mesmo o juiz José Henrique Neiva, que mediou a audiência, o responsável pela decisão, que sequer tem data para sair.
Será outro magistrado, Ariovaldo Nantes Corrêa, que assumirá na segunda-feira a 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos e deve tomar uma decisão no pedido de liminar feito pelo defensor público-geral do Estado, Fábio Rombi, para decretação de um bloqueio quase total das atividades.
O novo titular desta divisão judicial, porém, poderá tomar a decisão em breve ou mesmo convocar uma nova audiência.
O pedido feito por Fábio Rombi é similar ao decreto do prefeito Marcos Trad (PSD) de março, que manteve as atividades não essenciais suspensas em Campo Grande por 15 dias entre o fim daquele mês e o início de abril.
O prefeito, porém, agora pensa de outra forma e considera que o pedido da Defensoria Pública é desnecessário: “Estão equivocados”, disse, antes de entrar para audiência, que, conforme o juiz, “foi infrutífera”.