Cidades

2 DE NOVEMBRO

Cemitérios já começam preparativos para dia de Finados

Bancas de ambulantes e faxinas fazem parte da movimentação

ALÍRIA ARISTIDES

31/10/2019 - 14h31
Continue lendo...

Na manhã de quinta-feira (31), a movimentação nos cemitérios municipais Santo Antônio, Santo Amaro e São Sebastião (Cruzeiro), em Campo Grande, era semelhante: parentes percorrem os locais para visitar e cuidar de túmulos de entes queridos, enquanto trabalhadores contratados varrem, escovam e limpam. No lado de fora, bancas com flores, velas e ornamentos a serem vendidos para visitantes começam a ser montadas. Até o Dia de Finados, celebrado no dia 2 de novembro, os preparativos para receber a multidão de pessoas que homenageiam pessoas queridas falecidas devem continuar.

No cemitério Santo Antônio, na Vila Santa Dorotheia, apesar de mais tranquila, as atividades de limpeza começaram cedo. Na última semana, trabalhadores ligados à Prefeitura capinaram o local, que nos últimos dias passam por preparativos menores. Na manhã de hoje, a movimentação era de vassouras e trabalhadores, com o intuito de garantir a limpeza adequada nas vésperas do Dia de Finados. Para a faxineira Tereza Matias, de 72 anos, que trabalha no cemitério, o cuidado é redobrado durante os dias que antecedem a data. “Aqui hoje é uma correria, estamos fazendo a preparação para esperar quem vem visitar o túmulo de parentes. Cuido da limpeza todos os dias, mas a data é especial, merece mais cuidado”, afirma.

No lado de fora, bancas de ambulantes começam a ser montadas. Alguns chegaram dias antes para garantir pontos estratégicos na entrada, além de poder escolher locais com a cobiçada sombra das árvores. 

Durante os últimos 12 anos, Cleusa Correia, 54 anos, chegou cedo para escolher um bom ponto para montar sua banca na frente do cemitério Santo Antônio. A oportunidade é de receber uma verba extra através da venda de velas, flores artificiais, fósforo e água, já expostos na banca de dona Cleusa, que preferiu deixar para levar as flores reais somente no dia do feriado devido ao calor. “Estou aqui tem 3 dias, achei esse lugar e já trouxe as coisas. Espero que as vendas sejam boas, geralmente elas são. É o jeito que arranjei para conseguir um dinheiro a mais”, explica. 

Luzia Evangelista, de 68 anos, vem há 25 anos cuidar do túmulo da filha mais velha, que faleceu em um acidente de ônibus, enterrada no Cemitério São Amaro. Ao lado do marido, Antônio, Dona Luzia limpa com dedicação o túmulo em dias comuns e principalmente antes do Dia de Finados. O amor de mãe é percebido no esmero empregado nas tarefas de varrer, tirar a poeira e lavar a lápide. “Vim hoje para preparar aqui para o dia de finados, trazer flores. Por 21 anos minha filha conviveu com a gente, foi nossa felicidade. Essa é a homenagem que posso fazer para ela”, conta a aposentada.

As irmãs e ambulantes Ana da Silva, 58, e Maria Roberta, 67, já montaram suas barracas, uma ao lado da outra, na frente do Cemitério São Sebastião. Otimistas, esperam boas vendas e, consequentemente, renda extra. “Hoje ainda está meio devagar, mas já estamos fazendo venda. Chegamos mais cedo para segurar o lugar, muita gente monta banca pra fazer venda aqui. É melhor chegar mais cedo para pegar um bom lugar”, explica Ana. Para Maria Roberta, o dinheiro das vendas auxilia no pagamento das contas. “Essa venda é por poucos dias mas ajuda muito no pagamento das contas do fim do ano”, afirma. Com irmãos, pais, avós e tios enterrados no cemitério em que vendem flores durante essa semana, Maria Roberta afirma que há pouco cuidado com a estrutura do espaço. “Eles não cuidam, é bem arrebentado. Também não tem segurança nenhuma, todo dia vândalo pula o muro baixo, o acesso é muito fácil. Quebram, depredam e ninguém faz nada a respeito”, conclui. 

FALTA DE SEGURANÇA  

Os três cemitérios municipais da Capital têm sido recorrentemente alvo fácil para ladrões, que levam peças e decorações dos túmulos para serem vendidos e, com frequência, trocados por drogas e entorpecentes. O cemitério Santo Antônio, fundado em 1914, sofreu um “arrastão” no último dia 24. Vasos de cobre, ornamentos, fotos e até lápides foram furtados. Até uma estátua de cobre de Jesus foi retirada do local em que estava instalada, mas acabou não sendo levada possivelmente pelo peso do objeto. 

