Cidades

APESAR DOS DECRETOS

Centro fecha, mas bairros e grandes lojas 'driblam' lockdown

Havan foi um dos estabelecimentos que conseguiu abrir por possuir registro de hipermercado, apesar de se caracterizar como uma loja de departamentos

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O primeiro dia do 'semi-lockdown' em Campo Grande começou com pouquíssimo movimento no Centro, com praticamente todas as lojas fechadas. Contudo, a situação dos bairros foi o inverso, com vários estabelecimentos que deveriam fechar funcionando normalmente e muitas pessoas nas ruas, inclusive sem máscara de proteção.

Logo cedo, a reportagem do Correio do Estado foi às ruas para verificar a situação. Uma das situações que chamou a atenção foi o funcionamento normal de grandes redes de lojas de departamento, como as Lojas Americanas e a Havan.

Ambas podem funcionar em períodos de restrição como o desse e do próximo fim de semana por terem alvará de venda de produtos alimentícios e de higiene. Assim, eles seriam como supermercados, apesar que a realidade vista é bem diferente.

No caso da Americanas, apesar da maioria dos alimentos oferecidos em suas lojas não fazer parte da cesta básica, há diversos produtos de higiene à venda. Na unidade localizada no Centro, o movimento era baixo nessa manhã.

Já na Havan, basicamente não se encontram tais itens à venda, tendo maior destaque nas pratilheiras outros bens de consumo, como talheres, toalhas, ferramentas, celulares, produtos de decoração, entre outros. Na unidade localizada na avenida Ernesto Geisel, alguns consumidores se arriscaram ir às compras nessa manhã.

Conforme apurado, entre 20 e 30 funcionários trabalhavam no local, com apenas três caixas abertos. Além do uso obrigatório de máscaras, a higienização das mãos era feita na entrada do estabelecimento, com borrifador de álcool líquido 70%. "Todos estão com receio, e nós também. Mas precisamos vir trabalhar", comenta uma funcionária.

A inclusão de itens como arroz, feijão e macarrão no rol de produtos vendidos pela Havan aconteceu em maio. Segundo a assessoria de imprensa da própria empresa, ela consta no Cadastro Nacional de Atividade Econômica (CNAE) dentro da categoria hipermercado, o que lhe permite vender qualquer tipo de gênero alimentício.

"Muitas lojas de departamento do mundo, como a Harrods, em Londres, e a Americanas, no Brasil, vendem alimentos", cita a Havan em nota à imprensa. "Cada empresa está adotando medidas diferentes para sobreviver, algumas que não tinham e-commerce, estão vendendo pela internet", destaca o dono da rede, Luciano Hang.

Adesão baixa nos bairros

Enquanto o Centro seguiu à risca o decreto do prefeito Marcos Trad (PSD), com validade até o dia 31 deste mês, comerciantes dos bairros acabaram desrespeitando a determinação e abrindo normalmente. Em uma das principais ruas comerciais da periferia de Campo Grande, a Souto Maior, o fluxo foi grande durante essa manhã.

Abrangendo bairros importantes como Tijuca e Coophavila II, na Souto Maior foi possível ver estabelecimentos de venda de roupas, os populares 'ganha pouco' e até loja de erva de tereré abertos, além de oficinas mecânicas e outras atividades que pelos decretos publicados pela prefeitura, estão proibidas de acontecer.

A responsabilidade por tal fiscalização é da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur). A reportagem tentou contato com o chefe da pasta, Luiz Eduardo Costa, mas até o fechamento do texto não obteve êxito. Contudo, foi apurado que a fiscalização já tinha ciência da situação na Souto Maior nesta manhã.

"No momento em que estamos, esse lockdown foi bastante necessário, se não o problema pode aumentar. É uma situação que ocorre no mundo inteiro, todos passando por isso, então precisamos obedecer", opina Sebastião Gomes, de 63 anos, que passava pelo Centro.

