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PROJETO DE LEI

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Cartórios querem penalizar por escrituras feitas fora do estado

Projeto de lei que altera o preço dos serviços feitos pelos cartórios de Mato Grosso do Sul tramita na Assembleia Legislativa do estado

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Projeto de lei que altera o preço dos serviços feitos pelos cartórios de Mato Grosso do Sul – que tramita na Assembleia Legislativa – cria obstáculos para que pessoas que estão fechando negócios em Mato Grosso do Sul façam escrituras públicas em outros estados brasileiros, prática que tem se tornado comum por causa dos altos valores praticados nas serventias locais. 

Para evitar a fuga da demanda local para estados vizinhos como Paraná e São Paulo, o Tribunal de Justiça – autor do projeto – pretende impor a obrigação de recolher para fundos que beneficiam entidades representativas do Ministério Público Estadual, do Poder Judiciário, da Defensoria Pública e da Procuradoria-Geral do Estado.  

Se a lei for aprovada pelos deputados e posteriormente sancionada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), um cidadão que optar por fazer uma escritura em outro estado para economizar terá de recolher para estes fundos, conforme a tabela de Mato Grosso do Sul. 

Na nova tabela há a previsão de reajuste no preço das escrituras para os preços mais altos. 

Atualmente, o preço máximo de uma escritura no Estado é de R$ 6,5 mil, mais os 33% destinados a estes fundos. Se o projeto virar lei, o valor máximo de escritura salta para R$ 9,2 mil, mais 20% destinados às associações dos juízes de Direito, de promotores de Justiça, defensores públicos e procuradores do Estado.  

“Isso é uma forma de punir quem quer fazer negócio em Mato Grosso do Sul, mas que busca alternativas para escapar das altas práticas praticadas pelos cartórios do Estado”, disse o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-MS), Marcos Augusto Netto.

Ao comentar reportagem publicada ontem pelo Correio do Estado, que mostra que em Campo Grande, no ano passado, os cartórios da cidade faturaram R$ 108,8 milhões, o leitor Anderson Exceller, contou sobre sua experiência em fazer escritura no Paraná. “Olhem o absurdo e a discrepância de valores: de R$ 9.600,00 em MS, lá no Paraná ficou 1.600,00”, afirmou.

Em 2017, entidades ligadas ao setor produtivo, como o Secovi, bem como as federações da Indústria de MS (Fiems) e do Comércio (Fecomércio), também citaram a debandada de negociadores para outros estados em busca de escrituras mais baratas.  

O deputado estadual Gerson Claro (PP), líder do governo e relator do projeto, disse que pedirá para estender o prazo de análise do projeto na Comissão de Constituição e Justiça.

“Ano passado não votamos porque tinha que fazer acordo de liderança, dispensar interstícios e submeter a matéria ao regime de urgência, urgentíssima. Não era o caso disso”, afirmou.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT) disse que pedirá para analisar o projeto novamente. “No ano passado estava cheio de ‘jabutis’. Vamos ver neste ano”, afirmou.  

FATURAMENTO DOS CARTÓRIOS

Em 2019, os cartórios de Campo Grande faturaram R$ 108,8 milhões com a cobrança de emolumentos. O valor é 0,9% maior que os R$ 107,9 milhões arrecadados no ano anterior.  

A serventia com maior faturamento em Campo Grande foi o Serviço de Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição, que arrecadou R$ 21,6 milhões em 2019. O 3º Serviço Notarial arrecadou R$ 13,4 milhões no ano passado e o Serviço de Registro de Imóveis da 2ª Circunscrição angariou R$ 11,4 milhões. 

Somente dois cartórios da cidade faturaram abaixo de R$ 1 milhão.

TRIBUNAL

O Tribunal de Justiça, autor do projeto de lei, afirmou através de nota publicada na internet que a nova tabela de emolumentos evitará o fechamento de cartórios, sobretudo os localizados em pequenas cidades.  

De acordo com o juiz auxiliar da Corregedoria, Renato Liberali, seis serventias foram extintas em 2019 e outras quatro estão inativas. 

Diante desse quadro, o juiz explicou que a nova tabela de emolumentos não serve apenas para tornar os valores mais acessíveis à população, mas também permitir que os cartórios sejam atrativos, sobrevivam, e que seus titulares, hoje concursados, neles queiram permanecer.

“Nossos olhos estão voltados aos cartórios do interior, onde a concentração de renda das pessoas, em geral, é menor, e as características econômicas e sociais nos distanciam dos estados vizinhos. E a tabela deve ser una”, disse o juiz.

O Correio do Estado entrou em contato com a Associação dos Notários e Registradores de MS (Anoreg-MS). Não houve resposta até a publicação desta matéria. 

Cidades

Bolsa Família reduz pobreza na primeira infância, mostra estudo

Mais da metade das crianças no Brasil estão em famílias de baixa renda

23/04/2024 21h00

Arquivo/Agência Brasil

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O país tem 18,1 milhões de crianças de 0 a 6 anos de idade, segundo dados do Censo 2022. Cerca de 670 mil (6,7%) estão em situação de extrema pobreza (renda mensal familiar per capita de até R$ 218).

Esse número, no entanto, poderia ser muito pior (8,1 milhões ou 81%) sem o auxílio de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. Essa é a conclusão de um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV).

