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Chuva no Pantanal foi 18% menor que a média histórica

Apesar de grande acumulado em outras regiões do Estado, o bioma segue com precipitação abaixo do esperado para o período de setembro a março deste ano

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As chuvas que vêm sendo registradas neste período de outono, iniciado em 20 de março, estão fora do padrão que existia para o Pantanal de Mato Grosso do Sul. Ainda assim, não representaram acumulados que garantem sinais de estiagem, dando espaço para cheias.

Diferentemente da região centro-sul do Estado, o bioma não contou com grande acumulado de chuva nesse feriadão e os últimos sete meses estão com 18% menos precipitação do que a média histórica.

O Serviço Geológico do Brasil (SGB), que mantém um monitoramento contínuo da bacia do Pantanal, em seu boletim de meados de abril, indicou defasagem de chuva.

“A bacia do Rio Paraguai registrou um total acumulado de 11 mm de chuva [até 12/4]. Nos últimos sete meses [setembro de 2024 a março de 2025], a chuva acumulada na bacia foi 18% menor que a média histórica para o período de 2020 a 2025”, detalhou síntese da situação do Pantanal, no boletim técnico.

O período analisado, ainda com registro de chuva abaixo da média histórica, refere-se aos meses que, até 2019, contava com chuvas para contribuir no período de cheia de baías, corixos e do Rio Paraguai, além de seus tributários. A partir do outono, o padrão de tendência para o território é redução da chuva, levando à vazão da água no Pantanal e à redução dos níveis dos rios.

O que os cenários climatológicos sugerem, conforme especialistas, é que esse padrão do ciclo de chuva se apresenta bem alterado neste ano. Um dos motivos pode estar atrelado às mudanças climáticas, associados também ao uso das terras em larga escala na Amazônia e no Cerrado. O Pantanal é um bioma que sofre influência direta das ações em outras regiões.

“Mudanças no uso das terras em larga escala na Amazônia e no Cerrado têm contribuído para a redução das chuvas no Pantanal. As mudanças climáticas estão criando condições cada vez mais favoráveis para a ocorrência de incêndios de grandes proporções no Pantanal, uma vez que aumentos na temperatura do ar e aumento na variabilidade da precipitação afetam a evapotranspiração. A avaliação do balanço hídrico em diferentes cenários de emissão, mais especificamente do deficit hídrico, está relacionada ao potencial de risco de fogo e às quedas na produção agrícola, especialmente em cultivos de ciclo curto”, apontaram sete pesquisadores que publicaram o artigo Projeções de mudanças climáticas para o Pantanal – uma análise de cenários do CMIP6”, pela Embrapa.

A precipitação anual média da Bacia do Alto Rio Paraguai é de 1.400 mm, com chuvas que se concentram entre dezembro e fevereiro. O período seco fica entre junho e agosto. 

Como o território não é um só, o que ocorreu na região norte do Pantanal, em Mato Grosso e na divisa com Mato Grosso do Sul, é que vai causar influência no restante da região, que é formada por 11 sub-pantanais. 
Análise publicada em 2020 do período chuvoso no Pantanal norte, considerando dados desde 1977, identificou que há 13% mais dias sem chuva do que na década de 1960.

Quando esses cenários de chuva ficam alterados, o impacto abrange grande parte do Pantanal. As inundações submergem até 70% da planície alagável localizada em Mato Grosso do Sul, em geral, pelo período de quatro a oito meses, dependendo do pulso de inundação. 

“Mudanças nesses pulsos de inundação, associadas a aumentos nas temperaturas e diminuição da umidade e da precipitação, têm impactos no funcionamento desse ecossistema, afetando de forma intensa a biodiversidade e as atividades humanas”, detalharam os pesquisadores da Embrapa Vânia Rosa Pereira, Daniel de Castro Victoria, Aryeverton Fortes de Oliveira, Santiago Vianna Cuadra, José Eduardo Boffino de Almeida Monteiro, Rafael Galib e Arthur Welle.

