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Com ômicron, médicos recomendam adiar viagem internacional

Ainda não se tem dados sobre a potencialidade de transmissão da nova cepa, ômicron, entre os vacinados e não vacinados

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O aumento de casos de Covid-19 nos Estados Unidos e na Europa e as incertezas da nova variante detectada na África do Sul reacenderam o alerta vermelho para viagens internacionais levando infectologistas a recomendarem o adiamento delas neste momento.

Além da falta de dados sobre a potencialidade de transmissão da nova cepa, ômicron, entre os vacinados e não vacinados, os especialistas chamam atenção para o fato de que muitos países europeus que enfrentam aumento de casos estão com cobertura vacinal baixa.

A média do continente é de 53%, mas há grande desigualdade regional. Por exemplo, a Irlanda tem 93% da população vacinada, enquanto a Bulgária, 29%

"Se tivermos apenas com um desses fatores eu já desaconselharia viagens internacionais neste momento. Podemos acrescentar a alta lotação de leitos hospitalares em alguns desses países [o que pode prejudicar uma eventual assistência a turistas, por exemplo]", diz a infectologista Lena Peres, da Inspirali, instituição de ensino médico.

Outro indicador importante, segundo ela, é a taxa de transmissão comunitária do coronavírus que voltou a subir na Europa. "O outono e o inverno levarão a locais fechados e ao aumento de possibilidade de contágio", afirma.

O infectologista Leonardo Weismann, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologista), também recomenda que, se possível, as pessoas adiem viagens internacionais programadas.

"O pouco que se sabe sobre essa nova variante é bem preocupante. A ômicron parece ter uma altíssima taxa de transmissão. Além disso, não sabemos se ela pode modificar a evolução da doença, assim como ainda não temos o conhecimento se as vacinas existentes protegem contra ela. É preciso ter muita cautela."

Para a infectologista Rosana Richtmann, do Instituto Emílio Ribas (SP), o adiamento é recomendável porque não será surpresa se os casos da nova variante se espalharem para vários países nas próximas semanas.

Se isso acontecer, lembra a médica, novas medidas de restrição podem ser impostas, inclusive de fechamento de aeroportos. "Conte também com a possibilidade de restrições em locais de visitação, como museus."

No início da pandemia no ano passado, Richtmann estava de férias na África, quando as fronteiras começaram a ser fechadas. "Foi um sufoco sair, um aeroporto atrás do outro fechando.

Quem optar sair neste momento, precisa colocar na conta a possibilidade de imprevistos, de ter dor de cabeça na volta, principalmente por fechamento de fronteiras", diz.

Segundo a médica, se mesmo assim as pessoas quiserem arriscar e viajar neste fim de ano, devem ir completamente vacinadas, usando máscaras e evitando ambientes fechados e aglomerados.

"Mas não existe não ter risco. Para a África, eu desmarcaria a viagem já. Para os outros destinos, como países, mantenha vigilância mesmo que os locais estejam com normas mais flexíveis."

Na opinião do infectologista Esper Kallás, professor das USP e colunista da Folha, ainda que não haja nenhum indício de que a doença tenha mudado com a nova cepa ou que vacinas disponíveis possam falhar, é prudente evitar viagens aos locais que enfrentam aumento de transmissão.

"Pode ser só uma onda que aproveitou a situação onde tem baixa cobertura vacinal? Sim. Pode ser uma cepa que tem capacidade superior às outras? Sim, mas ainda não temos confirmação. Pode ser uma cepa que escape às vacinas? É só especulação por enquanto."

Já a epidemiologista e pesquisadora Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espirito Santo, não vê tanta diferença de risco sanitário entre adiar uma viagem internacional neste momento e permanecer no Brasil diante da decisão do governo federal de não exigir comprovante de vacina e teste PCR negativo da Covid para os que viajantes que chegam ao Brasil.

