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Capital tem mais uma morte por coronavírus e 15 sepultamentos sem velório

Covid-19 pode ter feito mais uma vítima, o que elevaria o total para três

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Mais uma morte que pode ter sido provocadas pela Covid-19 em Campo Grande é investigada pelas autoridades de saúde.  

Além desta investigação, desde os primeiros casos confirmados da doença em Mato Grosso do Sul, no dia 14 de março, outras 15 pessoas foram sepultadas em Campo Grande com protocolo de suspeita da Covid-19, de acordo com dados do Sindicato das Empresas do Segmento Funerário no Estado (Sindef-MS).

Uma das vítimas da Capital não teve a idade revelada. Uma outra, que tem 18 anos e era tido como caso suspeito, testou negativo para Covid-19 na noite de segunda-feira (13). A vítima que ainda é investigada morreu no sábado (11) e deveria ter sido sepultada no Cemitério Santo Amaro ontem (13) às 8h. Mas o sepultamento direto, sem velório, não ocorreu até o fim da tarde de segunda-feira. O corpo estava no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), na Capital, para coleta de material e identificação do novo coronavírus.

O caso que era suspeito da Covid-19,, mas foi descartado é o de Jenifer Tais Rodrigues de Morais, de 18 anos, que morreu na noite de domingo (12), no Centro Regional de Saúde (CRS) Tiradentes. Ela tinha bronquite asmática e por conta de uma crise, foi levada a unidade de saúde. Por ter sido vítima de síndrome respiratória todos os protocolos são seguidos, para confirmar a doença e também relativo ao sepultamento. A denúncia da família, de que a jovem sofreu reação alérgica da medicação que foi dada a ela na unidade de saúde será investigada, de acordo com a Sesau.

Se a morte da garota que deve ser sepultada nesta terça-feira (14) for confirmada, a quantidade de mortes provocadas pela Covid-19 na Capital. Até ontem eram dois óbitos confirmados. A primeira morte confirmada pela doença foi na madrugada de domingo (12) no Hospital Regional (HRMS). A paciente, uma mulher de 71 anos, tinha problemas cardíacos e diabetes.  

O caso foi confirmado apenas ontem (13), mesmo dia que morreu outra mulher, de 62 anos no Hospital da Unimed. Ela estava internada no local desde o dia 28 de março, e já tinha confirmação da doença. Ela tinha câncer e estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) desde o dia 1° de abril. Após nove dias respirando com ajuda de aparelhos, ela saiu da ventilação mecânica na quinta-feira (9), mas continuou internada na UTI. Porém ontem apresentou piora significativa e morreu. O marido dela, que é cadeirante, também está com Covid-19 e em internação clínica no mesmo hospital.

“A gente tem dois óbitos já em Campo Grande, outros em investigação. Agora todo óbito que acontece ele acaba em investigação. Então todas as pessoas que morrerem vão ter que ter avaliação em relação ao Covid”, afirmou o titular da Sesau, José Mauro de Castro Filho.

OUTROS CASOS

Os sepultamentos de pessoas que morreram com suspeita no interior não foi divulgado. A Sesau informou que os casos suspeitos de Covid-19, de pessoas em tratamento e os óbitos, são listados juntos. Mas até ontem nenhum óbito suspeito teve confirmação da doença, apenas as duas pacientes idosas que já tinham diagnóstico E estavam internadas.

“Foram entre dez e 15 mortes de pessoas com suspeita da Covid-19, que a gente acompanhou. São casos que as empresas funerárias tiveram que tomar todo o cuidado para sepultar. Mas não houve nada oficial. Nossa orientação para as famílias é de não fazer velório. Mas nos casos supeitos a gente tem que ter cuidado, porque vai que depois o caso não é confirmado? Pode dar problema”, explicou o presidente da entidade, Gilvan Paes.

A reportagem levantou que no fim de semana pelo menos outras duas pessoas morreram e foram sepultadas com o protocolo de contaminação do novo coronavírus, ambas no domingo (12). Em todos os casos o sepultamento direto foi estabelecido.

Uma das vítimas que morreu no domingo foi sepultada no mesmo dia no Cemitério Nacional Parque, nas Moreninhas. No mesmo local outra vítima que morreu no domingo (12), um homem, foi sepultado ontem (13), às 8h. O terceiro óbito do fim de semana, com indicação de sepultamento direto, é o da mulher que não teve a idade divulgada e morreu no sábado  (11).

