Cidades

Sob suspeita

Conselheiros de tribunais de contas que respondem a ações penais ou inquéritos somam 15%

No total, são 41 integrantes do TCU e TCEs investigados

Época Negócios

26/06/2017 - 13h26
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Levantamento feito pelo GLOBO no Superior Tribunal de Justiça (STJ) mostra que quatro ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e 37 conselheiros de tribunais de contas estaduais estão sob o escrutínio de algum tipo de investigação. O número equivale a 15% dos 240 ocupantes destes cargos nas 34 cortes existentes no Brasil.

Eles são responsáveis por zelar pelo dinheiro público e cobrar austeridade nos gastos da União, estados e municípios, mas o rigor que deveria ser aplicado aos governantes nem sempre existe entre os próprios conselheiros dos tribunais de contas e muitos deles, em diferentes regiões do país, são réus em processos que correm na Justiça. 

Ao todo, eles respondem a 22 ações penais e 37 inquéritos em pelo menos 15 estados e no Distrito Federal. Os cargos de conselheiros dos tribunais de contas são vitalícios, com salários que pode chegar a R$ 30 mil mensais, e a maior parte deles é ocupada por meio de indicações políticas. Não faltam casos de processos por corrupção abertos por flagrantes em pleno exercício do cargo, até com condenações.

Atualmente, pelo menos 14 conselheiros de TCEs estão afastados por acusações de irregularidades nos estados do Amapá, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Roraima. No Rio, seis conselheiros foram indiciados e são investigados na operacão Quinto do Ouro, acusados de cobrarem propina para fazer vistas grossas na fiscalização de contratos e obras durante a gestão do ex-governador Sergio Cabral. Em março, o ex-presidente do TCE-RJ Jonas Lopes de Carvalho fechou acordo de delação premiada e se afastou do cargo. O filho dele, Jonas Lopes Neto, disse ter levado pessoalmente dinheiro em espécie para alguns conselheiros. O TCE-RJ não comentou as investigações sobre os conselheiros.

Em São Paulo, o conselheiro Robson Marinho teve US$ 2,7 milhões bloqueados pela Justiça suíça em 2009 e está afastado do cargo desde 2015. Ele é acusado de receber propinas da francesa Alstom para supostamente beneficiar a companhia em contratos com o governo de São Paulo.

TCU também é alvo

No TCU, quatro dos noves conselheiros se viram envolvidos nas investigações das operações Lava-Jato e Zelotes — Raimundo Carreiro, Vital do Rêgo, Augusto Nardes e Aroldo Cedraz.

Por pouco, não seriam cinco. Em 2014, uma vaga no órgão foi oferecida ao então senador Gim Argello, que não assumiu por resistência dentro do próprio TCU. Flagrado na Lava-Jato, Argello foi condenado a 19 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro, por favorecer empreiteiras durante os trabalhos da CPI da Petrobras, em troca de propina. Na época, o presidente da CPI era o atual ministro do TCU Vital do Rêgo Filho, então senador pelo PMDB. Ele é alvo hoje de dois inquéritos que apuram envolvimento em casos de corrupção, um deles justamente a participação no esquema que já condenou Argello. O nome do ministro apareceu nas delações das empreiteiras UTC, Andrade Gutierrez e Odebrecht.

O ministro Augusto Nardes é alvo de inquérito que investiga sua participação na venda de decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), vinculado ao Ministério da Fazenda.

O ministro Raimundo Carreiro é investigado com base na delação premiada de Luiz Carlos Martins, executivo da Camargo Corrêa, que relatou pagamentos ao TCU vinculados às obras da usina de Angra 3. Ele foi citado também pelo empresário Ricardo Pessoa, da UTC, mas, neste caso, o inquérito foi arquivado.

Pessoa afirmou em depoimento à Lava-Jato que obteve informações privilegiadas no TCU sobre seus contratos com a Petrobras, tendo como intermediário o advogado Tiago Cedraz, filho de outro ministro do TCU, Aroldo Cedraz. O empresário entregou à Procuradoria-Geral da República tabela com anotações de pagamentos de R$ 2,2 milhões ao filho do então presidente da Corte.