RISCOS DE INCÊNDIOS

O balanço hídrico alterado para o Pantanal gera reflexo para aumento do risco de incêndios florestais. Os estudos divulgados no fim do ano passado pela Embrapa apontaram uma alteração da demanda atmosférica para este ano, com aumento da temperatura do ar, o que favorece a proliferação do fogo. 

Nesse caso, a biodiversidade, a produção agropecuária e a saúde de moradores dessas regiões ficam ameaçadas.

Na avaliação de dados, os pesquisadores identificaram “aumento da temperatura máxima em todas as estações do ano quando compara-se histórico versus os cenários avaliados”. 

Ainda, foi identificado que a primavera (que neste ano vai de 22 de setembro a 21 de dezembro) tem as mudanças mais intensas de temperatura máxima, bem como pode haver redução da precipitação com sinais mais intensos na primavera e no outono. Em anos anteriores a 2019, o período da primavera e do verão eram os mais favoráveis para chuva no Pantanal.

“Os resultados enfatizam o papel das mudanças climáticas na intensificação desses eventos combinados, sugerindo que cenários futuros podem trazer eventos de seca-calor ainda mais frequentes e intensos. E, de fato, os cenários de mudanças climáticas corroboram essa situação para o Pantanal, uma vez que os modelos climáticos globais utilizados neste trabalho [...] projetam aumentos de eventos de secas extremas para o Pantanal”, observaram os pesquisadores da Embrapa.

ALENTO PARA ABRIL

O SGB avaliou que o volume de chuvas, até o fim deste mês, pode chegar a 50 mm. “Caso esse prognóstico se concretize, aliado à tendência observada nos últimos dias, espera-se uma elevação gradual dos níveis em Ladário e estabilidade nas cotas nas estações Forte Coimbra e Porto Murtinho”, ponderou o boletim do dia 16.

O trecho do Rio Paraguai entre Barra do Bugres, em Mato Grosso, e Porto Murtinho, incluindo a estação de Ladário, teve dados analisados sobre o nível do Rio Paraguai e esse encontra-se dentro da faixa de normalidade para este período do ano. 

Os rios Cuiabá, Miranda e Aquidauana, que influenciam no Rio Paraguai, também estão em níveis razoáveis. Ainda assim, as marcas registradas estão abaixo das médias históricas.

SAIBA

O trecho do Rio Paraguai entre Barra do Bugres, em MT, e Porto Murtinho, incluindo a estação de Ladário, teve dados analisados sobre o nível do Rio Paraguai e esse encontra-se dentro da faixa de normalidade para este período do ano.

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visita técnica

Adriane Lopes visita São Paulo em busca de soluções para a saúde de Campo Grande

Prefeita se reuniu com secretário de Saúde da capital paulista para trocar experiências e levantar modelos que possam ser adaptados na capital de MS

22/05/2025 17h31

Prefeita fez visita técnica à Secretaria de Saúde de São Paulo

Prefeita fez visita técnica à Secretaria de Saúde de São Paulo Foto: Divulgação

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A prefeita Adriane Lopes (PP) se reuniu, nesta quinta-feira (22), com o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco, com objetivo de buscar modelos que possam ser adaptados para fortalecer a saúde públlica de Campo Grande.

De acordo com o Executivo Municipal, entre os temas debatidos no encontro estão o financiamento do setor, modelos de gestão, ampliação de leitos e vagas, fortalecimento da atenção primária, aquisição de equipamentos, uso de tecnologia e inovação na saúde pública.

“Nossa reunião teve o objetivo de conhecer de perto programas e ações bem-sucedidas na área da Saúde. Estamos em busca de soluções que possam ser implementadas em Campo Grande, sempre pensando na melhoria do atendimento à nossa população", disse a prefeita.

"Vimos projetos como o uso de tecnologia, prontuário eletrônico, modernização das unidades com foco na humanização e também um programa específico para a saúde mental dos servidores. Cada ação reforça nosso compromisso em buscar soluções que melhorem a vida das pessoas”, acrescentou Adriane Lopes.

O motivo da visita técnica ter sido feita em São Paulo é o fato da cidade ser uma referência nacional em saúde.

