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Custo da pandemia em Mato Grosso do Sul chega a R$ 67 milhões

A maior fatia dos recursos federais, estaduais e municipais gastos em Mato Grosso do Sul nesta pandemia são de "itens diversos": R$ 24,1 milhões

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Os gastos públicos com a pandemia do coronavírus em Mato Grosso do Sul chegaram a R$ 67,8 milhões, é o que aponta monitoramento da Controladoria-Geral da União (CGU) feito diariamente com o governo federal, os estados e os municípios.

O levantamento da CGU é feito com base em publicações nos diários oficiais da União, dos estados e dos municípios, como Campo Grande e Dourados, por exemplo.

No relatório, está descrita uma expressiva quantidade de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde, insumos e equipamentos hospitalares, como camas, leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) e também respiradores.

Apesar de detalhar as quantidades e os valores da maioria dos bens comprados, o levantamento da CGU não conseguiu identificar o uso da maior parte dos recursos públicos gastos durante a pandemia. Os chamados “itens diversos” absorveram nada menos que R$ 24,1 milhões do total gasto pelo poder público até agora. Foram comprados 4.283.336 destes itens indiscriminados.

O levantamento da CGU tem o objetivo de aumentar o controle e a transparências dos gastos públicos durante a pandemia – período de calamidade pública em que os gestores compram sem licitação.

LINHA DE FRENTE

A maior compra do Estado, da União e das prefeituras no combate à Covid-19 foi de máscaras em geral: 4.586.700 unidades, por R$ 8,36 milhões. O montante não inclui as máscaras N95, indicadas para os trabalhos nas UTIs e para os profissionais da linha de frente. Foram compradas 322 mil máscaras com esta especificação a um custo de R$ 6,32 milhões.

Em termos de volume, as luvas são os itens mais adquiridos pelo poder público em Mato Grosso do Sul: foram 5.568.400 a um custo de R$ 6,1 milhões.

No relatório da CGU consta a compra de 110.252 macacões para os profissionais da linha de frente, custo de R$ 3,79 milhões.

EQUIPAMENTOS

Se depender do volume de oxímetros comprados, o monitoramento do avanço da Covid-19 no corpo dos pacientes não terá problemas nas principais cidades do Estado. Foram compradas 1,2 mil unidades deste aparelho, a um custo total de R$ 3,85 milhões. Também foram adquiridos oxímetros portáteis: 120, a um custo de R$ 19,8 mil.

Os respiradores, itens fundamentais para a sobrevivência de pacientes com Covid-19 em estado grave, custaram R$ 1,48 milhão. Foram compradas 11 novas unidades.

Também foram comprados respiradores de transporte, essenciais na remoção de pacientes e nas trocas de leitos. As 25 máquinas compradas em Mato Grosso do Sul custaram R$ 1.368.375,00.

LEITOS

Ao todo, foram comprados 900 leitos para hospitais no Estado. A publicação não informa se leitos clínicos ou UTIs. Eles custaram R$ 2,19 milhões ao poder público. Em Campo Grande, as compras se referem à aquisição em unidades particulares: 474, incluindo os leitos de UTI.

Entre os gastos do poder público com a Covid-19 também aparecem camas. As 200 compradas custaram R$ 1,28 milhão aos cofres públicos.

Também aparecem na lista da CGU outros itens e equipamentos, como álcool em gel, monitores, óculos e toucas.

Apesar de todas essas compras, houve momentos durante a pandemia em que houve falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) em algumas cidades no Estado.

DOAÇÕES

As compras citadas no monitoramento da CGU não levam em consideração as doações de leitos de UTI e de equipamentos de proteção individual feitas por pequenas e grandes empresas.

A maior doação para Mato Grosso do Sul foi da JBS, que está entregando R$ 21 milhões em serviços e equipamentos. A Eldorado Brasil Celulose doou mais de R$ 10 milhões em EPIs e equipamentos. O Itaú também fez doações milionárias no Estado.

