BRASÍLIA
Impulsionado pelo agronegócio e pelo poder da capital federal, o Centro-Oeste é a região brasileira onde estão, em termos proporcionais, os candidatos a governador e vice com maior patrimônio declarado à Justiça eleitoral. Dos 38 nomes que concorrem aos governos de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal, 18 possuem mais de R$ 1 milhão em bens. Os candidatos mais abastados das quatro unidades federativas acumulam R$ 250,09 milhões, entre fazendas, residências, empresas, veículos e aplicações financeiras.
A concentração de renda, tão característica do Brasil, também se espelha nas declarações de bens repassadas aos tribunais eleitorais. Dos 334 candidatos a governador e vice que se registraram para as eleições em todo o País, 75 fazem parte do seleto “clube dos milionários”, que concentram R$ 535,23 milhões dos R$ 579,49 milhões declarados. Em outras palavras, 22% dos postulantes aos dois cargos detêm 92% de todo o patrimônio.
Relação dos milionários
O grupo dos candidatos mais endinheirados reúne 16 partidos políticos. O PMDB, com 17, o PSDB e o DEM, com nove, o PDT e o PP, com sete, são as cinco legendas com mais nomes na relação dos postulantes mais ricos aos governos estaduais. Também aparecem seis do PP, quatro do PR e do PT, três do PV, dois do PMN e do PPS e um do PSC, do PSOL, do PSDC, do PHS e do PTB.
Com cinco representantes cada, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso são os estados com mais candidatos com patrimônio acima de R$ 1 milhão. Em Mato Grosso do Sul, apenas dois dos seis candidatos a governador ou vice têm patrimônio inferior à cifra – Ney Braga (PSOL) e sua vice, Ivone Teodoro (PSOL). Embora tenha declarado à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 1 milhão, Braga disse que foi um equívoco. Na realidade, ele teria apenas um imóbvel no valor de R$ 150 mil. O governador André Puccinelli (PMDB), que tenta a reeleição, declarou bens que somam R$ 5.378.828,63. O petista José Orcírio dos Santos disse ter R$ 2.299.723,00.
Já em Mato Grosso, a mesma aliança reúne os dois candidatos mais ricos. O deputado estadual Otaviano Pivetta (PDT), com patrimônio de R$ 132,69 milhões, é vice na chapa do empresário Mauro Mendes (PSB), que tem R$ 57,15 milhões.
Goiás e Distrito Federal também têm quatro nomes na lista dos “milionários”. Entre os goianos, destaque para o ex-governador Iris Rezende (PMDB). Com R$ 14,62 milhões, ele é o sexto mais rico. Dono de um patrimônio declarado de R$ 5,24 milhões, o ex-governador do DF Joaquim Roriz (PSC) figura como o segundo mais rico na corrida pelo Palácio do Buriti. Perde apenas para seu companheiro de chapa, o ex-deputado Jofran Frejat (PR), com bens avaliados em R$ 5,36 milhões.
Em números absolutos, o Nordeste é a região do país com maior número de candidatos a governador e vice com patrimônio superior a R$ 1 milhão: 26 dos 126 postulantes aos cargos. Juntos, os mais ricos da região têm R$ 148,85 milhões em bens, móveis ou imóveis. Quase metade do montante declarado pelos candidatos do Centro-Oeste.
Mais ricos
Dos 13 candidatos a governador e vice mais ricos do país, segundo informações prestadas à Justiça eleitoral, sete são do Nordeste: Pedro Fiúza (PSDB) e Cláudio Vale (PPS), do Ceará; Nilo Coelho (PSDB), da Bahia; Teotônio Vilela (PSDB) e Fernando Collor (PTB), de Alagoas; Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão, e José Maranhão (PMDB), da Paraíba. Os quatro primeiros estão entre os dez mais abastados.