Cidades

PROTEÇÃO

Crianças nos abrigos lidam melhor com situação que adultos, diz psicóloga

Crianças nos abrigos lidam melhor com situação que adultos, diz psicóloga

AGÊNCIA BRASIL

23/01/2011 - 02h30
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Isabele Benvindo Zeferino tem sete anos e passa o dia brincando com os amigos da mesma idade. Brincadeiras de roda, bambolê, futebol, esconde-esconde e pintura são algumas das diversões. Seu sonho, como o de muitas crianças, é ganhar uma bicicleta.

A história da pequena Isabele seria comum à de qualquer outra se não fosse o drama que vive há dez dias. Vítima da tragédia que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro, Iela está alojada, ao lado da mãe, da irmã e mais 200 desabrigados, no galpão da fábrica de Bebidas Comari, no bairro Meu Dom, em Teresópolis.

Com um bambolê doado nas mãos, Isabele conta que apesar de dividir o lugar com desconhecidos, não gostaria de voltar ao local onde morava, no bairro Salaco. “Aqui está bom. Não quero voltar para casa porque saímos de lá de madrugada, no escuro, descalça. Estava chovendo e ficamos em uma garagem. Senti medo”.

A psicóloga da prefeitura de Teresópolis, Fernanda Delgado, que está trabalhando na atenção aos desabrigados do alojamento, explicou à Agência Brasil que as crianças conseguem lidar melhor do que os adultos com a situação. No entanto, principalmente à noite, elas demonstram insegurança pela mudança radical na rotina.

“As crianças conseguem administrar melhor porque se sentem em um grande parque de diversões. Não têm consciência da realidade. Algumas, quando vão embora, até choram”, disse a psicóloga.  “Aqui, elas recebem carinho, brinquedos, atenção. Em alguns casos, apresentam sintomas de estresse pós-traumático, com enurese noturna, quando vão muito ao banheiro; têm tremedeiras e choro aparentemente sem motivo”, acrescentou.

A falta de privacidade é o principal problema enfrentado pelos adultos. “A gente não pode reclamar, até porque todos estão nos tratando muito bem, mas é complicado ter que fazer tudo ao lado de quem a gente não conhece”, afirmou Sandra Lourenço que desde domingo está no abrigo acompanhada da filha, do genro e de dois netos.

Fernanda Delgado disse que é preciso conversar com os desabrigados para confortá-los e passar o sentimento de acolhimento. “Já na acolhida, a gente demonstra carinho e tenta suprir a falta que eles têm.” Em alguns casos, voluntários e agentes da prefeitura têm que intermediar pequenos conflitos familiares e outros desentendimentos.

“Os mesmos problemas que as pessoas têm em casa, elas têm aqui. Discussão de marido e mulher, a gente tenta apaziguar os ânimos que já estão mais à flor da pele devido à tragédia”, acrescentou Fernanda.

Nas paredes do abrigo, crianças e adultos manifestam o sentimento de perda. Em alguns desenhos feito à mão, figuras de casas, jardins com flores e dias de sol. Também há frases de agradecimento e de esperança. “O que mais desejo é ter minha casa de volta com meus filhos”, diz o recado de um desabrigado, colado na parede. “Todos aqui nos tratam muito bem, graças a Deus. Mas quero ir para minha casa”, está escrito em outro mural.

De acordo com a prefeitura, em Teresópolis cerca de 800 pessoas estão alojadas em abrigos. Essas pessoas começaram nessa sexta-feira (21) a ser cadastradas no programa Aluguel Social. A partir de segunda (24), aqueles que estão alojados em casas de parentes ou amigos poderão se inscrever.

O benefício será no valor de R$ 500,00, por 12 meses. O aluguel social será pago pela Caixa Econômica Federal, por meio do cartão do Bolsa Família ou conta corrente simplificada aberta nas agências do banco nos municípios atingidos.
 