Os ministros do TCU se manifestaram por meio de notas. Raimundo Carreiro disse que prestou esclarecimentos à Polícia Federal e, desde 2015, de forma antecipada, ofereceu a quebra de seus sigilos. Ressaltou ainda que o delator disse apenas ter entendido que o dinheiro “era destinado para o ministro Raimundo Carreiro”, sem, no entanto, afirmar que ele de fato recebeu propina.

Vital do Rêgo disse que colabora com as investigações e confia que a Justiça mostrará que ele não tem relação com os fatos em apuração.

Augusto Nardes informou que não tem nem nunca teve qualquer envolvimento com o Carf, seja indicando membros, participando de discussões ou encaminhando solicitações

Aroldo Cedraz negou ser investigado no âmbito de processo relacionado à Operação Lava-Jato e disse que está à disposição para colaborar com a Justiça, prestando esclarecimentos, caso necessário.

veja o vídeo

Avião que viria a MS é atingido por outra aeronave em Congonhas

Um A319 da Latam, que estava previsto para chegar em Campo Grande às 9h15, foi atingido pelo cone de cauda de um A320neo, do qual iria para Brasília; veja vídeo

03/12/2024 12h15

Aviões colidirem ainda em solo no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP)

Aviões colidirem ainda em solo no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP) Foto: Reprodução

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Um avião da Latam, que tinha previsão de chegada em Campo Grande às 9h15 desta quarta-feira (03), foi atingido por outra aeronave em solo, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), e precisou ter seu voo postergado por algumas horas.

Como pode ser visto no vídeo, o A319 de matrícula PT-TMA que faria o voo LA3176, com destino à capital sul-mato-grossense, estava parado quando uma outra aeronave, um A320neo  PR-XBG, que partiria para Brasília (DF), bateu no cone de cauda do avião “campo-grandense” quando estava taxiando pelo aeroporto. Veja o vídeo:

 

Em contato com a Latam, a companhia aérea informou que o acidente não causou nenhum dano aos passageiros e tripulantes presentes em ambas as aeronaves. O voo que viria para Campo Grande ainda está no ar até o momento desta reportagem, mas realocaram os passageiros para uma outra aeronave, um Airbus A320. 

O desembarque em terras sul-mato-grossenses deve acontecer por volta de 12h e, após a saída completa dos passageiros, o avião deve retornar à capital paulista. As investigações para ver danos no avião e motivos da colisão continuam por parte do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).

Casos recentes em MS

No dia 24 de setembro, uma aeronave de pequeno porte sofreu um acidente, na área de rural de Chapadão do Sul. O avião era ocupado por quatro pessoas e duas delas sofreram ferimentos leves.

Informações preliminares apontam que o incidente aconteceu durante o procedimento de pouso, fazendo com a aeronave tombasse com as rodas para o ar.

Em consulta ao portal de Registro Aeronáutico Brasileiro, no site da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), através do prefixo da aeronave, consta que ela se encontra em situação de aeronavegabilidade normal. O proprietário é um produtor rural de Mato Grosso do Sul.

No dia 31 de agosto, outro avião de pequeno porte caiu próximo a uma usina de açúcar, em Costa Rica, a 327 quilômetros de Campo Grande. Segundo informações iniciais, o piloto e o copiloto morreram carbonizados. Testemunhas relataram que a aeronave tentou arremeter antes de cair e explodir.

Conforme informações de testemunhas, o acidente ocorreu por volta das 12h e ainda não há detalhes sobre o que poderia ter causado a queda da aeronave. Com o impacto ao solo, o avião de pequeno porte explodiu, matando os ocupantes.

