A prefeitura de Campo Grande confirmou que depositará nesta sexta-feira (9) mais de R$ 2,8 milhões para garantir o pagamento e o ticket dos funcionários da CG Solurb e impedir que a paralisação na coleta do lixo seja prolongada. O depósito será via judicial, conforme acordado na Justiça do Trabalho. A coleta não acontece desde a noite de quarta-feira (7).
O serviço continuará paralisado até que o dinheiro esteja na conta ou a assembleia dos trabalhadores decida pelo retorno. O encontro dos 1.080 funcionários está marcado para acontecer na tarde desta sexta-feira (9).
"Vamos realizar assembleia antes das 17h (de sexta-feira) para definir (volta ou não ao trabalho). Hoje (quinta-feira, 8) segue paralisado", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação de MS (Steac), Wilson Gomes da Costa.
A determinação judicial para o depósito foi dada por volta das 16h desta quinta-feira (8) e a prefeitura justificou que por conta do horário bancário não seria possível fazer o pagamento ainda nesta quinta. O prazo determinado pela Justiça do Trabalho para que seja feito esse pagamento é até a sexta-feira (9).
Inicialmente, o governo municipal havia proposto depositar a mesma quantia do mês passado (R$1.568.800,00), mas por determinação da Justiça do Trabalho ficou acordado que seria necessário também o pagamento do ticket para evitar que os funcionários da concessionária de coleta de lixo ficassem prejudicados.
O total a ser pago pela prefeitura será de R$ 2.883.146,00.
NEGOCIAÇÃO
Na segunda-feira (5), o Ministério Público do Trabalho fez audiência com representantes da CG Solurb para acompanhar a previsão de pagamento dos funcionários e no dia seguinte a reunião teve a inclusão da prefeitura da Capital.
A procuradora Rosimara Delmoura Caldeira conduziu a audiência e comentou que a empresa foi categórica na terça-feira (6) que não tinha dinheiro para pagar os trabalhadores e só mediante o bloqueio de recursos da prefeitura seria possível evitar essa inadimplência. "Eles disseram que não teriam como pagar", disse Caldeira.
A proposta inicial era de que a prefeitura antecipasse o pagamento de parte dos R$ 19 milhões que a CG Solurb ganhou o direito de receber após ação judicial. Com essa antecipação, seria pago os salários. "A procuradora do município presente (na audiência) disse que não podia fazer qualquer proposta e que levaria para o prefeito (Alcides Bernal - PP)", explicou a procuradora.
Bernal não deu resposta a tempo e na noite de quarta-feira (7), os funcionários da CG Solurb decidiram pela paralisação.
PROBLEMA QUE DURA
Sem setembro, também por falta de pagamento, os trabalhadores da coleta de lixo cruzaram os braços do dia 8 até 18. Nesse período, os dejetos acumulados nas ruas de Campo Grande foram grandes e muitos moradores passaram a levar seu próprio material para o aterro sanitário, com liberação da prefeitura.
Com a retomada do serviço, no dia 19, a própria CG Solurb estimava que seriam necessárias duas semanas para recolher todo o lixo espalhado pela Capital.