CRISTINA MEDEIROS
A segunda edição do Salão de Artes Plásticas de Campo Grande será aberta hoje, às 19h30min, no espaço do Armazém Cultural (Avenida Calógeras, sem número, Esplanada dos Ferroviários), onde fica até 31 de agosto. O evento, promovido pela Fundação Municipal de Cultura (Fundac) faz parte da programação de comemoração dos 111 anos da Capital.
Neste ano, além das categorias pintura, fotografia e escultura, foi criada a de instalação e os vencedores de cada uma delas receberá o prêmio aquisição no valor de R$ 2,5 mil. Uma comissão julgadora formada por representantes de três universidades locais (UCDB, Funlec e UFMS) selecionou e premiou os seguintes artistas: Tom Barbosa, com a pintura “Sinal vermelho”; José Mauro Peixoto, com a fotografia “O mapa da tarde”; Baldinir, com a escultura “A gota que falta” e Camila Jordão, autora da instalação “Cuidado com os animais”.
Ao todo, serão expostas 34 telas, uma escultura, cinco instalações e 10 fotografias, com tema livre. Para o presidente da Fundac, Roberto Figueiredo, a abertura do tema fez com que a qualidade dos trabalhos melhorasse. “A arte não pode ter amarras. No ano passado, em função dos 110 anos de Campo Grande, fixamos o tema na cidade. Mas a liberdade de criação desta edição fez com que mais artistas de renome participassem”.
Marcus Dinis, técnico em promoção cultural da Divisão de Fomento às Atividades Artesanais e Artes Visuais da Fundac e um dos organizadores do evento, destaca a presença da arte pop. “O público poderá notar trabalhos muito interessantes com esta técnica, que chamam a atenção pelo conceito da obra, falando de prostituição e mesmo a temática regional, onde aparece o tereré”.
Mensagens
Inspirado no Aquífero Guarani e pensando também na questões ambientais, o escultor Baldinir criou “A gota que falta”. “Usei a figura da gota para simbolizar a crise que a gente está vendo se formar. Como toda crise tem que ter uma saída, usei uma estrutura de argamassa aproveitando também o isopor, numa técnica muito usada hoje em dia para reaproveitamento deste produto não biodegradável”.
A consciência ecológica também falou mais alto na instalação da artista Camila Jordão, cujo trabalho tem como base a reciclagem. “Minha mensagem é da preservação da natureza, contra o desmatamento. Durante um ano substituí a impressão do papel por uma agenda e percebi que só tive ganhos. Eu estava usando a impressora sem consciência e depois de aposentá-la, colaborei com a preservação”. A instalação é formada por troncos cortados de madeira, areia e uma impressora, num ambiente que denuncia o uso indiscriminado do papel.