Os roubos aconteceram nas 41 mil m² da área do local, que pode abrigar cerca de 14,5 mil sepulturas. Tentando reverter a situação antes do dia dos finados, familiares pagaram trabalhadores para solucionar os danos nos túmulos dos entes enterrados no cemitério. Ao longo da manhã, a movimentação também incluía a reposição de grades, vasos e estátuas, inclusive a de Jesus, que por pouco não foi furtada. 

No cemitério São Sebastião, a situação não é diferente. O aposentado Alcino Sabino, de 76 anos, foi surpreendido ao chegar para limpar o túmulo dos pais, enterrados no local, e encontrar depredação, peças quebradas e outras faltando. “Não foi só no túmulo dos meus pais, ao redor tinham vários depredados. Eles roubaram também a minha paz de espírito, isso deixa a gente revoltado.  Fiz orçamento e para consertar fica R$1800. Não temos segurança nem na morte”, desabafa.

TURISMO SUSTENTÁVEL

Atrativo turístico de MS renova certificado internacional de Clima Positivo

Pontos turísticos já haviam recebido essa mesma certificação em 2023 e 2024, e, com isso, recebem em 2025 pelo terceiro ano consecutivo

23/03/2025 17h30

Mergulho com Cilindro na Lagoa Misteriosa

Mergulho com Cilindro na Lagoa Misteriosa Foto: Marcio Cabral

Continue Lendo...

Recanto Ecológico Rio da Prata, Lagoa Misteriosa e Estância Mimosa, atrativos turísticos localizados em Jardim e Bonito (MS), ganharam, mais uma vez, o certificado internacional de Clima Positivo concedido pela Green Initiative.

A entrega e renovação do certificado ocorreu em 19 de março de 2025, durante a Feira Internacional de Destinos Inteligentes (FIDI), realizada em Bonito (MS).

Os atrativos turísticos já haviam recebido essa mesma certificação em 2023 e 2024. Com isso, recebem em 2025 pelo terceiro ano consecutivo.

Em 2023, a Estância Mimosa tornou-se o primeiro atrativo turístico do mundo a receber a Certificação Climate Positive, conquista que rendeu destaque no Prêmio Nacional do Turismo 2023, do Ministério do Turismo.

A instituição avalia as emissões e compensações de CO2 dos atrativos e certifica como Clima Positivo aqueles que além de neutralizarem as emissões, também removem mais carbono da atmosfera do que emitem.

Para calcular a pegada de carbono, eles adotaram princípios como relevância, exaustividade, consistência, transparência e precisão.

Além disso, consideraram três etapas de análise: pesquisa bibliográfica para obter dados sobre o ecossistema local, processamento de imagens de satélite e cálculos para estimar a quantidade total de CO2 capturado.

Todas as emissões relacionadas às operações e à cadeia de valor dos negócios foram minuciosamente avaliadas, permitindo comparações futuras e demonstrando os impactos das medidas de redução implementadas.

A Green Initiative segue padrões rígidos e estabelecidos pelo The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC).

Para obterem o certificado, os atrativos turísticos sul-mato-grossenses seguiram rigorosos critérios de sustentabilidade e responsabilidade ambiental estabelecidos pela instituição.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), que estava presente no evento, parabenizou a conquista de mais um certificado.

"Eduardo [diretor do Grupo Rio da Prata], conheço a sua trajetória e, graças a empreendedores como você, que têm visão, conhecimento, capacidade de investimento e, acima de tudo, responsabilidade e amor pelo Mato Grosso do Sul e pelo Brasil, essas conquistas são possíveis. Parabéns pelo prêmio, sabemos da metodologia rigorosa envolvida, mas isso nos inspira ainda mais a seguir nossos objetivos", afirmou o governador.

Mergulho com Cilindro na Lagoa MisteriosaCachoeira da Estância Mimosa. Foto: Fernando Peres

"Realizamos essa certificação com base nos dados de 2024, avaliando nossa pegada de carbono em quatro categorias do escopo. Analisamos detalhadamente o Recanto Ecológico Rio da Prata, a Estância Mimosa e a Lagoa Misteriosa, considerando desde o consumo de matéria-prima e combustíveis fósseis até a gestão de resíduos sólidos. Além disso, atualizamos os dados de captura de carbono, levando em conta a área de florestas em regeneração. Com esse trabalho, conseguimos renovar a certificação e seguimos sendo Climate Positive", destacou a Diretora de Sustentabilidade do Grupo Rio da Prata, Luiza Coelho.

