Os 27 membros da União Europeia e o Reino Unido começaram nesta segunda (17), em Bruxelas, na Bélgica, a discutir as questões de fundo do "brexit", numa segunda rodada de negociações que deve determinar as condições do divórcio.
As discussões devem durar quatro dias, durante os quais, diferentes grupos de trabalho se deterão sobre as primeiras prioridades já acordadas: direitos dos cidadãos, pagamento das dívidas, a questão irlandesa, entre outras.
O negociador europeu do "brexit", Michel Barnier, afirmou, logo após se encontrar com o negociador britânico, David Davis, que agora os dois lados finalmente "entrarão no fundo da questão". Iremos "examinar e comparar nossas posições para avançar", acrescentou.
"É hora de começar a trabalhar e de fazer todo o possível para que as negociações terminem com êxito", disse Davis.
DISPUTAS EM LONDRES
Em Londres, porém, a mídia britânica noticiava as disputas internas que ecoam as divisões do Partido Conservador, ao qual pertence primeira-ministra, Theresa May, desde o referendo sobre a separação da UE.
O ministro de Relações Exteriores, Boris Johnson, participando de diferente reunião em Bruxelas, buscou passar a imagem de que as coisas estão dando certo. O apoio de Johnson foi visto como vital para a vitória do "sim" ao 'brexit' em junho do ano passado.
Perguntado diretamente nesta segunda-feira se o governo britânico estava dividido sobre o "brexit", Johnson simplesmente disse estar satisfeito que as negociações haviam começado e defendeu a oferta de May para proteger os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido.
Lutando por autoridade após perder sua maioria no mês passado em uma eleição convocada por ela mesma, May enfrenta questionamento dentro de seu partido. Isso tem preocupado os negociadores da UE, que enfatizam que 20 meses é pouco tempo para negociar um divórcio harmonioso.
O ministro das Finanças, Philip Hammond, que como May fez campanha no ano passado para manter o Reino Unido na União Europeia, afirmou no domingo acreditar que a maioria de seus colegas de gabinete agora apoia a ideia de ter dois anos ou mais de período de transição após o "brexit", em março de 2019, para amenizar seus efeito turbulentos na sociedade e na economia.