Saúde

Anvisa tem maioria para manter proibição de cigarros eletrônicos

Medida está em vigor desde 2009

19/04/2024 20h00

Sarahjohnson/ Pixabay

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A maioria dos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) votou nesta sexta-feira (19) por manter a proibição aos cigarros eletrônicos no Brasil. Com esse placar, continua proibida a comercialização, fabricação e importação, transporte, armazenamento, bem como de publicidade ou divulgação desses produtos por qualquer meio, em vigor desde 2009. 

Dos cinco diretores, três votaram a favor da proibição. Faltam os votos de dois diretores.

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como cigarros eletrônicos, são chamados de vape, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel 2023) revelam que 4 milhões de pessoas já usaram cigarro eletrônico no Brasil, apesar de a venda não ser autorizada.

O diretor-presidente da Anvisa e relator da matéria, Antonio Barra Torres, votou favorável à manutenção da proibição desses dispositivos.

“O que estamos tratando, tanto é do impacto à saúde como sempre fazemos, e em relação às questões de produção, de comercialização, armazenamento, transporte, referem-se, então, à questão da produção de um produto que, por enquanto, pela votação, que vamos registrando aqui vai mantendo a proibição”.

Antonio Barra Torres leu por cerca de duas horas pareceres de 32 associações científicas brasileiras, os posicionamentos dos Ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Fazenda e saudou a participação popular na consulta pública realizada entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano, mesmo que os argumentos apresentados não tenham alterado as evidências já ratificadas pelos diretoras em 2022.
Em seu relatório, Barra Torres se baseou em documentos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da União Europeia, em decisões do governo da Bélgica de proibir a comercialização de todos os produtos de tabaco aquecido com aditivos que alteram o cheiro e sabor do produto. Ele citou que, nesta semana, o Reino Unido aprovou um projeto de lei que veda aos nascidos após 1º de janeiro de 2009, portanto, menores de 15 anos de idade, comprarem cigarros.

Ele mencionou ainda que a agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (U.S Food and Drug Administration) aponta que, mesmo com a fiscalização, há comércio ilícito desses produtos.

O diretor ainda apresentou proposições de ações para fortalecimento do combate ao uso e circulação dos dispositivos eletrônicos de fumo no Brasil. 
 

Cidades

Justiça recusou 6 pedidos de tratamento para réu que morreu na prisão, diz advogado

José Roberto de Souza, acusado de matar o empresário Antônio Caetano de Carvalho durante audiência no Procon, morreu de complicações causadas por uma pneumonia

19/04/2024 18h30

Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Defesa do ex-policial militar reformado, José Roberto de Souza, que morreu nesta manhã em decorrência de complicações causadas pela Influenza tipo A, alega que a Justiça recusou seis pedidos de atendimento médico ao réu nos últimos oito meses.

O ex-pm está preso desde o dia 16 de fevereiro de 2023, três dias após o crime que resultou na morte do empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, no Procon/MS.

A defesa foi informada da morte por volta das 11 horas da manhã desta sexta-feira (19). O último pedido para tratamento médico havia sido feito pouco antes da morte de José, às 8h.

"Este caso deixa tanto a mim quanto a minha equipe, em uma situação extremamente triste, até com uma sensação de impotência. Porque eu e o doutor Jackson, que foi quem manuseou grande parte dos pedidos desde que aconteceu aquele fatídico problema no Procon, temos informado ao juiz da segunda vara do tribunal do júri as complicações físicas da doença que o nosso cliente possuía", declarou o advogado de defesa, José Roberto da Rosa.

Segundo o advogado, além de problemas psiquiátricos, o réu possuía doença renal crônica e diabetes, além de complicações cardíacas. O primeiro pedido para atendimento médico de José foi feito em setembro do ano passado, mas recusado, já que o Ministério Público teria alegado que a defesa não teria conseguido provar que o cliente estava doente.

"Chegou em um ponto que nós interpusemos um habeas corpus junto ao tribunal, não obtivemos a prestação jurisdicional, e antes da saída para o final do ano [2023], nós ingressamos com outro habeas corpus, mais precisamente no dia 22 de dezembro, onde havíamos dito que o nosso cliente estava doente e precisava de tratamento", acrescentou Rosa.

