Cidades

SOLUÇÃO

Cartórios em crise vão receber ajuda de fundo criado pelo CNJ

Arrecadação teve perdas de R$ 26,7 milhões em três anos, por conta de altos preços

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Para bancar mais de 70 cartórios do interior de Mato Grosso do Sul que estão prestes a fechar por falta de receita, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou a criação de “fundão” para subsidiar tabelionatos que arrecadam menos do que R$ 3 mil por mês e que não conseguem mais continuar funcionando.

A proposta foi encaminhada ontem pelo Tribunal de Justiça (TJMS) à Assembleia Legislativa. O projeto prevê a criação do Fundo Garantidor da Renda Mínima do Registrador Civil de Pessoas Naturais e ressarcimento integral dos atos gratuitos, em que os cartórios sustentáveis pagarão R$ 0,50 por ato para subsidiar aqueles que estão passando por crise.
A ideia é manter esses serviços funcionando no interior do Estado, pois o fechamento é prejudicial à comunidade local. A medida para “salvar” os cartórios ocorre após a Corregedoria do TJMS ter aprovado projeto que prevê aproximadamente 600 alterações na cobrança de emolumentos – conhecidas como taxas cartorárias.

“Todos os TJs terão de implementar renda mínima de R$ 3 mil aos cartórios”, reforçou o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado (Anoreg/MS), Ely Ayache.

Os aproximadamente 100 cartórios de registro do Estado,  que tem total de 170, ficarão responsáveis por manter os quase 70 cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais que precisam de auxílio. 

O titular do cartório de Registro Civil de Pessoa Natural de Campo Grande, Ricardo Donini, informou que apenas os cartórios do interior do Estado  receberão ajuda. Ele destaca que aproximadamente 19 estados do Brasil já recebem o ressarcimento integral dos atos gratuitos. “O meu, por exemplo, não vai receber, nem o de Três Lagoas, só vão receber aqueles bem do interiorzinho mesmo, Piraputanga, Bela Vista, por exemplo”.

ASSEMBLEIA

Durante sessão que ocorreu ontem, com a chegada do projeto à Casa de Leis, o líder do Governo, deputado José Carlos Barbosa (DEM), o Barbosinha, declarou que a discrepância de receita entre os cartórios é muito grande. “Tem cartórios que ganham até R$ 500 mil, enquanto outros não chegam nem a R$ 20 mil. Os cartórios de registro civil, alguns vivem uma verdadeira penúria. Maiores vão subsidiar os menores”, reforçou o parlamentar.

A justificativa para a criação do fundo, além do prejuízo que a população teria com o fechamento dos serviços, é de que nos cartórios civis existam serviços que são gratuitos por lei. Porém, representantes dos tabelionatos dizem que mesmo os documentos sem custo geram ônus, pois exigem atuação de funcionários. Como a habilitação de casamento, nascimento e óbito, que, por exemplo, não custam nada para o requisitante.

Apesar da informação do presidente da Anoreg de que o valor mínimo de renda estipulado pelo CNJ seja de R$ 3 mil destinados aos cartórios, de acordo com informações contidas no texto da proposta, caberá ao TJ, por meio de ato próprio do Conselho Administrativo no prazo de 30 dias, contados da publicação da lei, definir as serventias deficitárias, estabelecendo a renda mínima que indicará o enquadramento da normativa.

FUNDO

A proposta chegou ao Legislativo e tramitará normalmente na Casa de Leis. O fundo será administrado em consonância com a legislação vigente, por um Conselho Administrativo que será presidido pelo presidente do Tribunal de Justiça, pelo vice-presidente, pelo corregedor-geral e por dois desembargadores representantes do pleno.

O recurso do fundo será originário do valor arrecadado com selos de autenticidade, contribuição pelos notários e registadores, do valor de R$ 0,50 incidente sobre os atos notariais e registrais, busca de todas as tabelas, procuração para fins previdenciários, reconhecimento de firma, por semelhança e por verdadeiro, autenticação de fotocópias e certidão negativa de imóvel e/ou residência.

Na questão dos protestos, os valores não serão arrecadados em razão da normativa a que os cartórios de protestos serão submetidos a partir da aprovação da nova lei de emolumentos, que está sendo finalizada na Corregedoria do TJ e prevê a gratuidade do protesto por meio do empresário.

Isso porque, atualmente, o comerciante paga uma taxa para protestar dívidas, porém, com a nova normativa, os empresários não terão mais esse custo inicial. O devedor será protestado e, após o pagamento da taxa de protesto e da dívida, os cartórios disponibilizarão o valor para o empresário, passando a ficar com a taxa, apenas se o devedor quitar a dívida. Do contrário, os cartórios terão despesas, pois farão os serviços de protesto, mas não receberão no ato, e sim posteriormente.

FATURAMENTO

Em 2018, balanço do CNJ divulgou o faturamento de R$ 250 milhões dos cartórios de Mato Grosso do Sul. O levantamento foi usado para subsidiar a criação da proposta que será encaminhada para a Assembleia Legislativa, a fim de equilibrar as custas cartorárias.

A maior reclamação era em relação à perda da arrecadação de R$ 26,7 milhões, em decorrência de as escrituras serem lavradas em outros estados. Na ocasião, além das propostas para readequar os valores dos emolumentos, também foi apresentada a ideia da criação do fundo. 