Mato Grosso do Sul é o oitavo com o maior número de acidentes nos últimos 10 anos. Segundo o relatório do CENIPA, até agosto de 2024, o estado pantaneiro teve apenas dois sinistros, mas que não resultaram em nenhuma morte, um caso aconteceu em um avião B06 e outro em um PA11. Porém, como reportado acima, outros dois acidentes aéreos aconteceram em MS, sendo um com vítimas fatais. 

Vinhedo & MS

O acidente com um avião da Voepass com 62 pessoas a bordo, que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, em agosto deste ano, é o sexto maior acidente aéreo já registrado no Brasil, em termos de número de vítimas. Entre os mortos está o Policial Rodoviário Federal (PRF) Hiales Froda, de 33 anos, que atuava em Mato Grosso do Sul, e estava acompanhado da esposa Daniela Schulz Froda que é fisioculturista, e o destino do casal seria o os Estados Unidos. 

A PRF, por meio de nota, lamentou a morte do agente e sua esposa e informou que ele ingressou em 2020 na instituição tendo iniciado a carreira no Acre e posteriormente foi transferido para Mato Grosso do Sul.

Hiales Fodra, é conhecido por ser filho do ex vice-prefeito de Moreira Sales (PR), Ari Fodra. A morte do agente da PRF chocou a população do município. 

O velório do casal foi em Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, onde Daniela nasceu, e o enterro em Moreira Salles, no Paraná.

Ainda, cunhada do empresário Rodrigo Bigolin, sócio do Grupo Bigolin Materiais de Construção, Laiana Vasatta é uma das 61 vítimas do avião que caiu em Vinhedo. A advogada é esposa de Fabio Bigolin. 

Em São Paulo ela encontraria com o marido que estava apresentando o trabalho desenvolvido pela empresa de materiais de construção.

Laiana é filha do ex-vereador de Cascavel, Jaime Vasatta, e sobrinha do presidente da Câmara de Vereadores de Santa Helena, Paulo Júlio Vasatta.

Segundo informações, Rodrigo também iria embarcar, mas não conseguiu.

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14 DE JULHO

Polícia alega excesso de barulho e fecha bares da 14 de Julho

Operação interrompeu evento típico de samba; comerciantes alegam perseguição e interrupção do lazer

03/12/2024 11h50

Ação policial encerrou as atividades dos bares da 14 de julho por volta das 20h30, na segunda-feira

Ação policial encerrou as atividades dos bares da 14 de julho por volta das 20h30, na segunda-feira Foto: Divulgação

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A tradicional segunda-feira do samba na Rua 14 de Julho, no centro de Campo Grande,  chegou ao fim de forma inesperada durante a noite desta segunda-feira (02), com três bares da região fechados em uma ação da Polícia Militar motivada por denúncias de perturbação de sossego. 

O evento típico da segunda-feira, Samba do Trabalhador, ocorria no local quando a ação policial foi deflagrada por equipes do 1º Batalhão da Polícia Militar, por volta das 20h30.

Durante a operação, os estabelecimentos Má Donna, Blef Bar e Bar da 14 tiveram suas atividades interrompidas e os proprietários conduzidos à delegacia pela equipe policial. 

Segundo o boletim de ocorrência, a região era alvo constante de denúncias de moradores que se sentiam incomodados com o alto volume do som e aglomeração de pessoas nas ruas. 

Confira:

“A operação foi desencadeada em virtude das reiteradas solicitações de perturbação do sossego e poluição sonora via 190, nos diversos dias da semana, cujos transgressores são apontados como os proprietários dos estabelecimentos comerciais indicados [...]" - Boletim

Ainda segundo os militares, durante a fiscalização a equipe policial constou uma emissão de ruídos acima do permitido por lei e e apreendeu os equipamentos de som dos demais estabelecimentos. Os proprietários foram autuados por crime ambiental de poluição sonora, previsto na Lei nº 9.605/98.

O que dizem os proprietários

Em entrevista exclusiva para o Correio do Estado, Kayky Sanches, proprietário do Má Donna Bar e um dos envolvidos na ação, relata que o bar estava aberto há apenas duas horas quando a ação policial aconteceu. 