A única medida tomada pela Justiça, segundo o advogado, foi retirar o réu do presídio militar, onde ele não estava recebendo os tratamentos adequados - por falta de escolta e por falta de médicos -, para transferí-lo a outra unidade penal "comum", onde ele poderia receber atendimento médico especializado.

"Ao invés de determinar que ele fosse tratado, o Tribunal de Justiça tirou a condição dele de policial militar e o direito de estar no presídio militar, e o mandou para um presídio comum. Aí ele ficou no Centro de Triagem, com o atendimento dos médicos", explicou o advogado. 

Na última semana, os advogados foram visitar José, que pediu por socorro. Ele teria pedido "doutor, eu preciso de atendimento médico".

"E todos os pedidos rechaçados pelo juiz da segunda vara do tribunal do júri. O habeas corpus, que nós entramos em dezembro do ano passado, até hoje não foi posto em mesa para julgamento. Então, é uma decepção enquanto advogado", afirmou Rosa.

Segundo o advogado, a morte de José pode ser colocada na conta do Poder Judiciário.

"A  conta sobre a morte desse homem é exclusivamente debitada ao Poder Judiciário. Talvez agora, com a certidão de óbito, a gente consiga provar que o nosso cliente estava doente, porque foram oito meses de peticionamento em que promotor disse que nós não conseguimos provar que o nosso cliente estava doente, onde todos os pedidos que foram encaminhados, o juiz de direito, que oficia perante a segunda vaga do Tribunal do Júri, disse que não ia liberar ele para tratamento. Então agora eu vou juntar a certidão de óbito para mostrar que nós tínhamos razão", disse o advogado.

O advogado quer que a família da vítima entre com um processo para culpabilizar o Estado.

"Infelizmente, agora não adianta mais autorizar o tratamento. Ele morreu hoje em decorrência do quadro agravado pelo problema renal crônico. Ele foi contaminado com influenza dentro do presídio, porque o sistema imunológico dele estava muito comprometido, o tratamento que ele precisava receber, ele não recebeu, e infelizmente hoje ele não aguentou", finalizou.

O Crime

No dia 13 de fevereiro deste ano, o empresário Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, foi morto a tiros pelo policial militar reformado, José Roberto de Souza, durante audiência de conciliação realizada no Procon.

A vítima era proprietária da empresa Aliança Só Hilux, especializada em peças de Hilux e SW4, que havia realizado a troca do motor de uma SW4 para José Roberto.

Durante a primeira audiência de conciliação, realizada na sexta-feira anterior, dia 10 de fevereiro, José Roberto pediu que Caetano entregasse as notas fiscais referentes aos serviços prestados pela empresa para a troca do motor de seu veículo blindado, trabalho avaliado em quase R$ 30 mil.

Aproveitando as tratativas, Caetano cobrou do cliente R$ 630 reais devidos, referentes a uma troca de óleo realizada no ano anterior. Na segunda audiência, então, Caetano levaria as notas fiscais e José Roberto o dinheiro que devia.

No entanto, após uma desavença logo no início da audiência de conciliação, José Roberto efetuou três disparos contra Caetano, dois na cabeça e um na nuca. A vítima morreu no local.

Três dias após o crime, José Roberto de Souza se apresentou à polícia.

primeira audiência que investiga o caso foi realizada no dia 3 de julho do ano passado, e ouviu testemunhas de acusação e defesa. Oito pessoas prestaram depoimento, sendo duas delas funcionárias do Procon, uma advogada que presenciou o crime, um funcionário da vítima, o investigador da 1ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, responsável pelo caso, o filho da vítima e dois conhecidos de longa data do acusado.

Valéria Christina, a conciliadora que trabalhava com o caso, não compareceu para prestar depoimento. Segundo informado durante a audiência, a servidora foi transferida para outro órgão após o ocorrido, e segue afastada desde então por questões de saúde.

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