Cidades

SEGURANÇA

Conflito familiar é a principal causa do desaparecimento de crianças

Conflito familiar é a principal causa do desaparecimento de crianças

AGÊNCIA BRASIL

14/03/2011 - 05h12
Continue lendo...

O principal motivo do desaparecimento de crianças e adolescente é a fuga de casa por conflitos familiares. Em São Bernardo do Campo (SP), por exemplo, dos 200 casos anuais (em média) de desaparecimentos, mais da metade (55%) são casos de fuga do lar por causa de brigas familiares, agressões ou violência doméstica. Segundo a delegada-chefe do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) da Polícia Civil do Paraná, Ana Claudia Machado, os desaparecimentos também podem ter como causa algum tipo de acidente ou sequestros.

No caso de saída voluntária do lar, a delegada disse que é feito acompanhamento psicológico da família, para saber as razões que levaram a criança a sair de casa. “Se há crime, esse crime é investigado”, assegurou ela. Independentemente da motivação, o desaparecimento geralmente ocorre quando a criança está sozinha ou em companhia de outras crianças sem a presença de um adulto para tomar conta. “Com exceção de um dos nossos 23 casos (de crianças desaparecidas atualmente no estado do Paraná), todas as crianças desapareceram ou quando estavam sozinhas ou quando estavam na companhia de outra criança – e durante o dia”, disse a delegada.

Segundo a psicóloga e educadora Vania Brito Caires, da Fundação Criança de São Bernardo do Campo (SP), os desaparecimentos ocorrem com mais frequência nos períodos de férias escolares. “Em datas específicas como férias, carnaval e feriados prolongados ocorrem mais desaparecimentos. Nos meses de janeiro, fevereiro e junho ocorrem mais. Chegam a ter 30 desaparecimentos por mês nesse período”, contou Vania, relatando que, nos demais meses, a média de desaparecimentos na cidade cai sensivelmente.

Durante o carnaval, segundo Vania, ocorrem muitos casos em que a adolescente é seduzida por um adulto. Muitos casos também são motivados pelo desejo de aventura da criança e do adolescente. Mas a grande maioria ocorre nas férias escolares por violação de direitos no ambiente familiar. “A criança, sem outros recursos como a escola, por exemplo, fica confinada naquele ambiente [o próprio lar] que era para ser protetor, mas é hostil. E foge na perspectiva de sair de uma violência. Mas essa fuga pode acabar colocando-a numa situação de risco pior, podendo ser seduzida pelo pessoal do tráfico, por exemplo”.

Para prevenir situações como essas, a delegada Ana Claudia Machado ressaltou que é importante nunca deixar a criança sozinha. “Se o pai não pode levar todo dia a criança na escola, pode fazer um rodízio com os vizinhos para que cada dia um adulto a leve. São nesses momentos em que a criança está sozinha ou na companhia de outras crianças que o criminoso age. A criança não é subtraída à força. Há sempre uma conversa, um convencimento, a oferta de um brinquedo”, explicou a delegada.

A psicóloga também ressaltou que é importante que a criança saiba o próprio nome completo, o dos pais, endereço e um número de telefone para contato. Ao levar a criança a lugares de muito movimento, os pais também devem fazer com que elas portem um crachá de identificação. O mesmo conselho, segundo Vania, deve ser aplicado para crianças com deficiência mental.

“Outra medida que considero muito importante são os pais dialogarem muito com os filhos adolescentes para tentar entender a mudança de idade. São mudanças bruscas na vida dessa criança e o pai e a mãe devem dialogar bastante para ter uma compreensão melhor dessas mudanças”, alertou Vania. Segundo a delegada, também é importante que os pais orientem as crianças com três dicas básicas para evitar abordagens de estranhos: “Dizer não, se afastar imediatamente e depois contar para alguém (pai, mãe ou professor)”, orientou.

