Cidades

TRANSPORTE PÚBLICO

Consórcio Guaicurus deixa de pagar R$2 milhões em multas em seis anos

MP cobrou Agetran e Agereg por ineficiência na fiscalização pública

ALÍRIA ARISTIDES

05/09/2019 - 12h12
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O Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul expediu recomendação por omissão e ineficiência na fiscalização pública dos serviços prestados pelo Consórcio Guaicurus na Capital. A recomendação foi direcionada para a Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Campo Grande (AGETRAN) e Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (AGEREG) e publicada em Diário Oficial do MPMS desta quinta-feira (5).   

Denúncias anônimas feitas por servidores das agências municipais e por funcionários da empresa prestadora de serviços indicavam irregularidades no processamento de multas, o que favorecia o Consórcio Guaicurus. O apurado em dois Inquéritos Civis de responsabilidade do promotor Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, confirma as denúncias: somente no período de 2013 a 2016 foram aplicadas mais de 3 mil multas de trânsito referentes à infrações cometidas pela concessionária. As multas, que juntas atingem aproximadamente o valor R$2 milhões, nunca foram pagas ou cobradas. 

Atrasos nos horários, diminuição da frota em determinadas linhas, problemas nos veículos, como falhas mecânicas e bancos quebrados, falta de ônibus articulados no finais de semana, entre outros, são algumas das infrações que o Consórcio Guaicurus comete todos os dias em Campo Grande. São alvos do Ministério Público justamente os dois órgãos municipais que deveriam ser responsáveis pela fiscalização da qualidade do serviço prestado pela concessionária e do cumprimento do contrato feito entre a empresa e a Prefeitura além de, em caso de descumprimento, aplicação de multas pelas infrações.  

A concessão pública em Campo Grande garante o faturamento anual de R$12 milhões para os donos da empresa de ônibus, que possuem contrato com a prefeitura até 2022. Na recomendação emitida nesta quinta-feira, o MPMS indicou que o Consórcio Guaicurus deve ser incluído na Dívida Ativa do município pelo não pagamento de 3.122 multas já expiradas. Para que isto não ocorra, deverá ser apresentada justificativa, além do que já foi apresentado nos inquéritos. 

Nos autos de infração, foi identificado problemas na emissão das multas. Conforme  a Lei nº 4584/2007, a multa deve ser emitida em três vias e cada uma delas deve contar com a assinatura do fiscal, do infrator, representante ou ainda por testemunhas. De acordo com o documento, “os fiscais não pegam a assinatura do preposto ou de duas testemunhas como manda a lei, ocorrendo preliminarmente em vícios formais do auto de infração por violação dos artigos 38 e 44, inciso IV da referida Lei”, o que inviabiliza amparo legal para manter as multas. 

Entre as medidas pedidas para resolução dos problemas, o MPMS incluiu a recomendação para que a Agetran determinasse o correto preenchimento dos autos de infração e apresentasse bimestralmente propostas de adoção de medidas para aperfeiçoar a sistemática de julgamento de recursos. Também foram incluídas medidas como confecção de talonário adequado para o preenchimento de multas aplicadas pelos fiscais e implantação de legislação para acelerar a tramitação dos autos de infração de trânsito contra as empresas do transporte público urbano da Capital. O prazo dado pelo Ministério Público para adoção das medidas é de 30 dias. Se o prazo não for respeitado, o caso pode ser encaminhado para o judiciário. 

 

MATO GROSSO DO SUL

Governo amplia prazo do MS Supera por mais 24 horas

Prazos para recursos, resultado final e pagamento da primeira parcela também sofreram alterações e foram jogados todos para abril

25/03/2025 09h15

Pessoa indígena, menor renda e mães solo estão estão as prioridades como critérios de desempate

Pessoa indígena, menor renda e mães solo estão estão as prioridades como critérios de desempate Divulgação/Sead

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Para estudantes que buscam um salário mínimo (R$ 1.518 de incentivo) para seguir com os estudos, o prazo para inscrição do MS Supera do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul foi estendido até às 23h59 desta terça-feira (25). 

Há cerca de uma semana o Correio do Estado abordou abertura de 100 novas vagas no Programa, voltado para estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica se manterem em em universidades e profissionalizações técnicas.

Ou seja, 2.100 vagas já estão preenchidas no MS Supera, mas há essa centena aberta sendo: 80 para graduação presencial ou educação a distância (EAD) e outras 20 para profissionalização técnica de nível médio. 

Importante frisar que as Inscrições são feitas pelo site da Secretaria de Estado de Assistência Social dos Direitos Humanos (Sead) CLICANDO AQUI

O prazo para recursos também foi alterado e será de 1º a 4 de abril, com a publicação do resultado final marcada para o dia 09 do próximo mês. 

Segundo o Governo do Estado em nota, a assinatura do Termo de Concessão do benefício acontece entre 10 a 14 de abril, com o primeiro pagamento por transferência bancária acontecendo de 15 a 23 do próximo mês e as demais parcelas pagas mensalmente até cada dia 10.

MS Supera

Com dois mil estudantes iniciais, o MS Supera (programa substituto do Vale Universidade) começou a ser pago em fevereiro de 2024. 

em novembro do ano passado houve chamada de 200 estudantes em cadastro reserva, totalizando as duas mil e duzentas bolsas de estudos com pagamento de R$ 1.518 por mês.

Entre os requisitos para cadastro no programa, o aluno precisa ser morador de Mato Grosso do Sul há mais de dois anos e não receber qualquer outro benefício ou auxílio com a mesma finalidade, segundo o Governo do Estado em nota. 

