Cidades

Campo Grande

Condenação judicial obriga prefeitura a reformar Esplanada Ferroviária

Município foi condenado em agosto de 2024, após processo encabeçado por ação civil pública

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A Prefeitura de Campo Grande foi acionada pelo Ministério Público Estadual (MPMS) para cumprir uma decisão judicial que a obriga a restaurar e preservar a antiga Estação e a Esplanada Ferroviária, um dos principais patrimônios históricos da Capital.

O município, condenado a uma série de obrigações após perder recurso no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), não comprovou nenhuma medida efetiva para cumprir a sentença, julgada desde agosto de 2024, e por ess motivo, deve se manifestar em quinze dias. 

O caso teve início em 2018, quando o MP ajuizou uma Ação Civil Pública pedindo que o Município de Campo Grande fosse obrigado a conservar, manter e dar uso compatível à antiga Estação Ferroviária, à Esplanada e à Rotunda, o prédio circular que servia de garagem e oficina de locomotivas.

Em primeira instância, os pedidos foram negados, mas o Ministério Público recorreu, e o Tribunal reformou a decisão, reconhecendo o dever da prefeitura em zelar pelo conjunto histórico.

No acórdão, o TJMS determinou uma série de obrigações de fazer: conservar e manter o espaço ferroviário; dar destinação útil à Rotunda; elaborar e executar um projeto de pânico e incêndio para todo o complexo; fiscalizar o local para evitar mutilações ou demolições e manter a conservação do histórico vagão da Noroeste do Brasil (NOB) .

A decisão foi publicada em maio de 2023, e o Município ainda tentou recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). O recurso, porém, foi rejeitado pela ministra Regina Helena Costa em junho de 2024, encerrando definitivamente a disputa judicial. O trânsito em julgado ocorreu em 21 de agosto do mesmo ano, iniciando a contagem do prazo de 180 dias para que o município cumprisse as determinações, prazo que terminou em fevereiro de 2025.

Desde então, segundo o MPMS, a prefeitura não apresentou nenhuma comprovação de cumprimento das obrigações impostas. Em julho deste ano, a promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro deu início formal ao cumprimento de sentença, nova fase processual que busca forçar o cumprimento da decisão judicial.

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) informou, em setembro de 2024, que a licitação para contratar uma empresa responsável pelo projeto de restauro da Rotunda só começaria após o repasse de R$ 800 mil do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), recurso, proveniente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. 

Outro ponto questionado diz respeito à falta de um projeto de pânico e incêndio para a Esplanada Ferroviária. Já em relação ao vagão da NOB, a prefeitura tenta se eximir da obrigação de manutenção alegando que o bem foi doado, em 2022, à Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, o que, segundo o município, impediria o uso de recursos públicos municipais para sua conservação.

O Ministério Público, no entanto, rebateu o argumento, apontando que a doação foi feita após o início da ação judicial e nunca foi comunicada no processo. Assim, o Ministério Público entende que o município agiu de má-fé, tentando se esquivar de uma obrigação já consolidada.

Com a inércia da prefeitura, o MP pede ao Judiciário que determine a intimação pessoal da prefeita de Campo Grande, sob pena de multa e responsabilização pessoal, além de outras medidas coercitivas previstas no Código de Processo Civil.

O órgão também solicita que sejam adotadas providências práticas equivalentes ao cumprimento das obrigações, caso o Município siga descumprindo a decisão.

A promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro, que assina o parecer datado de 29 de outubro de 2025, reforça que o Ministério Público seguirá acompanhando o caso e que o município será responsabilizado se continuar ignorando as determinações judiciais.

Saiba*

A Esplanada Ferroviária é um dos marcos arquitetônicos e culturais de Campo Grande, tombada como patrimônio histórico.

Inaugurada no início do século XX, foi responsável por impulsionar o crescimento da cidade e hoje abriga espaços culturais, memoriais e eventos públicos.

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Cidades

Macaco-da-noite é socorrido por morador após tomar choque na rede elétrica

Depois de receber a descarga elétrica, o animal chegou a ficar desacordado

17/11/2025 12h44

Divulgação PMA

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O 3º Grupamento de Bombeiros Militar recebeu um morador que entregou um macaco-da-noite após o animal ter levado um choque elétrico ao subir em um poste, em Corumbá, município localizado a 425 quilômetros de Campo Grande.

Segundo relatou aos bombeiros, o primata subiu no poste de energia, no bairro Cravo Vermelho, no sábado (15), quando acabou tomando um choque e chegou a ficar desacordado.

