O tempo chuvoso em Campo Grande traz também os temidos buracos. Os problemas nas ruas da cidade aumentaram nos últimos dias e já é possível encontrar crateras até mesmo em avenidas.
Com as precipitações, as obras de tapa-buraco e manutenção de vias não pavimentadas estão comprometidas, visto que no período de chuvas há redução das equipes de trabalho.
Conforme a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços e Públicos (Sisep), as chuvas não permitem que os buracos sejam tapados e abrem novos, aumentando a quantidade de vias que precisam receber manutenção.
De acordo com o secretário adjunto da Sisep, Ariel Serra, o trabalho de manutenção em buracos é inadequado em dias de chuva, pois o asfalto fica com pouca aderência ao solo e uma parte se solta.
Serra destaca que durante o período de abril e setembro o cronograma de obras é reduzido, por conta do período climático instável.
“Com o início do período de baixa pluviométrica que iniciou em abril e vai até setembro, a demanda dos serviços de tapa-buraco são reduzidos pelo fator climático. Quando amanhece chovendo, as equipes já não conseguem carregar o asfalto e trabalhar. O trabalho retoma de fato quando o período melhorar. O fator que contribui para o aumento dos buracos são as chuvas na cidade”, esclareceu.
Ao percorrer algumas ruas de Campo Grande, a reportagem do Correio do Estado encontrou vários buracos que aumentaram com a chuva em diferentes bairros da Capital, como na Vila Ipiranga, São Francisco e Santo Amaro.
CONTRATOS
Segundo a Sisep, mesmo com a vigência do decreto estadual que determina o funcionamento de atividades consideradas essenciais, os contratos que estão vigentes para tapar buracos na cidade serão executados.
“Mesmo com o decreto estadual em vigência, não há impedimento para a execução dos trabalhos, vamos dar continuidade aos serviços sem interrupção, salvo pelas condições climáticas que impedem o andamento das operações”, apontou Ariel Serra.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as precipitações em Campo Grande devem continuar até amanhã. Até o momento, a Capital registrou 16 milímetros de chuva nas últimas 24 horas, o que tem derrubado as temperaturas em todo o Estado.
O tempo deve continuar instável até domingo (13), quando o frio chega com maior intensidade e pode registrar até 11º C.
Conforme a meteorologista Andrea Ramos, a frente fria continua provocando instabilidade e chuva em Campo Grande. São esperados ventos de intensidade fraca a moderada, com rajadas entre 60 km a 75 km.
“Nas próximas 72 horas, nós temos expectativas de chuva e até mesmo temperadas com granizo em algumas regiões. A frente fria vem acompanhada de temporais, em que chuvas intensas vão ocorrer ao longo do dia”, explicou ao Correio do Estado.
O Inmet prevê que o fim de semana será de chuva, rajadas de vento e trovoadas para algumas cidades do Estado. O Instituto publicou alerta para risco de tempestade em algumas cidades de Mato Grosso do Sul.
O aviso é válido até a tarde de hoje. Serra reiterou que nos dias em que chove as equipes não conseguem trabalhar em nenhuma região da Capital e, com as equipes reduzidas, o trabalho é redobrado na retomada.
“Provavelmente, na semana que vem, teremos mais demanda em função das chuvas desta semana, com isso faremos reforço nas equipes para resolver os buracos”, apontou o secretário adjunto da Sisep.
PREJUÍZO
Conforme o borracheiro Ronaldo Mendonça, 53 anos, o reflexo dos buracos nas vias da Capital são os pneus furados. Ele destacou que a procura pelos serviços aumentaram nos últimos dias.
“É sempre assim, começa a chover e já temos buraco, começa bem pequeno e depois da chuva ele aumenta. Acaba sendo um risco dependendo do local e da profundidade, tendo risco de ter estragos no amortecedor e na suspensão do carro, além do pneu furado”, apontou.
De acordo com Mendonça, pelo menos oito veículos tiveram os pneus furados por conta de buracos nas proximidades de seu estabelecimento nos últimos dois dias.
Equipes estão reduzidas
As equipes de tapa-buraco e manutenção de vias não pavimentadas de Campo Grande estão atuando com redução de 30% por causa da pandemia de Covid-19.
A medida foi implantada pela Sisep, no ano passado, como forma de economizar em razão da crise sanitária. As operações continuam de forma contínua, e os serviços tendem a reduzir de forma automática aliado ao plano de recapeamento.
Com a queda na arrecadação diária de impostos da prefeitura, que chegou a 30%, motivada pelas restrições para prevenir a disseminação do coronavírus, a administração solicitou que todas as secretarias fizessem cortes de gastos para manter a solidez nas contas públicas no momento de crise.
Com essa redução, apenas a Sisep, economizou gastos em torno de R$ 1 milhão a cada 30 dias.