Para o cadastro é exigido comprovante de renda, que não passe de um salário mínimo e meio individual, ou familiar que não supere três salários mínimos ao mês. 

Além disso, para entrar no MS Supera, é preciso que o estudante não tenha graduação superior anterior nem já ter passado de quatro reprovações nas disciplinas cursadas até a data de inscrição e convocação, bem como o devido registro junto ao Cadastro Unificado para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). 

Ficam estabelecidos os seguintes critérios de desempate: 

  1. ° Pessoa indígena, 
  2. ° Menor renda média do núcleo familiar, 
  3. ° Candidata mãe solo, que resida com filhos menores de 18 anos ou mães de filhos com deficiência de qualquer idade, que residam com a estudante e que estejam sob sua responsabilidade,
  4. ° Pessoa com deficiência, 
  5. ° Candidata de maior idade

Abaixo você confere a resolução que regulamenta a seleção, publicada na edição extraordinária de sexta-feira (14) do Diário Oficial do Estado, disponível para visualização e rolagem nos computadores e em versão para download em certos dispositivos móveis. 

 

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CÂMARA

CPI cria ouvidoria para receber denúncias sobre o transporte

Primeira reunião da comissão ocorreu ontem e parlamentares já enviaram cerca de 40 pedidos de dados ao Consórcio Guaicurus e a agências da prefeitura

25/03/2025 09h00

População poderá enviar reclamações e denúncias para a CPI criada na Câmara de Campo Grande

População poderá enviar reclamações e denúncias para a CPI criada na Câmara de Campo Grande Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta na Câmara Municipal de Campo Grande para investigar o contrato da prefeitura com o Consórcio Guaicurus começou efetivamente ontem os trabalhos. Uma das primeiras medidas foi determinar a criação de uma espécie de ouvidoria, para que a população possa denunciar situações que venham a ocorrer no transporte público da Capital.

De acordo com o presidente da CPI, vereador Lívio Viana Leite (União Brasil), conhecido como Dr. Lívio, o número será disponibilizado ainda esta semana para os usuários do transporte coletivo, que poderão relatar problemas enfrentados sem que sejam identificados.

"Nessa primeira reunião que tivemos, criamos um plano de trabalho para os próximos 120 dias de CPI e já enviamos alguns requerimentos. Outra medida foi criar um canal de comunicação com a população, uma espécie de ouvidoria, que vai resguardar todo o sigilo e que receberá contribuições da população", explicou o parlamentar ao Correio do Estado.

Entre os requerimentos, segundo o vereador, estão pedidos para a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), o Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), além do Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo e urbano na Capital.

"Demos prazo de 10 dias úteis para receber essas respostas, que vão subsidiar as nossas oitivas. Vamos ter reuniões todas as segundas-feiras e definimos que as tardes de quarta-feira serão destinadas a ouvirmos os convocados", afirmou Dr. Lívio.

Ainda segundo o presidente da CPI, além de apurar os erros e as possíveis omissões da concessionária responsável pelo serviço, a comissão também quer entender o que os órgãos públicos de controle têm feito para melhorar o transporte para a população.

"Queremos saber se as penalidades estão sendo aplicadas em caso de descumprimento de contrato ou se os órgãos estão sendo fracos nesse sentido. Espero que aponte a responsabilidade de todas as partes e que isso leve a um serviço de qualidade", declarou o parlamentar.

"Esperamos que a Comissão não sirva somente para apontar as falhas de cada um, mas como uma forma de melhorar o transporte coletivo de Campo Grande", completou o vereador.

CRIAÇÃO

A criação da CPI do Ônibus ocorreu no dia 18, após várias tentativas de outros parlamentares de investigar o contrato entre prefeitura e Consórcio Guaicurus.

A CPI tem três objetivos principais de investigação: o emprego de frota com idade (média e máxima) dentro do limite contratual e o estado de conservação dos veículos nos últimos cinco anos; equilíbrio financeiro contratual após a aplicação dos subsídios públicos concedidos pelo Executivo Municipal de Campo Grande à empresa concessionária, por meio das Leis Complementares nº 519/2024 e nº 537/2024; e a fiscalização da prefeitura da Capital, por meio da Agereg e da Agetran, do serviço de transporte público prestado pelo consórcio após a assinatura do termo de ajustamento de gestão (TAG) com o TCE-MS, em novembro de 2020.

O contrato do transporte coletivo foi celebrado em outubro de 2012 e tem validade de 20 anos, podendo ser prorrogado por mais 10 anos, o que quer dizer que até 2042 o serviço pode permanecer sob a responsabilidade do grupo de empresas.

INSTAURAÇÃO DA CPI

Como adiantou o Correio do Estado, a CPI do Ônibus só foi aberta após o presidente da Casa de Leis, vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), conhecido como Papy, dar "sinal verde" para sua instauração.

"A Câmara está do lado das pessoas, e é por isso que hoje essa CPI será instaurada para discutir e evidenciar os problemas do transporte público", afirmou Papy, presidente da Câmara, durante sessão ordinária, ao anunciar a abertura da CPI.

Como havia dois pedidos de abertura de CPI sobre o tema, um elaborado por Dr. Lívio e outro por Junior Coringa (MDB), o procurador jurídico da Câmara, Luiz Gustavo Martins Araújo Lazzari, concluiu que "eventual CPI a ser instaurada deve englobar ambos os requerimentos", já que os dois abarcavam os mesmos fatos determinados.

Além de Dr. Lívio, que é o presidente da comissão, a CPI é composta pela vereadora Ana Portela ( PL), que é a relatora, e os vereadores Maicon Nogueira (PP), Luiza Ribeiro (PT) e Junior Coringa (MDB).

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