São mais de 27 serviços disponibilizados de graça para embasar a proposta. O advogado do CNJ, Carlos dos Santos Pereira, declarou que em 2018 o faturamento foi positivo para apenas 9% dos cartórios que tiveram lucro entre R$ 300 mil e R$ 1 milhão por mês, enquanto 80 cartórios faturaram apenas R$ 27,5 mil, menos de 11% do montante total. 

campo grande

Pet shop que prescreve medicamentos e aplica vacinas sem médico veterinário é condenado

Justiça considerou que atividades são típicas e privativas de profissional da área veterinária e determinou a contratação do profissional, além de manter multa

22/03/2025 16h31

TRF3 manteve decisão que determinou a contratação de veterinário e manteve multa aplicada pelo CRMV-MS

TRF3 manteve decisão que determinou a contratação de veterinário e manteve multa aplicada pelo CRMV-MS Arquivo

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Um pet shop de Campo Grande, localizado nas Moreninhas, que faz prescrição de medicamentos e realiza vacinação sem um médico veterinário deverá contrarar um profissional e efetuar o registro do estabelecimento no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso do Sul (CRMV-MS).

A Sexta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) confirmou decisão que manteve auto de infração emitido pelo CRMV-MS contra a empresa.

Os magistrados seguiram o previsto na Lei nº 5.517/1968 de que a prática clínica e assistência técnica aos animais são atividades privativas da área veterinária. 

Conforme o processo, durante fiscalização do CRMV, foi constatado que o pet shop não tinha registro no conselho e nem um responsável técnico, mas oferecia os serviços de vacina e prescrição de medicamentos, e foi aplicada multa.

A empresária responsável acionou o Judiciário contestando a infração.

Ela argumentou que atua em um pet shop, no comércio de animais vivos, artigos de embelezamento e alimentos para animais de estimação, o que dispensaria a obrigatoriedade de inscrição no CRMV e a contratação de médico. 

Em primeira instância, a 2ª Vara Federal de Campo Grande julgou o pedido improcedente e manteve as sanções aplicadas pelo conselho. A mulher recorreu ao TRF3.  

Ao analisar o caso, o relator, desembargador federal relator Souza Ribeiro, considerou comprovantes originários de fiscalização conjunta efetuada no estabelecimento.  

Segundo o magistrado, documentos demonstraram receituários timbrados da empresa com prescrições de remédios para animais diversos, além de medicação injetável em uso, carteiras de vacinação em branco e tabela de preços com a oferta de consultas, exames e vacinas. 

“Embora os atos constitutivos da empresa indiquem como objeto social tão somente a atividade de venda de medicamentos e alimentos para animais de estimação, os documentos apresentados pelo réu, oriundos de fiscalização conjunta do Procon e Decon/MS, demonstram a presença de receituários contendo prescrições de medicamentos para animais diversos com o timbre da empresa, medicamento injetável em uso, juntamente com seringas, carteiras de vacinação em branco”, fundamentou o relator. 

“O auto de infração goza de presunção de legitimidade e veracidade, pois se trata de ato administrativo, subscrito por servidor dotado de fé pública. As alegações apresentadas pela apelante em nada interferem no reconhecimento da legalidade da autuação”, concluiu o magistrado. 

Com esse entendimento, a Sexta Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso.

Cidades

Militar da Marinha de MS é preso com droga avaliada em R$ 100 mil em MG

Ele saiu de Corumbá e tinha como destino a cidade de Uberaba, mas foi flagrado durante operação da Polícia Militar mineira com carga de supermaconha

22/03/2025 14h30

Maconha estava escondida em compartimento oculto de carro

Maconha estava escondida em compartimento oculto de carro Foto: Divulgação / PMMG

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Um militar da Marinha do Brasil, de 33 anos, lotado no 6º Distrito Naval de Ladário, em Mato Grosso do Sul, foi preso por tráfico de drogas em Frutal (MG), na última quinta-feira (20).

De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), o flagrante aconteceu por meio do Grupo Tático Rodoviário da Polícia Militar Rodoviária (GTR/BPMRv), durante operação de combate ao tráfico de drogas na cidade de Frutal.

O militar estava em um Honda Civic e quando foi abordado, disse que iria visitar um amigo, mas entrou em contradição e não soube informar qual seria o endereço do suposto amigo, além de demonstrar nervosismo.

Diante da suspeita, os policiais fizeram uma vistoria minuciosa no veículo e encontraram oito pacotes de droga em um compartimento secreto dentro do tanque de combustível.

No total, foram apreendidos 4,3 quilos de skunk, conhecida como supermaconha, por ser de origem da planta cannabis sativa com concentração elevada de tetraidrocanabinol (THC).  A droga está avaliada em R$ 100 mil.

Segundo o site Portal Itatitaia, durante a abordagem, o militar quebrou o próprio celular e precisou ser imobilizado. Ele permaneceu em silêncio durante o flagrante. 

O militar foi preso e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Frutal, onde o caso será investigado. O nome do suspeito não foi divulgado.

Em nota, o Comando do 6º Distrito Naval, informou que está acompanhando o caso e irá colaborar com os órgãos competentes na investigação.

O que é skunk?

O skunk, conhecido também como “skank” ou “supermaconha”, é uma droga pertence ao grupo dos canabinóides, mas com efeitos mais potentes e nocivos ao cérebro do que a maconha tradicional.

O skunk é produzido a partir do cruzamento genético e do cultivo hidropônico da planta Cannabis sativa, a mesma que dá origem à maconha.

A droga é criada em laboratório através da manipulação de espécies com engenharia genética e tem uma concentração mais forte de THC (Tetra-hidro-canabidinol), substância psicoativa que age alterando os níveis de serotonina e de dopamina, os hormônios ligados às sensações de prazer e satisfação no cérebro.

Alguns estudos apontam que a concentração de THC do skunk pode ser de sete a dez vezes maior do que a encontrada na maconha, com uma porcentagem de aproximadamente 20% na droga sintética (ou de 40%, dependendo da versão “híbrida”) contra 2,5% na sua forma tradicional.

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