Nove vereadores de Campo Grande devem ser notificados, ainda nesta semana, para apresentar defesa prévia quanto ao suposto envolvimento em esquema de compra de votos para a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP). Desencadeada pela Operação Coffee Break, a investigação por quebra de decoro não tem prazo para ser concluída.
De acordo com o vereador e presidente da Comissão Permanente de Ética e Decoro Parlamentar, João Rocha (PSDB), documentos do Ministério Público já foram processados pela Procuradoria Jurídica da Casa de Leis. O próximo passo consistiria em reunir os cinco integrantes da comissão e “citar os vereadores [envolvidos] para preparem defesa prévia”.
Na lista dos investigados estão incluídos o presidente afastado da Câmara Municipal, Mario Cesar (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Waldecy Chocolate (PP), Gilmar da Cruz (PRB), Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), Paulo Siufi (PMDB) e Jamal Salém (PR). Todos negam ter adquirido qualquer tipo de vantagem para cassar o mandato de Bernal, em março de 2014.
As ações da comissão, conforme João Rocha, devem ocorrer em paralelo as realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ele ressalta que o afastamento de vereadores não está descartado, pois “pode acontecer de tudo”.
O Código de Ética, por exemplo, prevê censuras verbais, escritas, suspensão temporária de até 30 dias sem remuneração, afastamento por até 120 dias – com corte de salário somente em caso de transgressão grave ou reincidência –, além de perda de mandato.
Fazem parte da comissão que julgará os legisladores Chiquinho Telles (PSD), Herculano Borges (SD),Vanderlei Cabeludo (PMDB) e Ayrton Araújo (PT).