A reportagem apurou junto as funerárias da Capital, que os corpos das pessoas que morrem com suspeita ou confirmação da Covid-19 chegam lacrados com dois plásticos diferentes. É autorizado apenas colocar o corpo no caixão e fazer o enterro, sem velório.

“Se a família insistir em fazer o velório, bater o pé, a gente avisa a vigilância sanitária.  Não temos poder de polícia. Mas a orientação é para não fazer velório. E a gente age da mesma forma caso confirmado e suspeito. Em outros casos, de outros tipos de morte a orientação é para que fiquem até dez pessoas por vez no máximo na local do velório”, explicou Paes.

Com 15 empresas funerárias, Campo Grande tem em média 450 óbitos por mês. E mesmo que os casos aumentem a cidade tem capacidade para atender até o triplo de óbitos. “Estamos preparados. Caso chegue a 900, ou mesmo que seja três vezes maior a quantidade de mortes, que acredito e peço para que não aconteça isso, temos capacidade de atender. Tanto em urna, capela, veículo e gavetas”, finaliza o representante das funerárias.

(Colaborou Daiany Albuquerque)

Saúde

Anvisa tem maioria para manter proibição de cigarros eletrônicos

Medida está em vigor desde 2009

19/04/2024 20h00

Sarahjohnson/ Pixabay

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A maioria dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com esse placar, continua proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento, bem como de publicidade ou divulgação desses produtos por qualquer meio, em vigor desde 2009. 

Dos cinco diretores, três votaram a favor da proibição. Faltam os votos de dois diretores.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, são chamados de vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023) revelam que 4 milhões de pessoas já usaram cigarro eletrônico no Brasil, apesar de a venda não ser autorizada.

O diretor-presidente da Anvisa e relator da matéria, Antonio Barra Torres, votou favorável à manutenção da proibição desses dispositivos.

“O que estamos tratando, tanto é do impacto à saúde como sempre fazemos, e em relação às questões de produção, de comercialização, armazenamento, transporte, referem-se, então, à questão da produção de um produto que, por enquanto, pela votação, que vamos registrando aqui vai mantendo a proibição”.

Antonio Barra Torres leu por cerca de duas horas pareceres de 32 associações científicas brasileiras, os posicionamentos dos Ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Fazenda e saudou a participação popular na consulta pública realizada entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mesmo que os argumentos apresentados não tenham alterado as evidências já ratificadas pelos diretoras em 2022.
Em seu relatório, Barra Torres se baseou em documentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Europeia, em decisões do governo da Bélgica de proibir a comercialização de todos os produtos de tabaco aquecido com aditivos que alteram o cheiro e sabor do produto. Ele citou que, nesta semana, o Reino Unido aprovou um projeto de lei que veda aos nascidos após 1º de janeiro de 2009, portanto, menores de 15 anos de idade, comprarem cigarros.

Ele mencionou ainda que a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (U.S Food and Drug Administration) aponta que, mesmo com a fiscalização, há comércio ilícito desses produtos.

O diretor ainda apresentou proposições de ações para fortalecimento do combate ao uso e circulação dos dispositivos eletrônicos de fumo no Brasil. 
 

Cidades

Justiça recusou 6 pedidos de tratamento para réu que morreu na prisão, diz advogado

José Roberto de Souza, acusado de matar o empresário Antônio Caetano de Carvalho durante audiência no Procon, morreu de complicações causadas por uma pneumonia

19/04/2024 18h30

Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Defesa do ex-policial militar reformado, José Roberto de Souza, que morreu nesta manhã em decorrência de complicações causadas pela Influenza tipo A, alega que a Justiça recusou seis pedidos de atendimento médico ao réu nos últimos oito meses.

O ex-pm está preso desde o dia 16 de fevereiro de 2023, três dias após o crime que resultou na morte do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, no Procon/MS.

A defesa foi informada da morte por volta das 11 horas da manhã desta sexta-feira (19). O último pedido para tratamento médico havia sido feito pouco antes da morte de José, às 8h.

"Este caso deixa tanto a mim quanto a minha equipe, em uma situação extremamente triste, até com uma sensação de impotência. Porque eu e o doutor Jackson, que foi quem manuseou grande parte dos pedidos desde que aconteceu aquele fatídico problema no Procon, temos informado ao juiz da segunda vara do tribunal do júri as complicações físicas da doença que o nosso cliente possuía", declarou o advogado de defesa, José Roberto da Rosa.

