O campo-grandense pisou no freio do consumo e, como consequência, a inflação de agosto caiu para 0,31%. Esse é o menor índice registrado desde setembro de 2014 (quando foi de 0,25%), segundo o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) divulgado mensalmente pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (Nepes) da Universidade Anhanguera-Uniderp.
O alívio na inflação vem depois de dez meses seguidos com índices altos, sendo que entre janeiro e abril deste ano o resultado foi acima de um ponto percentual. Mas ainda não há motivos para comemorar ou afirmar melhora na situação das finanças do país. O economista e coordenador do Nepes, Celso Correio de Souza, alerta que a queda reflete o mau desempenho das vendas de diversos setores, provocado pela redução do crédito e aumento do endividamento. Além disso, comparando o índice de agosto com o mesmo mês dos anos anteriores, a inflação de 2015 supera 2014 e 2013, que apresentaram 0,23% e 0,24%, respectivamente.
“Não há dúvidas de que a inflação (de agosto) é reflexo do consumo menor. Cerca de 45% dos brasileiros estão endividados e por isso pisaram no freio do consumo. Além disso, está mais difícil conseguir crédito para fazer compras”, explica. Ele acrescenta que as pessoas estão “criando juízo”, percebendo que os produtos estão mais caros e comprando só o básico, inclusive em relação a alimentação.
(*) A reportagem, de Paula Vitorino, está na edição de hoje do jornal Correio do Estado.