Fatalidade

Mãe e filha morrem após carro cair de ponte em MS

O veículo em que seguiam as vítimas teria saído de Campo Grande e, ao passar por uma vazante, perdeu o controle e caiu no Rio Ivinhema. Populares resgataram com vida uma criança que estava a bordo

13/07/2025 16h21

Reprodução Redes Sociais

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Duas mulheres morreram na tarde deste domingo (13) após o veículo Volkswagen Gol, que seguia no sentido Nova Andradina/Angélica, cair de uma ponte de madeira (vazante), na MS-141, sobre o Rio Ivinhema.

As vítimas foram identificadas como Elite Oviedo Pereira e sua filha, Ediele Oviedo Pereira.

Crédito: Valentim Peixoto / Site Vale do Ivinhema

Informações preliminares do site Vale do Ivinhema apontam que três pessoas estavam no veículo, entre elas uma criança, resgatada por pessoas que passavam pelo local no momento do acidente.

Segundo relatos das pessoas que pararam para prestar socorro, o veículo ficou com as rodas para cima. Assim que conseguiram virá-lo de lado, com o auxílio de uma marreta, quebraram o vidro e resgataram a criança com vida.

O Corpo de Bombeiros do município foi acionado e esteve no local junto com a Polícia Militar de Angélica. A perícia de Nova Andradina também foi chamada para determinar a causa do acidente.

Outro caso

Equipes do Corpo de Bombeiros localizaram, na manhã deste domingo (13), o veículo que havia caído nas águas do Rio Paraguai, em Porto Murtinho, durante a madrugada. O acidente aconteceu por volta de 0h40, mas ainda não há confirmação oficial sobre o número de ocupantes que estavam dentro do carro no momento da queda.

De acordo com o jornal Porto Murtinho Notícias, o motorista seria funcionário de uma empresa de fora da cidade. Ainda não há dados sobre o estado de saúde dele nem se havia passageiros no veículo.

Duas testemunhas que estavam às margens do rio presenciaram o acidente e tentaram socorrer as vítimas. Elas pularam na água para tentar abrir uma das portas do carro, mas a tentativa de resgate foi frustrada, já que o automóvel afundou rapidamente.

Os bombeiros iniciaram as buscas logo após serem acionados e seguiram até as 4h da manhã, sem sucesso. Com o reinício das buscas nas primeiras horas do dia, os mergulhadores conseguiram localizar o veículo submerso.

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EM ANÁLISE

Caso K-Infra no Rio não deve influenciar em decisão sobre vencedor da Rota da Celulose

Especialista aponta que retomada das atividades da empresa K-infra em concessão no Rio de Janeiro não deve interferir na análise contratual da licitação de rodovias de MS

13/07/2025 16h00

Com vencedor contestado pela segunda colocada do certame, o processo de finalização do leilão da Rota da Celulose segue paralisado

Com vencedor contestado pela segunda colocada do certame, o processo de finalização do leilão da Rota da Celulose segue paralisado Foto: Gerson Oliveira / Arquivo Correio do Estado

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Mesmo conseguindo na justiça a retomada do controle de concessão que causou a paralisação do processo de leilão da rota da celulose, o processo de retirada da K-Infra na administração da BR-393, no Rio de Janeiro, de acordo com especialista, não deve interferir na análise de contestação da empresa vencedora do certame.

Conforme a análise da advogada e especialista em licitação e contrato, Luciane Palhano, a decisão proferida pelo Ministro Gilmar Mendes nos autos do Mandado de Segurança Impetrado pela K-Infra se refere ao processo administrativo que resultou na caducidade de contrato da BR-393, especialmente quanto aos cálculos relativos a eventual indenização à concessionária.

"Portanto, na prática, em decorrência da decisão judicial monocrática, a K-Infra pode continuar operando a exploração da rodovia do aço - para finalização do cálculo judicial de indenização e transição operacional -  e isso, por si só, não gera habilitação ou inabilitação da mesma no processo de concessão da rota da celulose, até mesmo porque a referida decisão não entra no mérito da execução contratual", declarou Luciane.