Segundo o empresário, a abordagem teria ocorrido de forma pretensiosa e planejada

“Eles já estavam indo para fazer o fechamento, Independente do volume, já tinham uma ordem para realizar a operação, que foi destinada ao bar, no Má Donna. A abordagem foi tranquila, mas ao mesmo tempo  ríspida, não teve nenhum acordo, não teve conversa, eles só já foram para cumprir ordem”, declarou o empresário. 

Ainda conforme o proprietário, a equipe policial afirmou que a denúncia foi originada no Ministério Público. No entanto, os militares não apresentaram nenhum documento para os envolvidos. 

Sobre a justificativa de perturbação de sossego, Kayky afirma que não teve o som recolhido pois os músicos do “Samba do Caramelo” estavam no intervalo quando a equipe policial chegou. 

De acordo com ele, a medição dos decibéis foi feita quando o som estava desligado e, ainda sim, os policiais afirmaram que ultrapassava os limites permitidos, devido ao “volume das conversas” causada pela aglomeração.

Além disso, as abordagens policiais, de acordo com Kayky, se tornaram mais frequentes após as eleições. 

“Essas abordagens acontecem com muita frequência, principalmente após as eleições. Antes das eleições a gente não tinha esse problema. Não sei se é porque a prefeita apoiava e fazia discursos de apoio à 14. A gente tinha até um grupo no whatsapp com a Polícia Militar”

Lazer na cidade

O encerramento das atividades dos bares gerou repercussão nas redes sociais devido à forte identificação do público jovem com os bares, apontados como um “dos poucos pontos de lazer”  na cidade. Na plataforma “X”, a Deputada Federal Camila Jara (PT) se pronunciou sobre o ocorrido.

Confira:

A redação entrou em contato com a Prefeitura Municipal, mas não obteve resposta até o momento.

14 de Julho como corredor gastronômico, turístico e cultural

No dia 28 de  agosto, a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) instituiu a avenida 14 de Julho, berço do comércio, como corredor gastronômico, turístico e cultural.

Com isso, a 14 de Julho, entre a rua Marechal Rondon e avenida Mato Grosso, se tornou palco de cultura, turismo e comida boa. 

A Lei nº 7.294 foi sancionada pela prefeita  da capital, Adriane Lopes, Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). Na época, a prefeitura prometeu incentivas a promoção e ordenamento do local mediante apoio dos órgãos envolvidos, visando preservar:

  • O livre trânsito de veículos e transeuntes
  • A segurança local
  • A harmonia estética
  • A sinalização indicativa dos estabelecimentos participantes
  • A repressão ao comércio ambulante irregular
  • Apresentações musicais, poéticas e artísticas
  • Festivais e encontros gastronômicos e culturais

Além disso, em meados do mês de agosto a Prefeitura de Campo Grande determinou o fechamento da rua durante os fins de semana, em um plano visando expansão noturna, especialmente no período das 20h30 até às 23h30.

Toda a iniciativa buscava atender uma demanda crescente, dos bares que passaram a se espalhar em pontos da 14 de julho, com estratégia de interdição focada principalmente para às sextas-feiras; sábados e domingos. 

No entanto, após um certo período, o excesso de público fez os comerciantes desistirem da interdição na região. A mudança ocorreu a pedido dos próprios proprietários, que enviaram um pedido formal ao Município, solicitando a medida.

Posteriormente, mesmo após a revogação da interdição da rua 14 de julho, proprietários dos bares alegaram que a mudança trouxe novos problemas no fluxo do comércio noturno no centro da cidade.

A decisão de voltar a liberar o acesso na via partiu dos próprios proprietários dos bares, em conjunto com a Prefeitura de Campo Grande, que atendeu o pedido dos lojistas.

Porém, segundo os comerciantes, após a desinterdição os principais problemas relatados foram a mudança da atuação policial e o acumulo de lixo no fim de semana, quando ocorre o maior fluxo de frequentadores.

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