Segundo o advogado, além de problemas psiquiátricos, o réu possuía doença renal crônica e diabetes, além de complicações cardíacas. O primeiro pedido para atendimento médico de José foi feito em setembro do ano passado, mas recusado, já que o Ministério Público teria alegado que a defesa não teria conseguido provar que o cliente estava doente.

"Chegou em um ponto que nós interpusemos um habeas corpus junto ao tribunal, não obtivemos a prestação jurisdicional, e antes da saída para o final do ano [2023], nós ingressamos com outro habeas corpus, mais precisamente no dia 22 de dezembro, onde havíamos dito que o nosso cliente estava doente e precisava de tratamento", acrescentou Rosa.

A única medida tomada pela Justiça, segundo o advogado, foi retirar o réu do presídio militar, onde ele não estava recebendo os tratamentos adequados - por falta de escolta e por falta de médicos -, para transferí-lo a outra unidade penal "comum", onde ele poderia receber atendimento médico especializado.

"Ao invés de determinar que ele fosse tratado, o Tribunal de Justiça tirou a condição dele de policial militar e o direito de estar no presídio militar, e o mandou para um presídio comum. Aí ele ficou no Centro de Triagem, com o atendimento dos médicos", explicou o advogado. 

Na última semana, os advogados foram visitar José, que pediu por socorro. Ele teria pedido "doutor, eu preciso de atendimento médico".

"E todos os pedidos rechaçados pelo juiz da segunda vara do tribunal do júri. O habeas corpus, que nós entramos em dezembro do ano passado, até hoje não foi posto em mesa para julgamento. Então, é uma decepção enquanto advogado", afirmou Rosa.

Segundo o advogado, a morte de José pode ser colocada na conta do Poder Judiciário.

"A  conta sobre a morte desse homem é exclusivamente debitada ao Poder Judiciário. Talvez agora, com a certidão de óbito, a gente consiga provar que o nosso cliente estava doente, porque foram oito meses de peticionamento em que promotor disse que nós não conseguimos provar que o nosso cliente estava doente, onde todos os pedidos que foram encaminhados, o juiz de direito, que oficia perante a segunda vaga do Tribunal do Júri, disse que não ia liberar ele para tratamento. Então agora eu vou juntar a certidão de óbito para mostrar que nós tínhamos razão", disse o advogado.

O advogado quer que a família da vítima entre com um processo para culpabilizar o Estado.

"Infelizmente, agora não adianta mais autorizar o tratamento. Ele morreu hoje em decorrência do quadro agravado pelo problema renal crônico. Ele foi contaminado com influenza dentro do presídio, porque o sistema imunológico dele estava muito comprometido, o tratamento que ele precisava receber, ele não recebeu, e infelizmente hoje ele não aguentou", finalizou.

O Crime

No dia 13 de fevereiro deste ano, o empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, foi morto a tiros pelo policial militar reformado, José Roberto de Souza, durante audiência de conciliação realizada no Procon.

A vítima era proprietária da empresa Aliança Só Hilux, especializada em peças de Hilux e SW4, que havia realizado a troca do motor de uma SW4 para José Roberto.

Durante a primeira audiência de conciliação, realizada na sexta-feira anterior, dia 10 de fevereiro, José Roberto pediu que Caetano entregasse as notas fiscais referentes aos serviços prestados pela empresa para a troca do motor de seu veículo blindado, trabalho avaliado em quase R$ 30 mil.

Aproveitando as tratativas, Caetano cobrou do cliente R$ 630 reais devidos, referentes a uma troca de óleo realizada no ano anterior. Na segunda audiência, então, Caetano levaria as notas fiscais e José Roberto o dinheiro que devia.

No entanto, após uma desavença logo no início da audiência de conciliação, José Roberto efetuou três disparos contra Caetano, dois na cabeça e um na nuca. A vítima morreu no local.

Três dias após o crime, José Roberto de Souza se apresentou à polícia.

primeira audiência que investiga o caso foi realizada no dia 3 de julho do ano passado, e ouviu testemunhas de acusação e defesa. Oito pessoas prestaram depoimento, sendo duas delas funcionárias do Procon, uma advogada que presenciou o crime, um funcionário da vítima, o investigador da 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, responsável pelo caso, o filho da vítima e dois conhecidos de longa data do acusado.

Valéria Christina, a conciliadora que trabalhava com o caso, não compareceu para prestar depoimento. Segundo informado durante a audiência, a servidora foi transferida para outro órgão após o ocorrido, e segue afastada desde então por questões de saúde.

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