São Paulo conta com a maior rede de saúde da América Latina, sendo exemplo em tecnologia aplicada à gestão pública de saúde.

A prefeitrua reforça que os principais destaques, que serão discutidos para adaptação na saúde pública local, são o prontuário eletrônico integrado, agendamento online de consultas e exames, além de telemedicina e plataformas de telediagnóstico, que ampliam e agilizam o acesso da população aos serviços.

Além da prefeita, participaram do encontro a secretária de Planejamento Estratégico, Catiana Sabadin; o secretário de Licitações, André Brandão, e o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação, Cláudio Marques.

A secretária de Saúde, Rosana Leite, não participou da comitiva.

Outro compromisso

A agenda da prefeita em São Paulo também compreendeu uma reunião com executivos do Banco Safra.

Na instituição, foram discutidas possíveis soluções financeiras e linhas de crédito para investimentos no desenvolvimento de Campo Grande.

A prefeitura não detalhou quais são os investimentos e valores pleiteados.

CÂMARA

Vereadores derrubam veto da Prefeitura sobre repasse de R$8,7 mi a entidades sociais

Os vereadores garantiram, em votação, a destinação dos repasses às instituições

22/05/2025 16h15

Vereadores criticaram o veto a Projeto de Lei

Vereadores criticaram o veto a Projeto de Lei Divulgação/CMCG

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Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande derrubaram o veto da do Poder Executivo ao Projeto de Lei nº 11.736/25, garantindo a destinação de R$8,7 milhões a entidades assistenciais e de saúde. O Projeto de Lei institui o Plano de Aplicação de Recursos do Fundo de Investimentos Sociais e o veto foi derrubado por unanimidade durante a sessão ordinária desta quinta-feira (22). 

Os vereadores mostraram indignação com o indeferimento do Projeto e ressaltaram a importância do trabalho das pessoas do Terceiro Setor, além de defenderem o aumento nos valores que precisam ser repassados às instituições. 

Os recursos auxiliam os trabalhos desenvolvidos por instituições que atendem crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, famílias que estão em situação de vulnerabilidade, hospitais, unidades de saúde e de tratamentos. 

O presidente da Câmara, o vereador Epaminondas Neto, o Papy, ressaltou que “a Câmara tem um compromisso com o Terceiro Setor, que presta um serviço para a população que o município não consegue atender. Então, não tem como esse prejuízo ficar para as instituições e a Câmara defende esse interesse”. 

Para ele, a derrubada do veto não é uma forma de ‘bater de frente’ com o Executivo, mas uma forma de defender a posição da casa de leis, para que haja uma solução para esse pagamento. 

O projeto de lei aprovado na Câmara garante que cada vereador possa destinar R$300 mil para instituições, sendo R$150 mil para entidades da área de assistência social e outros R$150 mil para a área da saúde, recursos estes que estão previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Com a derrubada do veto, a proposta com as emendas será expedida pelo presidente Papy e se torna lei. 

Instituições

Representantes de várias instituições sociais estiveram presentes para acompanhar a votação. Para a presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Amparo à Criança e ao Adolescente, Meire Pasquini, as emendas têm um valor fundamental para a entidade, pois elas garantem que o trabalho continue. 

“A expectativa quanto ao trabalho dos vereadores foi atendida, especialmente no que diz respeito à importância das emendas destinadas à nossa instituição. Estou muito feliz, pois foi essencial a derrubada do veto para que a gente possa dar continuidade ao nosso trabalho. Nós que estamos na ponta, lidando diretamente com a população, muitas vezes não conseguimos contar com o apoio do Poder Público Municipal. Por isso, essas emendas têm um valor fundamental — são elas que nos permitem manter nossas atividades funcionando”, ressaltou. A entidade atende 70 crianças.

Veto

De acordo com a prefeitura, a justificativa foi de que “o veto é medida que se impõe e tem como diretriz o ajuste fiscal, com objetivo de promover o equilíbrio entre receita e despesa, priorizando obras e serviços em andamento em detrimento de novos investimentos”. 
 

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