Mesmo após recobrar a consciência, o macaco estava debilitado. A equipe verificou que o macaco-da-noite apresentava queimaduras na mão direita e na perna esquerda, compatíveis com choque elétrico.

A equipe prestou os primeiros cuidados e, em seguida, o animal foi levado até a Polícia Militar Ambiental (PMA).

No pelotão, o macaco irá receber os cuidados necessários, como avaliação com um veterinário, que irá determinar a alta para reintrodução segura ao habitat natural.
 

Divulgação PMA

Outro resgate

A Polícia Militar Ambiental de Campo Grande foi chamada para resgatar uma coruja-suindara (Tyto furcata), que estava presa na fenda do ninho em um imóvel rural no município de Rochedo.

A ave ficou com a asa presa no ninho e sofreu uma lesão. Ela foi retirada e colocada em uma caixa de transporte para ser encaminhada aos devidos cuidados.

Durante a ação, a equipe da PMA percebeu a presença de três filhotes no ninho. Como estavam vulneráveis sem a mãe, foram retirados do local e encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) no Hospital Veterinário Ayty.

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pesquisa da anp

Donos de postos ignoram a Petrobras outra vez e preço da gasolina sobe

No dia 20 de outubro foi anunciada redução nas refinarias e queda ao consumidor foi estimada em 10 centavos. Porém, o valor médio em Campo Grande subiu dois centavos

17/11/2025 12h20

Desde o começo do ano, segundo mudanças anunciadas pela Petrobras, o preço da gasolina deveria ter recuado mais de 30 centavos. Em vez disso, porém, aumentou

Desde o começo do ano, segundo mudanças anunciadas pela Petrobras, o preço da gasolina deveria ter recuado mais de 30 centavos. Em vez disso, porém, aumentou Gerson Oliveira

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No dia 20 de outubro a Petrobras anunciou redução de R$ 0,14 no preço da gasolina entregue aos distribuidores. A previsão era de que o consumidor fosse beneficiado com queda da ordem de R$ 0,10 por litro. Em Campo Grande, porém, o preço não só não caiu, mas aumentou. 

Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) feita em 23 postos de Campo Grande entre os dias 9 e 15 de novembro mostra que o preço médio da gasolina comum está R$ 5,78. E, pesquisa da mesma ANP em igual número de postos divulgada no dia 18 de outubro, dois dias antes da queda de preços anunciada pela Petrobras, mostrou que o preço médio estava em R$ 5,76. Ou seja, em vez de cair os dez centavos previstos, o preço médio subiu dois centavos. 

Em alguns postos até ocorreu redução, conforme mostra a pesquisa, mas longe dos dez centavos esperados. No levantamento feito em meados de outubro, o preço variava entre R$ 5,56 e R$ 5,99. Na pesquisa da semana passada, os técnicos da ANP constataram que havia posto oferecendo o produto por até R$ 5,53, o que é três centavos abaixo do mínimo  do levantamento de outubro. O valor máximo continuava em R$ 5,99. 

A redução feita pela Petrobras no último dia 20 foi de 4,9%. Na soma do ano, porém, esta retração soma 10,3%, já que outra redução fora anunciada em junho, de 5,6%. Além disso, aumentou de 27% para 30% o percentual de etano na gasolina, o que também deveria ter provocado queda da ordem de 11 centavos no preço da gasolina, conforme previsão feita pelo Ministério das Minas e Energia.

Se estas reduções tivessem sido repassadas às bombas, a gasolina estaria em torno de 33 centavos mais barata que no começo do ano. Na prática, porém, ocorreu o contrário. 

No dia 4 de janeiro, conforme pesquisa da ANP, o preço médio da gasolina comum estava R$ 5,75 nos 23 postos pesquisados em Campo Grande. Agora, está três centavos maior. 

NO ESTADO

A pesquisa também mostra que fenômeno parecido ocorre em praticamente todo o Estado. No começo do ano, o preço médio aferido em 45 postos era de R$ 5,96. No levantamento da semana passada, estava dois centavos mais em conta, em R$ 5,94. 

Em média, são vendidos diariamente em torno de 1,83 milhão de litros de gasolina comum nos postos de Mato Grosso do Sul. E, levando em consideração que as distribuidoras e donos de postos deixaram de repassar, em média, redução de 31 centavos por litro, isso significa que o consumidor final está deixando de economizar o equivalente  a R$ 567 mil por dia no Estado. 


 

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