De acordo com Ivanise Esperidião da Silva Santos, presidente e fundadora da Associação Brasileira de Busca e Defesa à Criança Desaparecida (Mães da Sé) e mãe de uma criança desaparecida desde 1995, é fundamental que, em caso de filhos adolescentes, os pais mantenham uma relação de amizade com os filhos para saber o que anda acontecendo na vida dele e conheçam os seus amigos. “Não se vai privar seu filho adolescente de ir ao cinema, ao shopping ou a um estádio de futebol. Mas deixe-o sair sempre acompanhado de alguém que você conhece, alguém de sua confiança. É importante saber quem são os amigos de seus filhos”, disse.

Já em caso de desaparecimento, a dica da delegada é fazer a comunicação do fato à polícia o mais rápido possível. “Não existe qualquer prazo para se comunicar o desaparecimento de uma criança, até porque a busca deve ser imediata. Quanto antes recebermos a notícia desse desaparecimento, mais chances temos de localizar essa criança e com saúde e com vida. Quando a criança acaba sendo vítima de um homicídio, isso sempre ocorre nas primeiras horas”, disse a delegada.

80 milhões

Adriane diz que culpa de enchentes é falta de dinheiro do Governo Federal

Prefeita afirmou que Campo Grande não tem recursos próprios para arcar com obra de R$80 milhões para drenagem na Av. Rachid Neder, projeto que não foi aprovado pelo PAC

13/11/2025 17h52

Obra de drenagem está orçada em R$80 milhões

Obra de drenagem está orçada em R$80 milhões FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, afirmou na manhã de hoje que as inundações que aconteceram, de forma específica, na Avenida Rachid Neder na Capital, em razão das fortes chuvas que caíram durante a noite, são consequência da falta de envio de recursos do Governo Federal à cidade. 

Segundo Adriane, as obras de drenagem e contenção na região do São Francisco, especificamente na Avenida Ernesto Geisel, trariam uma "resposta rápida" para Campo Grande. 

"Essa é a obra que traria uma resposta rápida para a cidade. Infelizmente não tivemos aprovação no PAC, o Governo Federal não recepcionou o projeto que estava pronto, então nós estamos em busca de recursos. Essa obra da Rua Corguinho é uma obra de grande relevância que reduziria os impactos da chuva na Rachid Neder", pontuou a prefeita.

Em 2024, a Prefeitura Municipal do município elaborou projetos de infraestrutura para solicitar recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.

No mês de julho do mesmo ano, foram destinados R$150 milhões para Campo Grande, com destaque para o projeto de recuperação e adequação de drenagem e manejo de águas fluviais/Prevenção a desastres no Fundo de Vale do Rio Anhanduizinho. 

No entanto, de acordo com Adriane, o projeto que contemplava a restruturação da Avenida Mascarenha de Moraes, não foi contemplado no Plano. 

"Não houve nenhuma justificativa plausivel para que não fosse aprovado porque o projeto estava pronto e é de grande relevância para a cidade Mas, também, de grande valor de investimento. Campo grande precisa de aporte e de recursos. Sem esses recursos, não é possível fazer uma uma obra de emergência, que traz resposta para a resposta. 

Segundo a prefeita, a obra para trabalhar a drenagem e conter outros alagamentos, após décadas de problemas na região está orçada em R$80 milhões. 

"Nossa equipe tem o planejamento, mas precisamos de recursos. Recursos próprios para esse investimento, Campo Grande hoje não tem, por isso estamos buscando a parceria do governo federal e estadual". 

O impacto das chuvas sobre a região do São Francisco, especialmente no cruzamento da Ernesto Geisel, Mascarenha de Moraes e Rachid Neder, tem contribuído para o desgaste e impermeabilização do asfalto.  

"A cidade vai crescendo, vai impermeabilizando, vai criando asfalto, calçada, isso vai dificultando a drenagem nas regiões. Essa drenagem tinha um impacto quando foi construída, mas com o desenvolvimento da região, esse impacto mudou. 

