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Com superlotação nos atendimentos, Santa Casa pede socorro à órgãos públicos

Os 70 leitos de UTIs disponíveis estão com 100% de ocupação e os 10 leitos de UTI Covid estão com 80% de lotação

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A superlotação de leitos de UTIs Adulto, Pediátrico e Covid, além dos de urgência e emergência diários fez a presidência da Associação Beneficente de Campo Grande - Santa Casa realizar um pedido de socorro aos órgãos públicos de Mato Grosso do Sul. 

Em convocação emergencial, a entidade garantiu que está no limite em atendimento e não consegue sequer, garantir insumos básicos para atender as demandas.

Nas últimas 24 horas, os 70 leitos disponíveis para atendimento geral estão em 100% de ocupação e os 10 leitos destinados à ala da Covid-19, está em 80%. 

Outra preocupação se dá a ala de UTI pediátrica e neonatal que apresenta 90 % de ocupação dos 39 leitos disponíveis.

“É um caos instalado, não estamos tendo condições de atendimento adequado a quem chega, fazia tempo que os corredores não eram ocupados e estamos pedindo socorro para reestruturar esse atendimento”, disse o presidente da Santa Casa, Heitor Rodrigues Freire.

"Somos uma entidade filantrópica e prestamos serviços ao setor público e estamos tendo que readequar uma força de trabalho operacional para suprir essa assistência", acrescentou.

UTIs Neonatais

Considerando que a pandemia do coronavírus modificou o atendimento de toda rede pública de saúde de Campo Grande, a Santa Casa reforçou um quadro que se agravou nestes sete meses de Covid, casos de gestantes com diabetes descompensadas e/ou hipertensão gestacional que tiveram de realizar cesáreas emergenciais, superlotando a ala pediátrica e UTIs neonatais.

“Estamos recorrentes em atendimentos de bebês macrossômicos, que são bebês nascidos acima dos 5 kg, isso decorre de uma assistência inadequada na gestação que, por decorrência da pandemia, não tiveram atendimento eficaz nas redes públicas e estão chegando para a gente com essa dificuldade, nossos leitos de UTIs neonatais estão superlotados e tem bebê internado até em sala de parto”, avaliou o médico pediatra responsável pelo setor, Willian Leite.

De janeiro a outubro do ano passado, foram realizados cerca de 100 procedimentos de alto risco na ala da maternidade. Segundo Willian, neste ano, o número triplicou para 300 procedimentos. 

“A situação está caótica, não temos onde colocar a mãe e o bebê, estamos tendo que escolher qual parto vai acontecer para ser menos prejudicial”, avaliou.

Dados registram ainda que de abril a setembro de 2020, a maternidade da Santa Casa registrou cerca de 4.663 atendimentos. 

Diariamente, o número de atendimentos entre urgência, emergência e internação varia entre 700 a 800 atendimentos e nas últimas 24 horas o hospital teve um registro de 134 pacientes no pronto-socorro, 67 internações, 11 vítimas de acidentes de trânsito e teve 87 altas médicas.

“Nossa situação é crítica, há tempos estamos encaminhamos ofícios para setores da saúde e Ministério Público alertando risco de desassistência aos pacientes, desassistir um paciente é dizer que ele vai morrer, isso é muito grave”, argumentou o diretor técnico José Roberto.

O que dizem os Gestores

Presente na reunião emergencial da entidade, o secretário municipal de saúde, José Mauro Filho, alerta que a demanda aumentou com o retorno das atividades do dia a dia e que com os baixos índices de Covid registrados nos últimos dias, a prefeitura conseguirá readequar melhor o encaminhamento de pacientes. 

“Faremos uma reunião como Hospital Universitário, Regional e Santa Casa para juntos buscarmos um olhar para essa situação de demanda no fluxo de pacientes e observar o que pode ser feito”, disse.

Já para o secretário estadual de saúde, Geraldo Rezende, o pedido de socorro da Santa Casa é crônico e que algumas situações deverão ser debatidas em reuniões internas. 

“Na prática, nós precisamos sentar e verificar os números apresentados pela Santa casa e ver o que está dentro do contrato; temos de ter cautela, uma vez que dinheiro não nasce em árvore e, principalmente num momento crítico de pandemia que assolou nossa economia, mas vamos, com certeza, apoiar a Santa Casa como sempre apoiamos”, garantiu o secretário.

Ele lembrou ainda do repasse da União feito à entidade no valor de R$ 6,7 milhões, em maio deste ano, destinados para o pagamento de medicamentos e demandas da Covid-19 e recordou o envio de ventiladores, bombas de infusão e EPIs que o governo do Estado disponibilizou à Santa Casa.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, Marcelo Santana a preocupação está na sobrecarga que médicos vem enfrentando na superlotação e falta de condições básicas no atendimento. 

