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Consórcio despreza contrato e não paga multa de R$ 12 milhões, nem seguro aos usuários

Enquanto nada muda, a Justiça é o único caminho para as vítimas buscarem reparação dos danos de acidentes

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Quatro meses após o Consórcio Guaicurus ter sido multado em R$ 12 milhões pela Agência Municipal de Regulação (Agereg) em razão da falta de vínculo com uma seguradora, a situação ainda não foi regularizada.

O consórcio, que também não quitou a multa, recorreu da decisão na Justiça, alegando que o serviço é desnecessário, apesar de estar previsto no contrato de concessão firmado entre a empresa e a Prefeitura Municipal de Campo Grande.  

O problema da ausência de uma seguradora que atenda ao Consórcio Guaicurus se arrasta há dois anos.

De acordo com o presidente da Agereg, Vinícius Leite, desde que a antiga seguradora da concessionária faliu, a empresa solicitou o descumprimento da obrigação estipulada em contrato.

“Eles entraram com um pedido para que fossem desobrigados da contratação de um seguro, alegando que pouquíssimas seguradoras faziam frota de ônibus no Brasil e também que o seguro onerava muito”, afirma Leite.  

Obrigatório para cobrir encargos relacionados a danos pessoais, morais ou materiais decorrentes da prestação do serviço, incluindo os causados por eventuais acidentes de trânsito, o seguro oferece uma garantia a mais para o usuário do transporte e a população em geral, que está sujeita a acidentes envolvendo a frota.  

Como ocorreu no caso de Giomar Batista da Mota, 56 anos, que no dia 24 de julho sofreu uma fratura grave nos pés e nos tornozelos ao ser atropelado por um ônibus.

Giomar foi atingido enquanto descansava nas margens de uma via, após o almoço e durante um dia de trabalho.

Na época, o trabalhador recebeu atendimento na Santa Casa de Campo Grande, mas, em função das sequelas causadas por múltiplos traumatismos, precisou deixar o trabalho de serviços gerais.

Agora, ele luta na Justiça contra no Consórcio Guaicurus para poder ser indenizado.

Mesmo em casos sem vítimas, como o que ocorreu na quarta-feira à tarde, em que um ônibus da concessionária se envolveu em um acidente com uma caminhonete, no Bairro Colibri, a seguradora pode ser acionada.

“Não assisti ao acidente, mas sei que o motorista [do carro] saiu pela janela do lado do carona e fugiu. Graças a Deus ninguém do ônibus se machucou”, afirmou uma moradora da região, que preferiu não se identificar.

A Polícia Militar de Trânsito esteve no local, mas informou que as causas do acidente não foram apuradas. Com a falta de uma seguradora, caso o resultado do acidente fosse o oposto, nenhum dos passageiros estaria assegurado, assim como o condutor do veículo.

“Mera Formalidade”

O diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, acredita que a falta de uma seguradora não indica a ausência de comprometimento da empresa.

“Temos de comparecer e indenizar se [a empresa] for considerada culpada. Sempre honramos com nosso compromisso”, frisa.  

Ainda segundo Rezende, a medida é mais uma formalidade do que algo essencial.

“Achamos desproporcional esses R$ 12 milhões porque as empresas que compõem o consórcio têm liquidez suficiente para suportar qualquer encargo advindo de acidentes. O seguro é só um detalhe se tivermos responsabilidade”, pontua.  

O caso corre em primeira instância e, com o pedido de recurso, o julgamento do processo deve demorar algumas semanas.

Primeiro o processo será analisado pelo corpo técnico, depois pelo jurídico, até retornar à presidência da Agereg.

Para Vinícius Leite, mesmo sem data prevista, todos os recursos da sua gestão serão julgados até o fim do ano. A prefeitura e o Consórcio Guaicurus têm contrato firmado desde 2012, com validade até 2022.

Multa milionária

Em 28 de agosto de 2018, a Agência de Regulação procedeu à abertura de um processo fiscalizatório para análise do pleito da concessionária de alteração de uma cláusula do contrato de concessão, que estabelece a obrigatoriedade de contratação de Seguro de Responsabilidade Civil, Geral e de Veículos.

A dívida foi estipulada em 5% do valor do faturamento diário da empresa. Apesar de já terem corrido quatro meses desde a aplicação da multa, o valor não cresceu porque o cálculo corresponde ao intervalo entre a data em que a concessionária deixou de contratar o seguro até a decisão que lavrou o auto de infração.

Desta forma, o cálculo utilizado foi no valor de R$ 9.264,46 por dia, que corresponde aos 5% da receita operacional diária. Após 1.321 dias de descumprimento da obrigatoriedade, a multa chegou a mais de R$ 12 milhões.

Termo de gestão

Nesta quarta-feira, às 10h, a Agereg, a Prefeitura de Campo Grande, a Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetran) e o Consórcio Guaicurus vão se reunir junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) para a assinatura de um termo de ajustamento de gestão.

No termo serão acertadas questões referentes ao contrato firmado entre o município e a concessionária que poderão beneficiar e melhorar o transporte público coletivo da Capital.

Cotidiano

Administradora de três aeroportos em MS inicia programa para impulsionar fluxo de passageiros

A operadora aeroportuária Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã

23/04/2024 18h30

Foto/Arquivo

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A operadora aeroportuária Aena, que administra três aeroportos de Mato Grosso do Sul, lançou um programa de incentivo ao desenvolvimento da aviação brasileira. Para isso, deve recompensar as companhias aéreas de acordo com o aumento na quantidade de passageiros no período de 1º de abril a 30 de outubro.

De acordo com a Aena, o objetivo do programa é contemplar os aeroportos dos estados de  Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará. Em caso de voos domésticos, o programa prevê o reembolso de 100% das tarifas de passageiros em cada rota operada pelas companhias aéreas em 16 aeroportos sob sua gestão.

Nos casos de voos internacionais, o programa de incentivo é válido para os seis aeroportos sob administração da Aena no Nordeste. Nesse caso, a base de comparação será o mês de março de 2024. Para novas rotas internacionais, o incentivo permanece até 31 de março de 2025.

Em Mato Grosso do Sul, a Aena administra os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

De acordo com Aena,o objetivo da campanha é oferecer um cenário positivo para que as companhias aéreas possam elevar suas participações nos aeroportos da administradora.

"Como maior operadora aeroportuária do país, trabalhamos para incentivar a aviação brasileira, reduzindo custos das companhias aéreas e melhorando as opções dos passageiros", afirma Marcelo Bento, diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Aena Brasil.

As companhias que aderirem ao programa de incentivo ainda podem contar com o apoio da Aena para a promoção das ligações. A concessionária irá disponibilizar a divulgação de novos voos e rotas nos painéis publicitários localizados dentro dos aeroportos, banners promocionais no site da Aena, além de campanhas em suas redes sociais.

 

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Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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