Monitoramento

Campo Grande possui 16 pontos críticos que são "monitorados a todo tempo, especialmente em períodos de chuva". O acumulado de chuva entre a noite de ontem e a manhã de hoje já havia chegado a 110 milímetros na cidade em 12 horas.

"É um impacto muito grande pra cidade em curto espaço de tempo. Temos equipe a postos, preparados, mas nunca sabemos qual o volume que vai ter de chuva. As mudanças climáticas estão afetando diversas cidades e em Campo Grande não é diferente", afirmou a prefeita. 

PAC

A Casa Civil da Presidência da República divulgou, no dia 15 de outubro, uma nova lista de projetos incluídos no Novo PAC. Ao todo, 24 projetos de Mato Grosso do Sul terão recursos para obras e aquisição de bens e serviços. 

Em Campo Grande, foram incluídos empreendimentos para Equipamentos para Expansão da Radioterapia no SUS e para Creche/Escola de Educação Infantil, fora os R$150 milhões emprestados no ano passado. 

Ao todo, Campo Grande tem R$ 730.785.668,67 em projetos com investimentos do programa federal.

Chuvas

No início da tarde de hoje, mais 41,2 milímetros de chuva caíram em Campo Grande em um intervalo de duas horas, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia. A temperatura despencou 6,5ºC, saindo de 27,9°C para 21,4°C.

Mais uma vez, a avenida Rachid Neder se transformou em rio, juntamente com a avenida Ernesto Geisel. 

O alagamento deixou mãe e filha presas dentro de um veículo no meio da enxurrada. De acordo com as informações, o carro ficou parado cerca de 10 minutos no meio das águas enquanto as mulheres aguardavam o resgate. 

Segundo observadores da situação, o carro chegou a ser levado por poucos metros pela força da correnteza. O veículo foi retirado por um trator. 

Segundo o Climatempo, durante as próximas horas ainda podem cair cerca de 12,66 milímetros se estendendo até a madrugada.

Mato Grosso do Sul segue em alerta de perigo para tempestades até a manhã do próximo sábado (14), abrangendo todos os municípios do Estado. Há risco de grandes volumes de chuva, fortes rajadas de vento (até 100 km/h) e possível queda de granizo. 

Em caso de perigo, contate a Defesa Civil pelo número 199.
 

Audiência pública

Câmara vai discutir por que Campo Grande voltou a ter favelas

Capital de MS, há duas décadas "zerou" favelas, agora tem 62 comunidades

13/11/2025 17h22

Vereador Landmark Rios

Vereador Landmark Rios Gerson Oliveira

Continue Lendo...

Por iniciativa do vereador Landmark Rios (PT), a Câmara dos Vereadores de Campo Grande promove nesta sexta-feira, a partir das 8h30min, a Audiência Pública sobre Regularização de Favelas. A iniciativa também foi promovida com a deputada estadual Gleice Jane (PT). 

No evento, Landmark pretende discutir a situação de 62 comunidades da periferia de Campo Grande, resultantes de ocupações irregulares, de áreas públicas (a maioria) e privadas. O objetivo é buscar saídas para investimento em habitação e regularização fundiária. 

Devem participar do evento representantes das agências municipal (Amhasf) e estadual (Agehab), além de representantes do Ministério do Desenvolvimento Regional, responsável pela área habitacional no governo federal. 

“É algo muito grave o que está ocorrendo, porque há pouco mais de 10 anos não tínhamos favelas em Campo Grande, tínhamos zerado, e agora, elas voltaram a se proliferar. Além de entender o problema, é preciso resolvê-lo, encontrar caminhos para isso”, disse Landmark Rios em entrevista ao Correio do Estado. 

Também participarão do evento lideranças de movimentos sociais, como por exempo integantes locais da Central Única das Favelas (Cufa). 

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).