Perfil Síntese da Primeira Infância e Famílias no Cadastro Único leva em consideração dados de outubro de 2023 do CadÚnico, sistema que reúne informações das famílias de baixa renda no país (renda mensal per capita de até R$ 660). Na primeira infância, de 0 a 6 anos, são 10 milhões de crianças (55,4%) classificadas nessa categoria.

“Esse estudo demonstra o potencial do Cadastro Único para a identificação de vulnerabilidades na primeira infância, a relevância de seu uso para a elaboração de iniciativas para esse público e a importância do Bolsa Família no combate à pobreza”, diz Letícia Bartholo, secretária de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único.

O estudo traz outros recortes, como o fato de que 43% dos responsáveis por famílias com crianças de 0 a 6 anos não têm nenhuma fonte de renda fixa. Para 83% deles, a principal fonte de renda é o Bolsa Família.

Cerca de três a cada quatro famílias com crianças na primeira infância são chefiadas por mães solo. A maioria delas é parda e tem idade entre 25 e 34 anos.

Em relação ao perfil das crianças, 133,7 mil (11,1%) são indígenas; 81,3 mil (6,7%) são quilombolas, e 2,8 mil (0,2%) estão em situação de rua.

“Ao lado de outras políticas públicas, o Bolsa Família tem um enorme potencial de equacionar as desigualdades do país. A criação do Benefício Primeira Infância é o primeiro passo para chamar a atenção de gestores, gestoras e população em geral para a importância dessa fase na vida”, diz Eliane Aquino, secretária Nacional de Renda de Cidadania (Senarc).

Diferenças regionais

Ao considerar as regiões do país, o levantamento aponta a existência de desigualdades. Segundo o Censo, o Nordeste tem 5,1 milhões de crianças na primeira infância: 3,7 milhões (72%) estão registradas do CadÚnico. No Norte, há 1,9 milhão de crianças na primeira infância: 1,4 milhão (73%) registradas no CadÚnico.

Por outro lado, na Região Sudeste, quase metade do total de crianças entre 0 e 6 anos, estão registradas no programa. São 6,8 milhões de crianças na região, das quais 3,1 milhões estão no CadÚnico.

“A disparidade socioeconômica entre crianças na primeira infância exige ações imediatas e uma política nacional integrada que aborde as necessidades específicas das famílias mais vulnerabilizadas. O Cadastro Único é um importante instrumento para nortear uma política que sirva como alavanca para equidade”, diz Mariana Luz, diretora da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Perfil dos municípios

O estudo faz um recorte municipal, a partir de uma classificação em três grupos. O primeiro inclui cidades onde há mais crianças migrantes, em situação de rua e em domicílio improvisado coletivo. O segundo, onde há maior precariedade habitacional, é primeira infância na área rural e de populações tradicionais e específicas. O terceiro, crianças em situação de trabalho infantil, fora da pré-escola e em precariedade habitacional.

Os dados mostram que 71% dos municípios da região Norte não tem saneamento adequado. No Sudeste, o índice é de 20%. No Nordeste, 9% dos municípios não têm energia elétrica.

Os dados fazem parte da série Caderno de Estudos, do MDS, que desde 2005 busca construir conhecimento científico e gestão de políticas públicas. Na nova edição, o caderno apresenta uma série de publicações voltadas para a primeira infância, como pesquisas sobre o impacto do programa de Cisternas na saúde infantil e os desafios enfrentados por mães no mercado no trabalho após terem o primeiro filho.

Cotidiano

Administradora de três aeroportos em MS inicia programa para impulsionar fluxo de passageiros

A operadora aeroportuária Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã

23/04/2024 18h30

Foto/Arquivo

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A operadora aeroportuária Aena, que administra três aeroportos de Mato Grosso do Sul, lançou um programa de incentivo ao desenvolvimento da aviação brasileira. Para isso, deve recompensar as companhias aéreas de acordo com o aumento na quantidade de passageiros no período de 1º de abril a 30 de outubro.

De acordo com a Aena, o objetivo do programa é contemplar os aeroportos dos estados de  Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Em caso de voos domésticos, o programa prevê o reembolso de 100% das tarifas de passageiros em cada rota operada pelas companhias aéreas em 16 aeroportos sob sua gestão.

Nos casos de voos internacionais, o programa de incentivo é válido para os seis aeroportos sob administração da Aena no Nordeste. Nesse caso, a base de comparação será o mês de março de 2024. Para novas rotas internacionais, o incentivo permanece até 31 de março de 2025.

Em Mato Grosso do Sul, a Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

De acordo com Aena,o objetivo da campanha é oferecer um cenário positivo para que as companhias aéreas possam elevar suas participações nos aeroportos da administradora.

"Como maior operadora aeroportuária do país, trabalhamos para incentivar a aviação brasileira, reduzindo custos das companhias aéreas e melhorando as opções dos passageiros", afirma Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil.

As companhias que aderirem ao programa de incentivo ainda podem contar com o apoio da Aena para a promoção das ligações. A concessionária irá disponibilizar a divulgação de novos voos e rotas nos painéis publicitários localizados dentro dos aeroportos, banners promocionais no site da Aena, além de campanhas em suas redes sociais.

 

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