“A gente se preocupa nos problemas que estes profissionais terão de realizar seu trabalho, o que pode ocasionar em tratamentos psiquiátricos a longo prazo e a curto prazo, num prejuízo imediato à população em algum atendimento”, avalia.

ALIMENTOS-DISPERDÍCIO

Mundo joga fora mais de 1 bilhão de refeições por dia, diz ONU

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global"

27/03/2024 21h00

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos Crédito: Freepik

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A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a um bilhão de refeições em 2022, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados pode ser muito maior, apontam os responsáveis pelo Índice de Desperdício de Alimentos.
Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem com a fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,21 trilhões na cotação da época).

Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido, "uma tragédia global", diz o texto.

"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", afirma Inger Andersen, diretora-executiva do Pnuma. E esse não é apenas um fracasso moral, mas também ambiental, destaca ela.

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.

O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos Wrap, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.

À medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, diz Clementine O'Connor, também do Pnuma.

"Para mim, é simplesmente assustador", reforça Richard Swannell, do Wrap. "Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano."

Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista, como açougues e mercearias, descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.

Muito disso ocorre porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, diz Swannell.
Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas supõem, incorretamente, que eles estragaram.
O relatório explica também que muitos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.

Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos países ricos e pode ser observado em todo o mundo.

Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.

Efeitos devastadores

As empresas também contribuem para o problema porque é barato descartar produtos não utilizados graças aos aterros. "É mais rápido e fácil descartar atualmente porque a taxação do lixo é zero ou muito baixa", diz O'Connor.
O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, conclui o relatório.

A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, e o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.

"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás dos Estados Unidos e da China", ressalta Swannell.

NO BRASIL 

O Índice de Desperdício de Alimentos calcula que, no Brasil, a taxa, na etapa de consumo familiar, esteja em 94 kg per capita ao ano.

Essa estimativa leva em conta somente o consumo doméstico de alimentos no país, com base em um estudo piloto realizado em 2023 em cinco regiões da cidade do Rio de Janeiro, com diferentes perfis socioeconômicos.

"Embora seja um estudo restrito ao Rio de Janeiro, os dados mostram que o desperdício ocorre mesmo em bairros de classe média baixa. Os fatores que levam ao desperdício precisam ser explorados em pesquisas qualitativas. É importante destacar que o montante de 94 kg por pessoa ao ano leva em conta tanto sobras de refeições, tais como arroz e feijão, quanto cascas de frutas e ossos", diz Gustavo Porpino, analista da Embrapa Alimentos e Territórios, que atuou como revisor do índice, em comunicado.

"A metodologia do Pnuma não categoriza o desperdício em evitável e inevitável, porque considera relevante reduzir o descarte de resíduos orgânicos como um todo", explica.

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PAC Saúde

Com investimento de R$ 89,5 milhões, municípios de MS irão receber novas Unidades Básicas de Saúde

Com as novas unidades o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária

27/03/2024 17h30

Marcello Casal Jr / Agência Brasil

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O Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC Saúde) disponibilizou R$ 89,5 milhões para investimento em construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS) em 37 municípios de Mato Grosso do Sul.

Entre os municípios estão Campo Grande (R$ 4.945.820,90), Dourados (R$ 4.945.820,90) e Corumbá (R$ 2.276.907,66). Em todo país serão construídas 1,8 mil unidades em mais de 1,5 mil municípios. Com isso, o Ministério da Saúde estima que mais de 8,6 milhões de pessoas sejam atendidas pela Atenção Primária. 

Conforme divulgado pelo Ministério da Saúde, com as novas UBS haverá a necessidade de ampliação no quadro das equipes de Saúde da Família (eSF), se Saúde Bucal (eSB), multiprofissionais  (eMulti) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

A pasta informou que o investimento feito é de R$ 4,2 bilhões, sendo que os valores das novas UBS apresentam a variação de R$1,8 e R$6,6 milhões, de acordo com a região e o tamanho da unidade. 

Ainda, de acordo com o Ministério, os dez pedidos entre equipamentos e obras que o Novo Pac Saúde contempla, novas UBS representam o maior número de propostas apresentadas pelos municípios, um total de 5.665 propostas, referentes a 3.001 territórios.

Veja a relação dos municípios

Para a escolha dos municípios a receber as novas UBS foram vulnerabilidades socioeconômica; ausência assistencial na Atenção Primária; locais com baixo índice de cobertura e Estratégia de Saúde da Família.

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