Diante da estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), do Ministério da Saúde, 520 mil novos casos de câncer no Brasil em 2012, 432 pessoas estiveram ontem no Hospital Universitário (HU) recebendo atendimento no dia do Mutirão de Combate ao Câncer de Pele.
A doença está entre as três de maior incidência no país e este ano, de janeiro até setembro, já foi responsável por mais de dezesseis mortes em Campo Grande. A iniciativa da Sociedade Brasileira de Dermatologia está em sua 13ª edição na Capital e conta com o trabalho de pelo menos 20 voluntários entre médicos dermatologistas, acadêmicos e residentes.
Muitas pessoas amanheceram na fila para garantir a senha do atendimento programado para começar às 9h. A aposentada Espedita da Silva, 75 anos, contou que mora no Bairro São Conrado e acordou às 4h30min para pegar o primeiro ônibus, às 5h. Espedita conseguiu chegar às 6h no Hospital Universitário e pegou a senha de número 14. “Mesmo chegando tão cedo ainda fiquei um pouco longe da primeira senha”, disse. Ela revelou que tem uma mancha nas costas e que desconfiou ser câncer e por isso foi até o mutirão. Na avaliação clínica os médicos encaminharam a aposentada para a retirada de uma amostra da pele, ou seja, uma biópsia para saber se trata-se mesmo de câncer de pele e qual seria a gravidade.
No local quem procurou atendimento passava pela avaliação clínica e caso houvesse suspeita já era submetida à biópsia e se confirmasse o câncer a cirurgia também era feita no mesmo dia. A coordenadora da ação no Estado, dermatologista Elza Garcia da Silva, disse que desde a primeira edição houve aumento significativo na procura pelo atendimento e que infelizmente a cada ano são diagnosticados mais cânceres em estágio avançado pela falta do diagnóstico precoce.
Cirurgia
As filhas da aposentada Ignês Roman Oliva Deboleto, 70 anos, ficaram apreensivas quando a doutora Elza informou da necessidade de submetê-la a uma pequena cirurgia. “Perdemos nosso pai há 81 dias e ela (a mãe) é a nossa jóia mais preciosa”, disse uma das filhas de Ignês, Maria de Lourdes Deboleto, 49 anos. Ela saiu da cidade de Dourados para levar a mãe até o Mutirão Contra o Câncer de Pele. “Já tinha ouvido falar que o atendimento aqui era muito bom e por isso trouxe ela”, salientou.
A aposentada teve o câncer do tipo carcinoma diagnosticado e ontem mesmo foi submetida à cirurgia numa região da face onde havia se desenvolvido a doença.