Outro que também estava de passagem pela região central e comentou a situação foi o jovem Kesler Santos, de 16 anos. "O lockdown é uma medida necessária, mas precisaram colocar uma multa para a maioria usar máscara. Acredito que daqui em diante as pessoas vão passar a respeitar mais os decretos", frisa.

Tempo para reformas

Com a baixa demanda de clientes no Centro e atividades de construção civil liberadas, algumas lojas da região aproveitaram para seguir com reformas. Apenas na 14 de Julho, a reportagem conseguiu contar duas reformas internas e uma externa, com pintura. Já nos bairros, a quantidade de lojas de material de construções abertas é grande.

Igrejas, que também estão liberadas para funcionar, em geral, apresentavam fluxo baixo e algumas sequer abriram as portas nos locais aos quais o Correio do Estado passou neste sábado (18), em geral, na região sudoeste e sul de Campo Grande.

Mato Grosso do Sul

Domingo tem temperaturas acima dos 40 e sensação térmica de 48ºC

Na região norte do estado, umidade relativa do ar chegou a 7%

08/09/2024 18h30

Em Campo Grande, a máxima registrada foi de 38,7ºC, com sensação térmica de 44ºC.

Em Campo Grande, a máxima registrada foi de 38,7ºC, com sensação térmica de 44ºC. Marcelo Victor/Correio do Estado

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Neste domingo, termômetros chegaram a marcar 41,6ºC em Mato Grosso do Sul, com sensação térmica de 48ºC, conforme levantamento divulgado pelo meteorologista da Uniderp, Natalio Abraão.

A maior temperatura, de 41,6ºC, foi registrada em Aquidauana, município 139 km a oeste de Campo Grande. A sensação térmica na cidade, neste domingo, foi de 47ºC, ficando atrás apenas da registrada em Porto Murtinho, município localizado no estremo oeste do estado, que foi de 48ºC; os termômetros registraram 41,5ºC.

Outros quatro municípios dos 33 monitorados tiveram temperaturas acima dos 40ºC:

  • Nhumirim: 41,4ºC, com sensação térmica de 46ºC;
  • Corumbá: 41,1ºC, com sensação térmica de 47ºC;
  • Miranda: 40,7 ºC, com sensação de 46ºC;
  • Água Clara: 40,1ºC, com sensação de 45ºC.

Em Campo Grande, a máxima registrada foi de 38,7ºC, com sensação térmica de 44ºC.

Clima desértico

Além das altas temperaturas, o estado vem sendo "castigado" pelo tempo seco. Neste domingo (8), a umidade relativa do ar chegou a 7%, segundo monitoramento do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O índice baixo e alarmante foi observado às 15h, nos municípios de Coxim e Sonora, ambos localizados na região norte do estado.

Em Costa Rica, também no norte de MS, a umidade foi de 9% no mesmo horário. Confira o levantamento completo:

Município Umidade Relativa Mínima*
Coxim, Sonora 7%
Costa Rica 9%
Amambai, Aquidauana, Jardim, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia 10%
Água Clara, Cassilândia, Corumbá, Dourados, Maracaju, Miranda, Porto Murtinho 11%
Campo Grande, Chapadão do Sul, Ivinhema, Ponta Porã, Três Lagoas 12%
Bataguassu, Paranaíba, Rio Brilhante 13%
Itaquiraí, Juti 14%
Sete Quedas 15%
*Às 15h

Previsão

Conforme noticiado no dia 30 de agosto, a meteorologia espera que a onda de calor, que atinge o estado desde o dia 2 de setembro, dure até o dia 19 deste mês.

Em Campo Grande, o cenário deve se manter o mesmo observado neste domingo durante toda a semana, segundo o Clima Tempo. São esperadas mínimas de 25ºC e máximas de 38ºC, e a umidade deve variar entre 14 e 27%.

Para Dourados, são esperadas mínimas de 21ºC e máximas de 40ºC, com umidades que variam de 13 a 50%.

Em Três Lagoas, as máximas também podem chegar aos 40ºC, e as mínimas a 21ºC, e umidades mínimas e máximas de 13 e 70%.