"Aqui vai ficar mais inseguro do que outros locais que tomam essas precauções. A gente tinha que exigir aqui o que os Estados Unidos e Europa estão exigindo. Vai ser só uma questão de tempo essa variante chegar aqui. Aliás, a gente nem sabe se ela já não chegou porque temos pouca vigilância genômica", afirma.

Esper Kallás concorda. "Essa medida do governo brasileiro de não querer exigir passaporte vacinal é de uma estupidez sem precedentes. Eles não querem que os caras venham [Brasil vai barrar viajantes de seis países da África a partir de segunda] mas deixa entrar gente não vacinada. É uma completa falta de raciocínio, biológico, epidemiológico e médico, só ancorada nessa coisa política estúpida."

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MATO GROSSO DO SUL

PF encontra material pornográfico infantil em casa de Corumbá

Mandado de busca e apreensão foi cumprido na manhã desta sexta-feira (23) pois morador armazenava vídeos e imagens sexuais envolvendo crianças e adolescentes

23/04/2024 12h37

Foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes" Reprodução/PFMS

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Através da Polícia Federal, agentes foram a campo em Corumbá, na manhã desta terça-feira (23), em operação de combate ao abuso sexual infantil, batizada de "Nicolau I". 

Além de inspirar o mito do Papai Noel, São Nicolau ficou mundialmente conhecido por sua partilha de bens, com sua herança doada voluntariamente aos pobres, mas também por ser considerado o protetor dos jovens e crianças. 

Segundo a Polícia Federal, as ações na Cidade Branca aconteceram para o cumprimento de um mandado de busca domiciliar. 

Ainda, a PF informa que o mandado expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Corumbá visava a apreensão de diversas mídias digitais que, agora, serão encaminhadas para a perícia da Polícia Federal.

Com o morador residente na conhecida "Cidade Branca", foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes", expõe a PF em nota. 

As investigações apontaram para o armazenamento e, diante da prática criminosa descrita no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

Como esclarece o ECA, é considerado crime: adquirir, possuir ou armazenar material que contenha qualquer forma de registro de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes. 

Coibindo o crime

Só por parte da Polícia Federal, até o momento, em 2024, outras duas operações, para além da "Nicolau I" buscaram combater o crime de abuso sexual infantil. 

As fases "V e VII" da Operação Rede Limpa agiram tanto em Campo Grande quanto em Costa Rica, nos dias 15 de janeiro e 17 de abril, respectivamente, com os mesmos objetivos de cumprimento de busca e apreensão. 

Em Costa Rica, o casal em questão, além de armazenar os conteúdos criminosos, foram presos pela suspeita de divulgarem as imagens e vídeos dos abusos pela internet.

Conforme o texto da lei, o ECA estipula que incorrendo no crime, as penas máximas previstas podem chegar até quatro anos de reclusão.

Importante apontar para o trabalho policial de combate ao abuso sexual infantil, justamente pelo fato de que essas operações, ainda que em sequência de investigações, podem resultar em prisões, mesmo com mandados de apenas busca e apreensões. 

Vale citar, por exemplo, o caso registrado no início de novembro do ano passado, quando em cumprimento de mandado inicial de busca e apreensão, o suspeito - que na ocasião vivia em Campo Grande - foi preso durante a terceira fase da Operação Cyber Argos da PF. 
**(Colaboraram João Gabriel Vilalba e Glaucea Vaccari)

 

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POR DIREITOS

Professores da UFMS entram na greve geral da categoria a partir de 1º de maio

Maio marca o início da paralisação das atividades no polo campo-grandense da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em busca da recomposição salarial ao nível da inflação

23/04/2024 11h30

Além de Campo Grande, essa Assembleia Geral foi realizada em Três Lagoas, Corumbá, Aquidauana, Paranaíba, Chapadão do Sul, Ponta Porã, Nova Andradina e Naviraí, por meio de voto on-line e presencial Marcelo Victor/ Correio do Estado

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Durante Assembleia Geral da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (ADUFMS), na manhã desta terça-feira (23), os docentes de Campo Grande votaram "sim" pela adesão - a partir de 1º de maio - à greve nacional que reivindica a recomposição salarial ao nível da inflação.