A decisão da retomada da K-Infra na gestão da BR-393 foi contra o que decidiram a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que expulsaram a K-Infra da Rodovia do Aço. O Dnit, desde o dia 10 de junho, havia assumido unilateralmente a gestão da BR-393.

Por conta desta decisão de expulsar a K-Infra da administração da rodovia, a segunda colocada no certame da Rota da Celulose encaminhou um recurso contestando o resultado do leilão à Comissão Especial de Leilão (CEL), que suspendeu, no dia 12 de junho, os prazos legais previstos no edital do leilão realizado em 8 de maio na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3.

A análise da CEL (Comissão Especial de Leilão) visa verificar se a documentação apresentada pela Consórcio classificado em primeiro lugar encontra-se comprometida parcial ou totalmente pela decisão de extinção contratual.

"O fato da empresa K-infra continuar operando até que os cálculos da indenização sejam finalizados não deve influenciar na análise que está sendo realizada pela CEL no processo de licitação da rota da celulose", Concluiu Palhano.

NOVA EXPULSÃO

Dois dias após retomadas de atividades na BR-393, a K-Infra Rodovia do Aço S.A informo que, por determinação unilateral do representante local do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a empresa deixou de exercer novamente qualquer responsabilidade operacional sobre o trecho da BR-393/RJ compreendido entre o km 101+900 e o km 286+400.

A equipe regional do DNIT esteve no local e ordenou o afastamento imediato da Concessionária da operação da rodovia, a concessionária acatou a ordem, mesmo discordando da legalidade da ação.

"Reforçamos que entendemos haver descumprimento de uma decisão judicial clara do Supremo Tribunal Federal (STF), que assegura o retorno da K-Infra à gestão da BR-393/RJ. Por esse motivo, a Concessionária está levando novamente o caso à Justiça e já oficiou os órgãos competentes sobre o ocorrido", declarou a K-Infra em nota.

LEILÃO CONGELADO

Conforme o governo do Estado, as diligências para analisar este recurso ainda estão sendo feitas e, por conta desta paralisação, a assinatura do contrato da concessão das rodovias que formam a Rota da Celulose, prevista para ser feita no início deste mês, está sem prazo determinado.

“A comissão de licitação da Concorrência nº 001/2024 vai analisar o processo licitatório por meio de diligências complementares, os prazos estão temporariamente suspensos. Novas informações serão divulgadas após o cumprimento de todo o processo administrativo”, declarou o Escritório de Parcerias Estratégias (EPE) do governo de MS, responsável pelo certame, em nota.

Oficialmente, o governo do Estado não quis comentar a decisão do STF em relação ao processo no Rio de Janeiro, porém, ao ser questionado sobre o tema, o governador Eduardo Riedel (PSDB) se limitou a dizer que a concessão da K-Infra no outro estado é “completamente diferente da daqui” e que a empresa tem a concessão no Rio de Janeiro, porém, não tem ainda a garantia da vitória no leilão de concessão das rodovias sul-mato-grossenses.

A empresa K-infra formou consórcio com o fundo de investimentos Galápagos Capital para disputar o leilão das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395 e trechos das rodovias federais BR-262 e BR-267, que teve o martelo batido no dia 8 de maio.

Para participar do leilão o Consórcio K&G ofereceu deságio de 9% sobre o preço máximo do pedágio estipulado pelo governo do Estado. O segundo colocado, por sua vez, estava disposto a reduzir este valor em 8%. Os outros dois participantes do leilão ofereceram 4% e 5% de desconto.

A previsão é de que sejam instaladas 12 praças de pedágio nas rodovias que serão privatizadas aqui no Estado. A empresa que assumir as estradas terá de duplicar em torno de 115 quilômetros, sendo o principal trecho entre Campo Grande e a fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo.

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