Corumbá terá temperaturas máximas de 41ºC, mínimas de 21ºC e umidades que variam de 11 a 56%.

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Cidades

Carreta que transportava soja tomba em trecho da BR-163

A pista foi interditada por meia hora nesta tarde. No momento, o fluxo segue normal

08/09/2024 18h00

Carreta carregada de soja tomba em trecho da BR-163

Carreta carregada de soja tomba em trecho da BR-163 Gerson Oliveira

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Na manhã deste domingo (08), uma carreta, que levava um carregamento de soja, tombou no KM 495 Sul, da BR-163. O motorista não ficou ferido.

Segundo informações da CCR MS, a pista só foi interditada para realizar o destombamento, que ocorreu das 15h às 15h35. No momento, o fluxo segue normal.

Outros acidentes

Em agosto deste ano, uma outra carreta que levava soja, tombou no km 609, na BR-163, no município de São Gabriel do Oeste. O motorista, um homem de 43 anos, não sofreu ferimentos graves.

De acordo com informações, o veículo perdeu o controle e acabou tombando. A equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a CCR MSVia foram acionadas e estiveram no local. 

Já em junho, ainda na BR-163, em Belterra, oeste do Pará, um motorista de uma carreta que transportava produtos de lojas virtuais, perdeu o controle da direção e tombou o veículo. O motorista sofreu escoriações devido ao acidente.

Rodovia da morte

Números compilados de 2018 mostram que no Mato Grosso do Sul e na Região Centro-Oeste, a BR-163 ainda mantinha o título de "rodovia que mais mata", sendo que a privatização de 2013 buscava tirar o título macabro do trecho. 

Cerca de dois anos após a privatização, os números de 2015, de fato, apontavam para uma queda de mais de 50% nas mortes, com a PRF indicando que os 64 óbitos de 2014 haviam caído para apenas 30 em 2015.

Acontece que os números voltaram a subir, e as melhorias na via estão paradas há sete anos, já que a CCR MSVia, não cumpriu com o contrato, que previa a duplicação de todos os 845 km da BR-163, de Mundo Novo, na divisa com o Paraná, a Sonora, na divisa com o Mato Grosso. Desde o início da concessão, há dez anos, foram duplicados apenas cerca de 155 km.

O prazo para a duplicação completa terminaria em 2024, mas a concessionária fez apenas a duplicação necessária para iniciar a cobrança de pedágio, nos três primeiros anos.

A rodovia não recebe investimentos desde 2017, quando a empresa solicitou o reequilíbrio do contrato. A CCR chegou a dizer em 2019 que não tinha interesse em permanecer com a rodovia e até cobrou a devolução de ativos da União, no valor de R$ 1,4 bilhão.

Desde então, o Governo Federal vem prorrogando o contrato com a CCR MSVia para a administração da BR-163.

Em 2023, foram realizadas audiências públicas em Brasília e em Mato Grosso do Sul para debater o futuro da rodovia federal que corta o estado. Em julho, uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou a assinatura do acordo consensual entre o Governo e a CCR MSVia.

Dois meses depois, a União e o Estado fizeram uma proposta para que a CCR MSVia continuasse com a concessão, apresentando regras para assinatura do novo contrato, como a manutenção do pedágio, a duplicação de mais 68 km de rodovia e a implantação de 63 km de faixa adicional, 8 km de marginais e 9 km de contornos.

A CCR MSVia teria mais 20 anos com a BR-163, porém, com esse novo acordo, o prazo será estendido por mais 15 anos. Nos primeiros três anos contratuais, haverá investimento de boa parte do total de recursos destinados.

A empresa promete a duplicação de mais 190 km e mais 170 km de terceira faixa.

O novo contrato, que prevê R$ 12 bilhões de investimento na rodovia, deveria ter sido assinado no primeiro mês de 2024. No entanto, um impasse do Tribunal de Contas da União atrasou o processo, que ainda está parado.

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