A Estância Mimosa é uma fazenda que possui 10 cachoeiras e 9 paradas para banho, ao longo de 2,8 quilômetros de trilhas e quatro horas de passeio. Está localizada na rodovia MS-178, a 24 quilômetros de Bonito.

Mergulho com Cilindro na Lagoa MisteriosaFlutuação do Rio da Prata. Foto: Divulgação/Grupo Rio da Prata

A Lagoa Misteriosa é uma caverna inundada com profundidade desconhecida. Até o momento, foi possível chegar a 220 metros de profundeza. Está localizada na BR-267/KM-512. Possui águas cristalinas em diferentes tons de azul e, a 40 metros de profundidade, é possível ver a copa das árvores que contornam o local. É considerada uma das cavernas inundadas mais profundas do Brasil.

O Recanto Ecológico Rio da Prata é uma fazenda que possui flutuação e mergulho no Rio da Prata, passeios a cavalo e observatório de aves. Está localizada na BR-267/KM-512.

BRASIL

Entenda sobre riscos psicossociais e novas regras de comunicação no trabalho

Há uma série de setores considerados como "prioridade" entre as fiscalizações, como os bancos, serviços de saúde e o de teleatendimentos

23/03/2025 17h00

Texto da nova NR-1 passa a valer a partir do dia 25 de maio, incorporando os fatores psicossociais aos chamados Programa de Gerenciamento de Riscos (PGRa) das empresas.

Texto da nova NR-1 passa a valer a partir do dia 25 de maio, incorporando os fatores psicossociais aos chamados Programa de Gerenciamento de Riscos (PGRa) das empresas. Arquivo/Correio do Estado

Continue Lendo...

Em maio entra em vigor uma nova redação da chamada Norma Reguladora 1 (NR-1), com um texto que institui o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, quando os empreendimentos passarão a ser fiscalizados pelos riscos psicossociais no trabalho. 

Conforme estipulado pela lei nº 14.831/2024, há novas diretrizes para prevenção desses riscos, como bem esclarece a fonoaudióloga e especialista em expressividade, Dra. Cristiane Romano. 

Ela explica que as comunicações corporativas, quando não bem executadas, podem gerar estresse, ansiedade e inclusive afastar o trabalhador de suas atividades graças a questões ligadas à saúde mental, portanto é necessária atenção da organização para não tornar o ambiente tóxico. 

"A ausência de diálogos claros, a prática de desqualificar funcionários e o não reconhecimento de esforços impactam diretamente a segurança psicológica dos profissionais", cita a Dra. Cristiane em nota.

E no quesito comunicação disfuncional há uma série de efeitos prejudiciais, como a distorção de informações, negação de problemas evidentes, que também pode ser identificado como 'gaslighting corporativo'. 

Entre os exemplos, a fonoaudióloga lista comentários que costumam ser comuns em organizações e características dessa prática, como "você não entendeu direito"; "isso não aconteceu" ou "é exagero", que ela cita com poder de minar a autoconfiança dos trabalhadores. 

Fiscalizações

Conforme o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), o texto da nova NR-1 passa a valer a partir do dia 25 de maio, incorporando os fatores psicossociais aos chamados Programa de Gerenciamento de Riscos (PGRa) das empresas.

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) classifica como fatores de risco:

  • Cargas de trabalho excessivas,
  • Exigências contraditórias/ falta de clareza em definição de funções,
  • Falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador,
  • Falta de controle da forma como o trabalho é executado,
  • Má gestão de mudanças organizacionais,
  • Precariedade laboral,
  • Comunicação ineficaz,
  • Falta de apoio das chefias ou dos colegas,
  • Assédio psicológico e sexual, etc.

Há uma série de setores que, segundo o Sinait, serão considerados como "prioridade" entre as fiscalizações, como os bancos, serviços de saúde e o de teleatendimentos, por exemplo. 

O Sindicato reforça que doenças mentais são a segunda maior causa de afastamento do trabalho no Brasil, sendo que o descumprimento das diretrizes estabelecidas poderá gerar consequências financeiras para as empresas. 

Caso seja identificado, por exemplo, a ausência de medidas adequadas, o auditor fiscal do trabalho poderá denunciar a situação ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que, por sua vez, pode ajuizar ação civil pública contra essa empresa, gerando multas e outras penalidades.

 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).