Além de Campo Grande, essa Assembleia Geral foi realizada em Três Lagoas, Corumbá, Aquidauana, Paranaíba, Chapadão do Sul, Ponta Porã, Nova Andradina e Naviraí, por meio de voto on-line e presencial

Com opções de voto para deflagração da greve sendo "sim" ou "não", 150 foram favoráveis pela adesão, enquanto cinquenta e dois se mostraram contrários à proposta, com apenas duas abstenções registradas. 

Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, professora presidente da ADUFMS, esclareceu que os pedidos se baseiam pelo reajuste salarial de 22% dividido em três parcelas (2024, 2025 e 2026). 

"A partir de 1º de maio suspensas todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas por docentes. Nós temos os serviços essenciais, vamos fazer uma discussão do comando de greve no dia 29 e tirar um cronograma de como os serviços essenciais vão estar funcionando conforme a legislação", comentou. 

Ainda em 03 de abril houve paralisação e seis dias depois foi decidida pela manutenção do chamado "estado de greve", o que indicava que uma pausa definitiva poderia acontecer a qualquer momento. 

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) iniciou a paralisação no dia 15 de abril,  52 universidades, 79 institutos federais (IF's) aderiram ao movimento em todo país.

"A greve vai continuar até que o governo apresente uma proposta razoável, que contemple também os aposentados e aposentadas. Atualmente a nossa reivindicação é por um reajuste salarial de 21,71% em 2024, 2025 e 2026", complementa Mariuza. 

Além disso, são reivindicadas a equiparação dos benefícios ao legislativo e ao executivo, a reestruturação das carreiras e também a recomposição do orçamento das universidades, que hoje equivale a um orçamento de 2016, segundo a presidente sindical. 

É previsto legalmente que essa correção aconteça anualmente, apesar de não ocorrer desde 2017, conforme a categoria, representando uma perda salarial de cerca de 40%, sendo que foi feito um reajuste emergencial de 9% em 2023.

Essencial

Mariuza faz questão de ressaltar que o Hospital e Restaurante universitários (HU e RU), são serviços essenciais, portanto, não devem paralisar suas respectivas atividades.

Ainda hoje (23) a ADUFMS comunicará à reitoria da universidade, a deflagração da greve e solicitará a suspensão do calendário acadêmico por tempo indeterminado.  

Sem uma duração estipulada, os docentes votaram apenas para quando a greve se inicia, de fato, em Mato Grosso do Sul, com 1º de maio vencendo por 65 votos as opções de 29 de abril (46 votos) e 10 de maio (40). 

Sobre a possibilidade de não adesão por parte de alguns professores, visto o número de posições contrárias além das abstenções, a presidente do sindicato argumenta que haverá uma mobilização já que o ADUFMS conta que haverá 100% de paralisação.

"Nós estaremos daqui até o dia primeiro, visitando as unidades, conversando com professores, para que todos os colegas possam se sensibilizar e entender que só a luta é que vai nos levar a conquistar uma recomposição salarial, que resgate a nossa dignidade, que hoje nós estamos passando por dificuldades e muitos professores têm reclamado de que os salários não estão dando conta. Dos boletos ao final do mês", conclui. 

Demais pontos

Na sexta-feira (19) o Ministério da Gestão e da Inovação esteve reunido com lideranças sindicais, propondo reajuste de 9% para os servidores técnicos-administrativos.  

Além dos técnicos administrativos e professores da UFMS que representam (60%) favoráveis a adesão da greve, os profissionais do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e os servidores técnicos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) aderiram à greve ainda em 03 de abril. 

Paralisados pela greve dos professores e servidores técnicos estão os seguintes campi do IFMS

  • Campo Grande
  • Corumbá
  • Coxim
  • Dourados
  • Jardim
  • Naviraí
  • Nova Andradina
  • Ponta Porã

**(Colaborou Laura Brasil)

 

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